google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Depois de 50 anos, a Bentley vai aposentar seu potente V8, este um derivado do motor Rolls-Royce que teve origem no Bentley S2 de 6,2 litros, que depois, em 1968, foi aumentado para os atuais 6,75 (ou six and three-quarters, como é conhecido no continente europeu). Junto com ele, o modelo Arnage também será descontinuado.

Para tal evento, será lançada uma série especial de 150 carros, denominada Arnage Final Series, tido como um dos carros mais desnecessários da atualidade. Como podem achar desnecessário um sedã caríssimo, de alto luxo, com potência e torque necessários para girar o mundo ao contrário?? Esses críticos.....


Em 1954, Zora Arkus-Duntov, que ficaria famoso depois como “Mr. Corvette”, estava em seu segundo ano como engenheiro na Divisão Chevrolet e ainda sonhava com a sua carreira como piloto de competição. Nos dois anos anteriores tinha participado da 24 Horas de Le Mans dirigindo Allards de seu velho empregador, Sidney.

Nesse ano, acabou sendo convidado pela Porsche para dirigir um 550 Spyder de 1,1 litro e 72 cv na famosa corrida. Como a GM andava em negociações com a Porsche a respeito de patentes de sincronizadores e suspensões independentes traseiras (a serem usadas no futuro Corvair), Zora acabou indo correr com permissão de Ed Cole, com os custos pagos pela Chevrolet e ainda recebendo os dias como trabalho. O plano era que após a corrida Zora passasse algum tempo na Porsche em Stuttgart-Zuffenhausen.

Pois bem, Zora acabou ganhando a corrida na classe 701-1.100 cm³ (talk about bragging rights), para total alegria sua e da Porsche. Como o russo era extremamente carismático e falava bem alemão, acabou desenvolvendo sólida amizade com o bigodudo e divertido Barão Huschke von Hanstein (gerente de competições da Porsche) e com Ferry Porsche Himself.

Durante a corrida, Zora tinha percebido que o comportamento em curvas do Spyder deteriorava sobremaneira quando o tanque de combustível esvaziava. Lógico, a distribuição de peso se alterava com o tanque dianteiro e motor entreeixos traseiro daquele carro levíssimo.

Zora sugeriu a Helmuth Bott (engenheiro de suspensão) alguns desenhos de barra estabilizadora dianteira para resolver o problema. Nesta época, a Porsche testava carros na rua. Já a GM usava o vasto campo de provas de Milford, que contava inclusive com “skidpad” (para quem não sabe, um círculo de concreto imenso, 200 pés (61 metros) de diâmetro onde se faz curva até o limite de aderência), e tinha zilhões de procedimentos, experiência, e principalmente, métodos de medição e comparações objetivas, vindos na maior parte de Maurice Olley, segundo Zora o homem que mais entendia de suspensão na face da Terra.

Zora apresentou tudo isso a Bott e à Porsche; arrumaram uma pista de aeroporto vazia para simular o skidpad e Zora ajustou barras estabilizadoras dianteiras de vários Porsches lá. Ensinou método, trocou experiências.

Carros transformados da água pro vinho, Zora para sempre no círculo de amizades dos cabeças da Porsche. Zora deu a Bott uma cópia do livro de seu chefe Maurice Olley, "Road Manners", e traduzido, este livro virou bíblia na Porsche. Por anos, Zora se correspondeu e trocou experiências com Bott, Barão e Ferry Porsche.

E todo Porsche, a partir do ano-modelo 1955, teve uma barra estabilizadora lá na frente....

MAO

Para saber mais:

Zora Arkus-Duntov: The Legend Behind Corvette – Jerry Burton


Durante muitos anos, circuitos de corrida sinuosos e de curvas desafiadoras estiveram longe do target de desempenho dos carros americanos. Mas pelo que podemos ver, atualmente esta situação está mudando.

Diversos fabricantes de automóveis utilizam pistas especiais de testes para desenvolver seus veículos, mas uma delas vem sendo uma atração à parte. A seção norte (Nordschleife) do circuito alemão de Nürburgring, ou "The Ring" para os íntimos, cada vez mais é utlizado como pista de desenvolvimento e calibração para carros de produção. Com seus 20,8 km de extensão e todos os tipos de curvas, em subida acelerando, descida freiando e longas retas, representa um excelente terreno para acerto de chassi.

Como era de se imaginar, por muitos anos o domínio dos melhores tempos de volta foram dos carros europeus, esportivos feitos para trafegar velozmente nas estradas sinuosas do Velho Continente, mas os americanos estão se mostrando mais eficientes em acertos.

Quem dizia que carro americano só anda em linha reta, pode começar a rever seus conceitos, pois o recorde da pista é de um Dodge. Ok, ok, é um Viper ACR, que não deixa de ser um carro de corrida levemente amansado para andar na rua, mas é street legal mesmo assim, e está na lista oficial. Se não quiser aceitar esse tempo como recorde de carros de produção e legalizados para andar nas ruas, vejamos o próximo carro. Quem diria, um Corvette, com seus feixes de mola e motor com pushrods... São carros esporte de alto desempenho, foram feitos para serem rápidos em autódromos também. Mas um outro golpe dos americanos deixou todos surpresos, com um Cadillac (sim, um Cadillac, aquelas barcas de 16 m de comprimento de antigamente) sendo o sedã mais rápido ao redor do circuito, desbancando os tão aclamados sedãs esportivos alemães como os Mercedes AMG e os BMW M-Series.

Podemos nos questionar se esses tempos são realmente verdadeiros, coisa que vem sendo colocada em dúvida nas recentes discussões sobre os carros que marcam esses tempos, se eles não são carros de produção preparados especificamente para registrar excelentes voltas, como vem sendo questionado o Nissan GT-R (antigo Skyline), mas isso é conteúdo para outro dia.