google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Engraçado como as coisas são…

Hoje em dia parece que gostar de carro, andar de carro, ter carro ou qualquer outra coisa relacionada a carro é um pecado. Um pecado daqueles bem cabeludos, daqueles para os quais o padre reserva suas penitências mais sádicas. A simples menção de que se tira o seu sustento deles é recebida com uma enfadonha e idiota ladainha sobre o fim do mundo, crise, carros beberrões e poluidores, falência da indústria americana devido a carros beberrões, e blablablablabla. Um porre!

E mais: entusiastas endinheirados como o Neil Young começam a ter idéias mirabolantes de Lincolns movidos a sei lá, óleo usado de jojoba do agreste e energia eólica. A GM, vejam só, inventa híbridos plug-in e traz de volta um imenso Segway com teto, e jura de pé junto que é uma empresa mais verde que um depósito de clorofila destilada no meio da floresta amazônica.

Até aqui neste blog supostamente povoado por gente movida pelo fogo da combustão interna, parece que se começa a procurar justificativas para a paixão. Vejo essa tendência cada vez mais forte, principalmente em conversas entre os colegas de blog. Ainda agora aí ao lado uma frase do leitor Gastão Ferreira que é pura justificativa:

“Para simplesmente levar de um ponto ao outro existem o transporte coletivo, o ônibus, o metrô. Para eles é que se deve destinar a tarefa de torná-los cada vez mais eficientes e racionais."

Usar o transporte coletivo como justificativa é uma boa, faz a gente escapar do pecadão de gostar de carros na moita...Mas, peraí...POR QUE tenho que me justificar, para começo de conversa??

Bem garotos, o velho Marco está aqui para lhes contar que todo esse papo é uma grande pilha bem fumarenta de B(péééééé)A.

O mundo não vai mudar absolutamente nada, em termos climáticos e de poluição, se amanhã substituíssem todos os carros por carros elétricos com baterias vindas de Marte que armazenassem 3.000 km de autonomia. Carros modernos poluem coisa ínfima e irrelevante, se você tentar se suicidar respirando os seus gases numa garagem fechada não vai conseguir. Estrume de gado polui mais.

Mas olha aí eu tentando me justificar também, feito o leitor! De novo, por que tenho que me justificar? Carros são a coisa mais fantástica que já aconteceu para a humanidade, algo que deu uma liberdade ao homem que nenhuma rebelião sangrenta, que nenhum Che Guevara pode proporcionar: liberdade pessoal.

Com um carro, eu já disse aqui, você é capitão de seu próprio navio, senhor de seu próprio destino e LIVRE para ir aonde a sua imaginação quiser. Algumas vezes, em viagens a trabalho sozinho, ainda me impressiono em como é uma máquina fantástica: capaz de te levar a qualquer lugar a altíssimas médias de velocidade, protegido de qualquer clima que a natureza possa lhe entregar, e depois ainda te levar calmamente para jantar no destino. Ter um carro na garagem com combustível no tanque é a sensação de liberdade de escolha mais fantástica que se pode ter. Só a sua cabeça é seu freio; o carro está pronto para ir agora aonde você bem entender. Se você não percebe isso, basta vender seus carros e se obrigar a ficar um mês sem eles. Nós nos acostumamos tão profundamente a tê-los sempre a mão, que não percebemos quão fantástico é essa máquina que lhe espera pacientemente no escuro de sua garagem enquanto você lê estas linhas.

Agora, se tem alguns efeitos colaterais... bem, nada é perfeito e nunca será. A gente tem que se tocar que não existe solução perfeita nem verdade absoluta. Se as baterias de Marte aparecessem, em 20 anos o mundo ia estar entupido de baterias usadas, que vazariam um líquido marciano letal... Se fala um monte de bobagens sobre essas “novas tecnologias”, mas todos se esquecem que depois de usadas em larga escala, TODA nova coisa tem seus efeitos colaterais que ninguém sabia existir quando colocou-as no mercado. Quando Henry Ford botou todo mundo dentro de seu carro próprio, não poderia imaginar como ficaria o trânsito na marginal!

E o mais engraçado é que tudo é muito parecido com a década de 70. Lá, o petróleo acabaria em breve e precisávamos de outra coisa. Agora, sei lá, o planeta vai acabar. E sabe como todo mundo sabe disso? Porque Al Gore ganhou um Oscar, ora bolas!!! Então tem que ser verdade, não importa que até este ponto a teoria dele era uma entre 325 mil outras para explicar o clima na Terra.

Uma delas, simplista mais por isso genial, era a teoria de LJK Setright: “É muita presunção do ser humano achar que pode mudar o clima. E maior presunção é achar que pode parar estas mudanças”.

Mas de novo, não quero me justificar, nem pretender entender o que acontece com o clima do planeta. É complicado demais, nem Einstein conseguia prever com certeza absoluta se vai chover amanhã, quiçá prever uma nova era do gelo... Vamos deixar esse papo todo para cientistas de verdade, não o Al Gore, muito menos um imbecil fissurado terminantemente em carros como eu. Esse papo todo é idiota porque em 10, 20 anos vamos rir de rolar dele, como fazemos hoje sobre o fato irrefutável de 1970: “o petróleo vai acabar”.

Então conclamo vocês, leitores, colegas de blog, e entusiastas em geral, a não esmorecer nesses tempos difíceis. Nós não vamos destruir o mundo não, vamos apenas exercer nosso direito de dirigir. Não somos Osama Bin Laden, pelamordedeus!

Vamos aproveitar essa nossa única real forma de liberdade, e vamos amar essa máquina maravilhosa profundamente. Ela é uma coisa boa! Não há do que se envergonhar.

Que se envergonhem os políticos, os bandidos, os assassinos, os bêbados, os traficantes, os drogados e os imorais, que esses, sim, podem acabar com o mundo de uma forma lenta e dolorosa, corroendo o cerne da sociedade.

Eu só gosto de carro. E não tenho vergonha disso.

MAO

Meu amigo Enrico, algum tempo atrás, mandou seu belíssimo cupê Opala branco 78 para o AG. Como não poderia deixar de ser com o nosso Ogro do Cerrado, o objetivo dessa longa estadia em Brasília é o de trocar o anêmico 4-cilindros por um magnífico e compacto V-8 Chevrolet small-block de 350 polegadas cúbicas de deslocamento.

Como fui o culpado de colocar os dois em contato, e sendo amigo dos dois, acabo por acompanhar regularmente o progresso da obra. Outro dia, olhando uma foto de detalhes do compartimento do motor, o Enrico mencionou que só faltava soldar novamente o suporte da bateria.

Minha reação foi imediata: por que não relocá-la para o porta-malas?

Vejam bem, Deus todo-poderoso, quando gravou para Moisés os 10 mandamentos em pedra, mandou-o de volta para casa com um conselho final, que já ia se esquecendo:

- Ah, e não se esqueça: lugar de bateria é no porta-malas!

Moisés, sem saber o que era bateria e muito menos porta-malas, acabou por deixar perdidas estas sábias palavras. E o todo-poderoso deve estar embasbacado pela nossa ignorância desse fato, pois é uma verdade clara como água. Um peso concentrado como a bateria deve estar sempre na extremidade oposta do motor do veículo, junto com o estepe, o macaco e as ferramentas. Na verdade, se fosse minha decisão, o módulo de controle do motor (ECM) e todas as outras coisas que podem ser banidas para lá o seriam.

Mas tem gente que captou a esquecida mensagem divina. No porta-malas de todo BMW é onde você encontrará a bateria, parte da estratégia da empresa de conseguir sempre 50% do peso em cada eixo de seus veículos, mesmo usando o motor dianteiro.

E a Porsche, sempre ela, fez algo ainda mais legal: a partir do 911 de 1970, dividiu a usual bateria única em duas ligadas em paralelo, e colocou uma de cada lado em seu porta-malas dianteiro, para ajudar ainda mais a distribuição de peso em cada roda. Você tem que amar uma empresa que se dá esse trabalho...

O Enrico e o AG acabaram decidindo deixar a bateria lá na frente mesmo, para não complicar sobremaneira a brincadeira dos dois. Afinal, suporte novo teria que ser fabricado, cabos compridos teriam que atravessar o carro (que tem estofamento original intacto), e outras complicações e custos que não trariam retorno palpável no final.

É uma pena, porque uma das coisas mais interessantes do Opala V-8 é que, sendo o small-block Chevy mais baixo e curto que o seis-em-linha do opala, e pesando o mesmo que ele, o carro resultante tem uma distribuição de peso nos eixos bem mais favorável que o original. A bateria lá atrás ajudaria mais um pouco nesta nobre busca, e a posição do estepe/macaco do Opala, de pé no lado direito, praticamente implora que a bateria esteja do lado oposto no porta-malas.

Isso sem contar o fato de que os dois correm sério risco de enfrentar a fúria divina...

MAO


O canadense Neil Young é um dos músicos mais ecléticos que já surgiram neste planeta. Começou a carreira de músico profissional há quase 50 anos (e já gravou quase 50 discos), sendo que grande parte de sua carreira foi essencial para a história do rock'n'roll

Sua criatividade é tão grande que ele simplesmente não pode ser rotulado como um simples roqueiro: o canadense é um dos poucos que pode se dar ao luxo de explorar qualquer estilo musical sem se afetar por pressões comerciais (e que o diga David Geffen). Pouco importa se ele está tocando banjo, piano, guitarra ou gaita, Young faz o que bem entende, quando quer, da maneira que bem entender e já explorou praticamente tudo além do rock: jazz, bluegrass, música eletrônica e até mesmo country.

Além da música, Young também é conhecido por ser cineasta (dirigiu alguns filmes sob o pseudônimo de Bernard Shakey) e ativista empenhado em questões sociais, políticas e ambientais. Pai de dois filhos com necessidades especiais, ajudou a fundar a Bridge School ao lado de sua esposa Pegi; criticou praticamente todos os presidentes norte-americanos (com exceção de Ronald Reagan, a quem dava apoio incondicional) e foi um dos idealizadores do Farm Aid (ao lado de Willie Nelson e John Mellencamp).



Conhecido pela sua extensa coleção de automóveis clássicos, nos últimos anos o polêmico Young passou a defender causas ambientais: todos os veículos e geradores utilizados em seus shows são abastecidos com biodiesel de soja, uma forma que Young encontrou para divulgar as virtudes deste biocombustível, exemplo seguido rapidamente por outros músicos como Bonnie Rait e o amigo Willie Nelson. O próprio carro de uso pessoal de Young era um Mercedes W123 movido a diesel, abastecido apenas com óleo de fritura que ele comprava de restaurantes.

A última invenção de Young foi o LincVolt: a partir do seu carro favorito, um Lincoln Continental 1959, Young contratou Johnathan Goodwin (da H-Line Conversions) para substituir o velho motor Ford MEL de 7 litros por um conjunto híbrido, composto por um motor elétrico de 200 hp alimentado por um motor de combustão interna H-Line.



E porque um Lincoln 1959? Young responde: “É um dos desenhos mais malucos e fora do comum já criados pelos fabricantes norte-americanos. As pessoas dizem que devemos ter carros pequenos, mas eu amo os grandes carros americanos com muita potência. O carro em si não está na contramão, as pessoas querem carros grandes, então vamos criar carros grandes, porém racionais. Qual é o problema? Nós não precisamos abrir mão de coisas que gostamos, desde que sejam racionais, sendo racional você pode ter o que quiser. Estamos na América, as estradas são enormes, é um país grande. O carro é um Continental. O nome diz tudo, Continental, é o que ele deseja ser.”

Young já investiu cerca de US$ 120 mil na empreitada, tudo com o objetivo de tornar seu Continental (seis metros de comprimento, duas toneladas e meia) em um veículo mais prático e racional. O carro não tem objetivos comerciais, mas já foi inscrito na Progressive Automotive X Prize, uma competição que premiará com 7,5 milhões de dólares a equipe que conseguir o melhor resultado acima da marca de 100 milhas rodadas com apenas um galão de gasolina (42,5 km/l). Desnecessário dizer que 7,5 milhões de dólares é troco de pão diante da fortuna do músico canadense.



E tudo indica que Young está no caminho certo: apesar das duas toneladas e meia e da aerodinâmica deficiente, o LincVolt já chegou à marca de 27,3 km/l. Ainda está um pouco distante dos 42,5 km/l, mas já é um avanço significativo diante do consumo original do Lincoln V8: patéticos 3,7 km/l.

E tudo isso sem abrir mão do desempenho: embora não seja o objetivo principal, Johnathan Goodwin diz que o LincVolt é capaz de acelerar da imobilidade até 96,5 km/h em apenas 8 segundos. É praticamente metade do tempo que o motor Ford MEL levava para alcançar a mesma velocidade. "Em uma arrancada partindo do zero, o LincVolt não é tão rápido quanto um modelo equipado com o motor de combustão interna. Mas a partir dos 10 km/h a aceleração chega a dar medo" - diz Young.

Goodwin fez fama nos EUA ao converter monstruosos Hummer em brinquedos ecológicos que queimam biodiesel sem abrir mão do desempenho. Adquiriu tanto respeito que converteu o Jeep Wagoneer do governador Arnold Schwarzenegger para queimar biodiesel, entre outras façanhas.



Aos 63 anos de idade, Neil Young ainda deseja mudar o mundo, o que é admirável em uma sociedade em que as pessoas costumam se conformar com as coisas do jeito que elas são por volta dos 30 anos. “Eu pensei por muito tempo que poderia mudar o mundo com minhas canções. Mas você não pode mudar o mundo escrevendo músicas. Você pode inspirar muita gente, fazer com que algumas mudem sua forma de pensar sobre algo. Mas você não pode mudar o mundo escrevendo músicas. No entanto, nós podemos mudá-lo com este carro”.

Isto é o que diferencia Young de músicos contemporâneos: ele simplesmente não descansa e está sempre criando algo novo, ao invés de viver às custas de antigos sucessos. Neil Young, como seu próprio nome sugere, “is still young”. Alguns poderiam dizer que o LincVolt não passa de uma excentricidade de um velho músico com tempo e dinheiro de sobra, mas ao mesmo tempo em que desenvolvia o Lincoln híbrido Young compôs um disco com músicas inspiradas no carro, chamado “Fork in The Road”(também está na pauta um filme sobre o carro, dirigido por Bernard Shakey...)

O disco não chega nem perto de obras como "Harvest" (que foi o disco mais vendido de 1972), mas agrada pelo peso da guitarra suja de Young logo nas primeiras músicas. Como não poderia deixar de ser, também há algumas canções folk, como só o velho Neil é capaz de compor.

Quem não conhece a carreira de Neil Young (Johnathan Goodwin nunca tinha ouvido falar nele e chegou a pensar que o dono do Continental era Neil Diamond) não deve simplesmente baixar o primeiro MP3 que encontrar pela frente. Trata-se de obra extensa e variada, que não pode ser julgada apenas por uma música ou duas. Sugiro o album “Decade”, uma compilação lançada em 1977 que reúne os principais sucessos dos 10 primeiros anos de carreira do controverso músico. Tenho 99% de certeza que apaixonará qualquer um.



Maiores informações:

www.lincvolt.com
www.hlineconversion.com
www.myspace.com/neilyoung
Ontem, na hora do almoço, fui buscar um carro para um amigo; ele mora em outro estado, e tendo comprado à distância um automóvel, não tinha como buscar o carro. Fui recebê-lo, e hoje ele está guardado na garagem secreta dos Egan. O carro? Uma Corvette 1972, amarela, targa.


Um sonho deveras comum é se imaginar num lugar rodeado de pessoas conhecidas, escola, faculdade, trabalho, que seja, porém nú. Posso dizer que ontem tive o equivalente automotivo desse sonho. Cruzar o trânsito da metrópole paulistana, cruzando favelas, bloqueios políciais, túneis, buraqueiras e etc.. a bordo de algo discreto como uma mulher na mais sexy e vulgar lingerie, falando as frases mais indecentes na voz mais alta possível, cruzando uma movimentada rua no centro paulistano é algo que incomoda um pouco. Posição de dirigir OK, peso dos comandos OK, motor meio desregulado, mas OK, mas meu deus, aqueles pára-lamas invadindo a vista, naquele tom de amarelo que queima as retinas... credo!
Um outro amigo contava um "causo" de que uma "amiga", que, tendo visto uma Corvette de terceira geração, como a 72 amarela de meu sonho (ou seria pesadelo?), exclamou: "Uau! Meio que me lembra meias-arrastão... que vulgar!"

Mas, como todo homem que se preze, não vou dizer que não gostei. A little kinky, sexy, in a sick, twisted way, but cool nonetheless.

E por que AMOR E SEXO? Porque ao guardá-la no esconderijo secreto dos Egan, eu precisava de um carro para vir para casa; escolhi a velha companheira Alfa Spider. Leve, ligeira, delicada. Um amor. Para apresentar aos pais. Para levar à missa no domingo. Para levar almoçar na casa da vó no domingo...

Hoje, depois da chuva feia do final de tarde, duas travas foram destravadas e do meu banquinho, travado no meio do trânsito paulistano, joguei o teto para trás e voilá! As estrelas me aguardavam me olhando lá de cima. Lovely. Just Lovely.
P.S.: Vale notar que, procurando fotos para ilustrar o texto, o Google devolveu como resultado da busca de fotos de Corvette 1972 uma mulherzinha bem vulgar em poses idem sobre uma Corvette. Logo, não sou só eu não...
P.S.2: Post devidamente corrigido pelo autor. Aos Pasquales de plantão, o autor recomenda Veríssimo.
P.S.3: Preaching to the wrong choir perhaps, mas aos cricas de plantão, LEIAM o texto. Eu gostei da Corvette. Gosto de Corvettes. Mas essa aí de terceira geração é vulgar demais. Não gostaria de ser pego morto numa. E o texto nem sobre a Corvette era!