google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): Opala V-8
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Fotos não creditadas: MAO/AE

Divulgação

“I have walked through many lives,
some of them my own,
and I am not who I was,
though some principle of being abides,
from which I struggle not to stray.” - Stanley Kunitz


(Eu passei por muitas vidas,
algumas delas minhas,
e eu não sou quem eu era,
embora algum princípio de ser permaneça,
de qual me esforço para não desviar.)


Andy Warhol, e depois o Dr. House do seriado televisivo, diziam que, ao contrário do que diz o famoso ditado, o tempo não muda nada. Nós é que devemos mudar as coisas, e se deixarmos elas como estão, assim elas permanecerão. Apesar de ser uma grande verdade, pessoalmente acredito que o tempo muda tudo sim. Uma mudança não de substância, mas sim de perspectiva.

As coisas não mudam, permanecem iguais, mas somos nós que somos sempre diferentes, a cada dia que passa. Vemos as coisas de modo diferente do que víamos no passado, entendemos coisas que não entendíamos antes. Para nós, como pessoas, o tempo muda tudo.

E particularmente acredito que o tempo muda de forma definitiva a forma que vemos alguns carros. Coisas que eram desinteressantes e banais parecem agora incrivelmente legais, e coisas que eram interessantes, são esquecidas.

A prova disso é que, desde que escrevi sobre o que estava querendo comprar este ano, tudo mudou. Não poderia nem imaginar que ao invés de comprar algum daqueles carros zero-km, ia acabar vendendo o Cruze, sim, mas que ia substituí-lo por um Citroën Berlingo com 13 anos de idade. Na verdade, se em 2001 você me dissesse que um dia eu teria um Berlingo, ia rir até cair de minha cadeira. Ainda mais um Berlingo verde por fora E POR DENTRO.

Mas foi exatamente o que aconteceu. E isso não porque o Berlingo mudou nesses 13 anos, e sim porque, como disse o poeta, eu não sou mais quem eu era. Graças a Deus.


Por que começar pelo motor? Porque o projeto começou assim, comprei o motor sem ter o carro. Encontro o AG no banco e ele me fala: "Xará, consegui um motor barato, um 350 encamisado mas inteiro, virabrequim bom, e ainda vem com coletor de admissão e um carburador quádruplo. Oitocentos dólares". Nessa época (olhem o ano do catálogo) o dólar estava pouco acima de 1 real, achei bem razoável e paguei o motor. Já poderíamos começar.

A internet ainda estava engatinhando e o que ainda funcionava bem eram os catálogos, e o da PAW era do porte de uma lista telefônica das boas. Já folheei esse catálogo incontáveis vezes, é impressionante a variedade de material de performance que os americanos têm à disposição para os motores mais tradicionais deles. O AG, nessa época, já contava ter feito uns 100 motores V-8, e a orientação era de um carro forte, mas sem exageros, até porque o Opala é um carro bem mais leve do que as barcas americanas.


No fim de semana que passou me inscrevi na 8ª etapa do Campeonato de Arrancada da Federação de Automobilismo do Estado do Rio de Janeiro (Faerj), na categoria desafio (DES), onde entra qualquer carro que ande acima de 15 segundos no quarto de milha. Capaz desse Opalinha vinho aí em cima andar abaixo dos 15 segundos, mas como o carro estava há muito tempo parado, levamos assim mesmo.

Infelizmente o carro cortava em 4 mil rpm nas duas primeiras marchas, em terceira e quarta ele conseguia subir mais a rotação se o pé não fosse no fundo. Ou seja, fui de teimoso mesmo, porque o carro estava bem aquém do ideal.

Mesmo assim não foi dos piores, consegui fazer na melhor passagem 16,3 segundos, o carro cruzando a linha a 5.000 rpm em 4ª, o que corresponde a mais ou menos 165 km/h. Tenho certeza que com o motor funcionando liso e podendo encher 1ª e 2ª como se deve, sem perda de tempo, e subindo de rotação nas outras marchas sem falhas, deve dar para passar lá com uns 500 rpm mais.

Agora só ano que vem, mas podem ter certeza que estarei na primeira etapa do ano com o carro funcionando direito, e aí vamos ter uma idéia do que o Opaloito é capaz.

AC

Conheci o Alexandre Garcia no Banco do Brasil, trabalhamos juntos uns anos lá, para desespero de nossos chefes, pois o papo sobre carros era inevitável. Por sorte deles nossos turnos eram diferentes, nos encontrávamos apenas por um hora, o suficiente para colocar o papo automobilístico em dia. Em poucos dias percebi que o sujeito não era exatamente normal: propôs de cara tentarmos colocar um 2-litros de Tempra no Mille ELX que eu havia acabado de comprar. E me falou de um carro legal que ele tinha, uma Caravan com motor V-8.