google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): Alexandre Garcia
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Em 1998 viajei com o amigo AG para os EUA, mais precisamente para New Jersey, ao encontro de um outro amigo, o Paulo, que lá morava, e também para visitar um grande swap meet que acontecia na pista de arrancadas de Old Bridge Township, em Englishtown, NJ.

Em tempos pré eBay, os swap meets (encontros de trocas) eram comuns por todo o país, era onde rolava o troca-troca de peças de carros, além de eventos durante a semana na pista de arrancadas. Arrematei um jogo de pistões sobremedida novos para 318 Dodge, por 60 dólares, e o AG conseguiu encontrar a grade dianteira do ‘Cuda que ele tanto precisava. No último dia tivemos que ir à locadora e pedir para trocar o Dodge Stratus por uma minivan, para conseguir transportar tudo em uma só viagem até o aeroporto. Nem precisa dizer que ainda rolou muito papo (e grana) para conseguir embarcar tudo no voo.


Conheci o Alexandre Garcia no Banco do Brasil, trabalhamos juntos uns anos lá, para desespero de nossos chefes, pois o papo sobre carros era inevitável. Por sorte deles nossos turnos eram diferentes, nos encontrávamos apenas por um hora, o suficiente para colocar o papo automobilístico em dia. Em poucos dias percebi que o sujeito não era exatamente normal: propôs de cara tentarmos colocar um 2-litros de Tempra no Mille ELX que eu havia acabado de comprar. E me falou de um carro legal que ele tinha, uma Caravan com motor V-8.


Prezados leitores,

Eu ainda estou vivo e bem atarefado, por isso o sumiço. Mas como não existe bem que para sempre dure e nem mal que nunca se acabe, voltei.

Antes de contar o que me traz aqui de novo, umas historinhas.

As coisas são assim, umas nos atraem e nos causam alegrias, outras nem tanto. Por exemplo: eu gosto de cães. Não de qualquer cão, mas de alguns. O que não me impede de ser legal e tratar aos outros cães, mesmo de raças que não curto muito, bem. Bem até demais. Então, no meu coração de ogro, tem lugar para os meus amados Huskies, para os meus queridos pastores alemães, mas eu não consigo deixar de fora um vira-latas doentinho que me pede ajuda. Claro, sempre tem um amigo veterinário que me ajuda a remendar os coitadinhos quando eles (e eu, claro) estamos desamparados. Assim entre idas e vindas, acabei com uns amiguinhos a mais que me alegram nos meus momentos de lazer aqui no meu pântano seco do cerrado.

Outra coisa muito importante na vida são os amigos. Os cachorros são excelentes amigos, claro, mas temos amigos de verdade, pessoas bacanas que sempre fazem nossa vida ser mais legal. Uma vez eu li que amigos são a família que Deus nos permite escolher, assim, devem ser sempre prestigiados e tratados com carinho e amizade infinitos.

Há uns tempos, em uma de minhas viagens pelo país, encontrei com um amigo meu, e ele estava muito feliz. Ele tinha acabado de realizar um sonho antigo, de comprar e ter um supercarro, algo fora do lugar-comum, algo que ele realmente sentisse prazer em ter. Esse amigo comprou um Porsche 1984. Impecável, muito legal, muito bacana. E numa terça jantamos juntos em sampa, e ele foi ao jantar com o Porsche. Como estava um trânsito brabo, acabei por apenas dar uma olhada. Para facilitar, como eu sou Alexandre, com A, vamos chamar meu amigo de B.


Meu pai era mecânico, se formou no Senai nos anos 50/60, era um cara muito técnico, numa época de parcos recursos. Mas era só um reparador, não tinha nosso entusiasmo. Eu não tive tempo comum com ele em mecânica porque meu foco sempre foi outro, fizemos muito pouca coisa juntos. Eu comecei engenharia e não terminei e tinha uma visão de autos muito diferente da dele. Ele até entendia minhas coisas, mas nunca curtiu ou amou isso verdadeiramente.

Eu comecei a mexer em carros relativamente cedo. Manutenção normal me parecia muito enfadonho, algo que eu fazia com muita facilidade, e chegava a ser sem graça. Mas eu precisava vivenciar se quisesse ir em frente; e eu queria, e muito. Por limitações financeiras sabia bem que só teria meu tão sonhado carro se o mantivesse e se arrumasse dinheiro mantendo carros de terceiros.

O primeiro carro comprado, em 1982, foi um Dart 76 coupe 4 marchas. Eu queria mesmo um Opala 250S branco, coupe 75, mas não tinha dinheiro para tanto. Pensava em um Maverick V-8, mas quando achava um pagável, era lixo. Sobrou o Dodge, o primeiro que fomos ver, meu pai comigo, compramos e reformamos rápido. Ficou muito legal e está aqui comigo até hoje, 27 anos depois. Fiz tudo o que tinha sonhado com ele, eixo Dana 44 com blocante, cambio wide ratio, subframe connectors, 360 (não queria bigblock nele) e tudo mais. E o melhor: eu fiz esse carro todo, só não o pintei sozinho com o passar do tempo.

Depois veio um RT 75 bem destruído que eu acabei vendendo. Depois outro 75, quase tão ruim quanto o primeiro, mas que eu refiz todo também e tenho até hoje. Ele tem um 318, tudo forjado, eixo curto com blocante, bem legal.

Depois a Caravan. Era do meu pai. Um dia sai com ela e me acidentei, destruí o carro. Ele já estava doente e disse para eu jogar no ferro velho. Comprei os cacos e consertei. Era 4 cilindros, virou 6 cilindros, meti um 283, depois troquei por um 307, bloco rachado, troquei de novo por um 350, e depois por outro, que está lá até hoje, feito em 1996. Um carro legal, malicioso, rápido e bacana, a “Cadeira Elétrica”. Esse carro foi feito em 1991, um ano bom para mim e minhas maluquices. Talvez minha obra mais legal, meter SBC em Opala.

Tive um Maverick V-8, que num momento de bobeira vendi. Tive também um Impala 63 coupe, que por nunca conseguir um 348/409 desisti e também e vendi.

Pela minha garagem também passou um Galaxie americano 1967 coupe, 390, C6 e 9", acabei vendendo também.

Um dia encontrei uma Belvedere 4 portas 68 num ferro velho, comprei-o em 1989, tenho até hoje, era 6, virou 318 e aetá virando 383, mecânica toda pronta e na mão, só falta tempo para instalar. O Belvedere ainda precisava de muitos detalhes para terminar de montar sendo muita coisa igual ao Dart.

Adquiri um Gran Sedan 78 e ia matá-lo. Mas o carro era tão bom de dirigir e estava em tão bom estado e eu tinha um 383 sobrando. Desisti de matá-lo, comprei um monte de peças avulsas, consertei o Belvedere todo e ainda consertei esse Dart também incluindo a instalação do 383.

Hoje isso é mole, mas em 1991, sem internet, sem Schumacker Creative industries e sem o www.bigblockdart.com, foi uma bela dor de cabeça. Mas eu venci. E o carro ficou o cão, especialmente depois de toda a adaptação feita e eu acertando o motor como deveria ter feito logo de primeira. “Acho que me empolguei um pouco, comando 296° sólido, 5,25” de levante, 11,5/1 de taxa, válvulas enormes, pistões forjados e carburador Holley 930 cfm. Não podia mesmo ser muito bom de andar na rua. Mas foi a segunda boa idéia que tive em 1991. Bigblock Dart rules, man!

Depois teve mais um Valiant 68, também cão sem dono de ferro velho, reformei todo, deixei tudo zerado, 318 4 marchas, etc.

Tenho a Dodge D100, minha primeira picape, uma lata de lixo ambulante que fui ajeitando aos poucos, e ficou bacaninha. Um dia pintou a Ram e veio a aposentadoria da D100 em garagem coberta, sem sol, sem chuva com carregador de bateria e compressor para manter os pneus sempre cheinhos.

Como pagamento de dívidas, recebi um Opala coupe, e o sonho do 250 se realizou. Mas é um coupe 73, 4100, comando Crane 280/290 sólido, válvulas 2.02 e 1.60, headders, clifford intake e holley 390 cfm de Nascar. Um bom conjunto.

Tenho um Camaro 68 com 400 e um Chevelle 67 coupe com 454, em eterno processo de montagem, e um outro Dart. Esse era 4 portas, eu queria um sedan 2 portas, troquei as laterais, as portas e as colunas. Algum dia ele ficará pronto. Aí vai ganhar um 426 wedge com tudo amecanico e já pronto e aguardando.

E pelo arrependimento de ter vendido o Maveco, dia desses montei um Opaloito para um amigo, e ele me deu outro Maveco como parte de pagamento. Eu nem tentei resistir. Apesar de 6 cilindros, estou amarradão nele!
Tem um cara que eu admiro muito chamado Steve Magnante. Moparzeiro de carteirinha, um cara que tem entusiasmo por um slant six e o mesmo tempo por um Hemi.

Ele tem um Dart 67, vermelho com teto preto, e eu amo esse carro. É um sedã 2-portas, não um cupê hardtop como os que tivemos aqui. Tem um motor Wedge normal com cabeçotes stage V, que são uma forma de montar um Hemi num bloco Wedge comum. Uma das muitas coisas bacanas que ele fez, e de quebra escreveu uma longa história em algumas revistas automobilísticas contando essa e outras fanfarras sobre automóveis, como um tutorial do buzzin' half dozen, um completíssimo guia de como fazer um muito bacana /6 com 232 polegadas cúbidas usando tanto um bloco de alumínio do início dos anos 60, quanto um regular de produção de ferro fundido.

Um cara muito gente boa.