google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fotos: autor
Corolla XRS, versão esportiva do Corolla

Outro dia fui buscar um Toyota Corolla XRS para o teste de um mês do site Best Cars na histórica sede da empresa, na primeira fábrica da marca no país, em São Bernardo do Campo. Lembrei que lá pela metade dos anos 1970 estivera ali, onde então se fabricavam apenas os sólidos jipes Bandeirante, ícones de uma época onde no Brasil as estradas ruins eram em sua maioria de terra e não de asfalto.

Naquela época me chamou a atenção a aparência daquela fábrica, uma série de galpões baixos, parecendo mais uma grande oficina do que uma indústria de veículos. Era um lugar quase deserto de gente, de maquinários imponentes e decorrente tecnologia digna de nota. O tempo parecia andar mais devagar ali, e de fato andava pois o modelo fabricado era praticamente o mesmo desde quando a empresa se instalou no ABC paulista em 1962, o simples e robusto jipe Bandeirante e suas derivações, herdeiro pouco evoluído do lendário Toyota Land Cruiser japonês do início dos anos 1950.

Na recepção da atual e bem mais imponente Toyota de SBC, esperando "meu" Corolla XRS (made in Indaiatuba, certamente uma fábrica que nem de longe se parece com a antiga Toyota), lembrei também de meu primeiro contato com um veículo da marca japonesa: quando adolescente, tive poucas e boas aventuras em um jipe Bandeirante, carro de trabalho do pai de um amigo do colegial, o Fábio. Adepto do esporte favorito de nossa turma antes de completar os 18 anos de idade (surrupiar carros da família sempre que possível) aquele Toyota foi protagonista de curtas mas intensas aventuras, que basicamente consistiam em subir e descer barrancos de terrenos baldios em uma região da capital paulista que hoje está coalhada de prédios residenciais, o Klabin.



Os anos 1980 trouxeram ao mundo diversos mitos e marcos históricos, tanto bons e memoráveis quanto muitos ruins e lastimáveis. A queda do Muro de Berlim, a criação dos computadores pessoais, "Thriller" de Michael Jackson, o lançamento do Super Mario. Por outro lado, a moda de vestimentas estilo Restart, músicas deprê, José Sarney.

No mundo automobilístico, seus altos e baixos também foram marcantes. Os supercarros vieram com tudo, a lendária disputa Ferrari F40 vs Porsche 959 vs Lamborghini Countach. Por outro lado, encerraram o Grupo B de rali e tivemos a Autolatina.

Exatos trinta anos atrás, saía de linha um dos mais famosos automóveis dos anos oitenta, e não famoso por suas vendas, seu desempenho ou seu preço, mas sim por causa de um filme. Uma trilogia, na verdade, que todo entusiasta conhece de ponta a ponta. Em 1982, morria o DeLorean DMC-12, o sonho que virou pesadelo, e foi imortalizado no clássico filme "De Volta para o Futuro", de 1985.


Um cara, quarentão, ralando muito no trabalho, totalmente estressado, e de tanto estresse, ficando meio gordinho, com os cabelos caindo e constantes dores nas costas. E antes que sejam maldosos, todo o resto funcionando muito bem! Aí surge uma viagem a trabalho para a Califórnia. Para um trabalho empolgante, mas puxado. Mas esse cara tem sorte; o trabalho acabaria na sexta-feira e o vôo de volta, só no domingo. 

Ao fazer o check-in pela internet apareceu um código de desconto para aluguel de carros na Avis. Sábado livre e desconto no aluguel. Corri para o site da Avis e procurei o Challenger. Isso porque durante férias anteriores já aluguei um Camaro e alguns Mustangs. Naturalmente faltava o Challenger para que eu pudesse ratificar minha preferência (emocional) pelo Mustang. 

O Challenger teve que esperar!

fotos: topspeed.com e Ferrari




Estava eu domingo passado na maravilhosa garagem de um amigo, admirando seus incríveis carros, quando ele mencionou casualmente que podíamos dar uma volta no Ferrari Mondial 8 dele. Imediatamente me lembrei do que escrevi há algum tempo aqui no blog, quando fiz uma lista dos 10 melhores Ferrari de todos os tempos:

...é fato que nunca foi criado um Ferrari menos do que sensacional, nunca, em tempo algum.”

Era uma oportunidade única de morder a língua. Aquele Mondial 8 de 1982, recém-importado dos EUA pelo meu amigo, é um carro muito raro aqui no Brasil, porque foi fabricado na época da proibição das importações, e portanto só pode aparecer agora que tem mais de 30 anos de idade, importado como carro de coleção e valor histórico. Mas é também simplesmente o menos amado Ferrari de todos os tempos. Um 2+2 baseado no 308 GTB, lançado na fase talvez mais baixa de desempenho da marca, o Mondial é um dos Ferrari mais baratos no mercado de usados hoje, e o menos venerado pela imprensa quando era um carro zero-km. Se nenhum Ferrari é menos que sensacional, este carro provaria o ponto, para um lado ou para o outro...

Mas antes de contar como foi este breve mas esclarecedor passeio, um pouco de história se faz necessária, para colocar as coisas em perspectiva.