Começamos por este post uma série de citações de veículos que a partir deste ano de 2012 tornam-se elegíveis à tão cobiçada placa preta por terem feito 30 anos de idade. Com esse tempo de vida, carros estrangeiros podem ser importados para nosso país legalmente, o que sempre aumenta a gama disponível para os entusiastas e colecionadores.
A idéia destes posts veio do excelente blog Hemmings, que a cada ano relembra os carros que completaram 25 anos e nos Estados Unidos já são considerados colecionáveis. Pela nossa realidade tupiniquim, achamos que 30 anos era mais adequado, justamente pela placa preta e a importação.
Começamos por um guerreiro oriental, o Mitsubishi Starion Turbo, lançado em 1982 do Japão para o mundo. No começo dos anos 1980, os fabricantes japoneses estavam enlouquecidos com a febre dos GTs de pequeno porte e desempenho notável. Nesta época, o mundo conhecera o Mazda RX-7, o Toyota Supra e o Trueno, marcos do desempenho de baixo custo.
Começamos por um guerreiro oriental, o Mitsubishi Starion Turbo, lançado em 1982 do Japão para o mundo. No começo dos anos 1980, os fabricantes japoneses estavam enlouquecidos com a febre dos GTs de pequeno porte e desempenho notável. Nesta época, o mundo conhecera o Mazda RX-7, o Toyota Supra e o Trueno, marcos do desempenho de baixo custo.
A Mitsubishi não queria ficar para trás nesse novo mercado e entrou com força quando apresentou o Starion. O nome tem sua origem da Estrela de Orion (Star of Orion), mas há quem diga que o nome seria ligado a palavra stallion (garanhão). O carro foi trazido para as Américas também sob o nome Conquest (conquista) e representado pelo grupo Chrysler.
O pequeno GT tinha linhas angulares, vincos fortes, faróis escamoteáveis, capô longo e traseira com vidro panorâmico, bem similar ao famoso e mais bem-sucedido Trueno, e também lembrava os Porsche 924. Havia a opção de uma carroceria com pára-lamas mais pronunciados, o chamado kit widebody. O coeficiente de arrasto aerodinâmico era na casa dos 0,32, muito bom para a época e mais eficiente que a maioria de seus concorrentes.
O carro tinha bom desempenho, com suspensão independente tipo McPherson nas quatro rodas, seu chassi era uma evolução do antigo Galant cupê. A configuração clássica de motor dianteiro e tração traseira com diferencial de deslizamento limitado reforçava a característica esportiva do carro.
O motor quatro-cilindros turbo era diferenciado dependendo do mercado consumidor. Para a maioria das aplicações, o motor era o Sirius 4G63 de 2 litros de comando único no cabeçote, que é o avô dos modernos motores do Lancer Evo na sua versão de duplo comando.
Para os americanos acostumados aos grandes V-8 de baixas rotações, o motor era o 2,6-litros SOHC Astron 4G54, com mais torque mas praticamente a mesma potência, que variava de 155 a 235 cv dependendo das configurações de turbo e versões do carro e mercado. Uma versão com motor de aspiração natural foi lançada também para o mercado japonês, mas foi descontinuado logo devido à procura muito baixa.
Devido ao desempenho favorável do chassi, o carro teve um bom histórico nas competições automobilísticas tanto americanas e japonesas, quanto européias e na Austrália.
O Starion foi fabricado até 1989, tendo até uma versão de tração integral no final da vida oriunda de uma tentativa de homologar o carro para participar do Campeonato Mundial de Rali no Grupo B, utilizando sistema de tração reforçado da Pajero, mas não conseguiu a homologação necessária antes do fim da vida do Grupo B. Um modelo experimental inclusive venceu o Rali Paris-Dacar de1983 na categoria Experimental.
Em 1986, a revista What Car? avaliou o Starion Turbo contra o Porsche 924S (o texto completo pode ser visto aqui), onde o representante da terra do sushi foi mais veloz que o Porsche por uma milha por hora, e também melhor na aceleração (0-100 km/h, feita em 6,8 s contra 7,5s do 924S. A revista ressalta a melhoria no lag do turbo do Starion e também na progressividade do motor. Mas nas retomadas o Porsche retoma a liderança, assim como no comportamento dinâmico. A vida a bordo é considerada melhor no Starion.
Ao final da vida, o Starion havia conquistado o espaço que a Mitsubishi queria no mundo dos esportivos acessíveis, abrindo caminho para o Mitsubishi GTO / 3000GT (dependendo do mercado, recebia um dos nomes).
Muito legal esta ideia de relembrar carros q estão fazendo 30 anos. Mais legal ainda é relembrar um japonês, que creio passarem desapercebidos da maioria dos antigomobilistas brasileiros.
ResponderExcluirSó uma ressalva referente ao último parágrafo: Mitsubishi GTO era o nome dado ao 3000GT no mercado japonês. Ou seja, são os mesmos carros.
Vitor,
ResponderExcluirObrigado, o último parágrafo foi reescrito para tirar a dupla interpretação.
abs,
Dodge Stealth?
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ResponderExcluirMilton
ResponderExcluirMuito legal a abordagem da sua matéria.
Anos 80 - além dos grandes nomes como Porsche 911 3.2 , Ferrari 328 GTs e Gtb, muitos carros legais vão entrar nesse rol de colecionáveis que podem ser importados!
Numa linha mais em conta , eu muito gostaria de um MG ou um Nissan Datsun 240Z.
Imaginem em 2014 os fantasticos Mercedes 190E 2.3 estarao completando 30 anos e poderao ser importados...
Milton,
ResponderExcluirGostei muito da idéia e quero ver os próximos posts sobre o assunto. Mas, fiquei com uma dúvida: Se encontra peças com facilidade, nos EUA (pelo menos), para essa belezinha?
Marcelo,
ResponderExcluirNão parece ser muito dificil encontrar peças para esse carro. Existem muitos itens aftermarket especialmente de preparação. Imagino assim que o mercado de reposição também deve ser bom. Se não for nos EUA, Japão provavelmente terá.
abs,
Alguem sabe que impostos são pagos na importação de veiculos colecionaveis com mais de 30 anos?
ResponderExcluirAlguem sabe que impostos são pagos na importação de veiculos colecionaveis com mais de 30 anos?
ResponderExcluirOs primeiros eclipse que chegaram por aqui 91,92,93 lembram muito este carro;
ResponderExcluirE nesta de 30 anos fico com RX-7, Skyline, Supra, NSX;
O RX-7 de primeira e segunda geração tem o caracteristico vidro traseiro também muito parecido com este mit.
Milton Belli ou quem do blog que entender disso,
ResponderExcluirVocês poderiam fazer um post sobre a dúvida do Realpower, sobre procedimentos para importação de veículos.
Seria bem interessante.
- Osmar Fipi
Milton,
ResponderExcluirBelo post. Vou guardar e caso voce continue, vou fazer uma lista e enviar para um amigo meu que mora em Los Angeles para procura-los. São carros relativamente baratos na California.
Abraço, Luiz
Faça um post falando sobre o 3000gt!!!
ResponderExcluirGostei do post citando um japa como carro colecionável.
ResponderExcluirAntigomobilista brasileiro só quer saber de carro alemão, italiano ou ianque. Até carro inglês e francês é difícil de ver nos eventos.
Depois de conhecê-los melhor, acho esses carros japas antigos sensacionais!
Talvez os antigomobilistas brasileiros não dão a devida atenção aos antigos japoneses pelo fato deles não terem tido presença nos sonhos destes em sua juventude. Nem no caso do brasileiro e nem no caso de americanos ou europeus antigomobilistas também.
ResponderExcluirOutra barreira à popularização destes no ocidente pode ser atribuida à direção do lado direito. Não deve ser muito legal ter um Japa antigo rodando por aqui e correr o risco de andar com ele na rua e se envolver em um acidente devido à falta de visibilidade do lado esquerdo.
Outra hipótese em relação a falta de atenção pode ser atribuida ao fato de a indústria automotiva japonesa ser recente, se comparada aos ianques e europeus. Mais recente ainda é o tempo em que nós, ocidentais, finalmente chegamos a conclusão (meados da década de 1980 e início de 1990, creio eu) de que os japoneses oferecem excelentes produtos. Talvez o marco desta constatação tenha sido quando o Honda Accord tornou-se em 1991 o modelo mais vendido dos EUA.
Por fim, se estudarmos a fundo a história de muitos carros japoneses independente de serem esportivos, populares ou luxuosos, veremos que, o que havia de melhor (e com toda razão) só era oferecido na terra do sol nascente: Versões exclusivas, motores mais potentes, itens de conforto e segurança que ainda são raros por aqui já eram oferecidos no Japão a muito tempo. É só dar uma olhadas nos posts do MAO, com brochuras de alguns carros japoneses, para entender do que estou falando.
Enfim, para muitos ocidentais, desde a década de 60/70, carros japoneses eram só mais alguns dentre muitos oferecidos no mercado. Eram carros sem sal, sem entusiasmo algum. Talvez não imaginassem o quanto aquele Starion ou RX-7 na garagem deles, fabricados 1982 e em suas versões feitas exclusivamente para o mercado japonês, poderiam andar na frente de um verdadeiro Porsche.
P.S. Tem uma galera querendo ver história de 3000GT e NSX. Esses carros só foram lançados no início da década de 90. Não fizeram 30 anos ainda!
Vários carros interessantes foram produzidos no Japão dos anos 80 e não são conhecidos pelos brasileiros ou tem uma imagem ruim devido a comentários deturpados oriundos do mercado americano (é bizarro mas já vi isso). De qualquer forma ele merece mesmo ser lembrado, assim como vários outros pequenos esportivos, onde provavelmente os RX-7 e Trueno/Levin estarão figurando na lista no devido tempo.
ResponderExcluirPena que eu tive que lembrar da placa preta, que de garantia para um carro antigo virou item de exclusão de acordo com o humor do clube do frisinho...
Tem um filme japonês chamado SS Special Stage onde o carro do protagonista é um Starion, fica a dica de filme. Achei muito bom =)
ResponderExcluirMB,
ResponderExcluirbela dica para quem tem uma verba para sua coleção !
É um belo carro, visualmente muito interessante.
A única coisa que estraga é aquele volante com raios em V invertido, maldita mania dos designers do início dos anos 80. Parece que eles competiam para ver quem faria o volante mais feio e de pior pega.
Victor Gomes,
ResponderExcluirDiscordo de parte do que você disse, principalmente com relação à direção do lado direito. Fosse assim, os carros da embaixada do Reino Unido, Austrália e Índia viveriam batidos! E isso não é um chute, moro em Brasília e já vi várias vezes carros de embaixada com a mão inglesa. Mão inglesa não é igual a cegueira do lado esquerdo.
Hoje com um pouco de pesquisa e boa vontade, dá pra montar uma coleção diferente do conjunto corvette-belair-mustang-mercedes-alfa-nacionais que se vê aos montes por aí, com carros representativos, muito interessantes e que fogem completamente ao lugar comum. E com mão esquerda, se isso é o problema.
O painel, da foto, é bem similar àquele dos VW Gol GTS, chamado painel satélite. Será que foi dali a inspiração? Se foi, mandaram bem.
ResponderExcluirSó trocaria esse volante do Starion (parecido com o volante dos Opala Diplomata), por um esportivo de rally, com cubo de encaixe rápido e três raios. Ivo Junior.
Bom dia,
ResponderExcluirAlguém sabe o procedimento para importação?
Abs,
Gosto muito desse carro, teria um wide-body "in a heartbeat".
ResponderExcluirÉ uma cópia do 924, mas tudo bem.
Para importar consulte uma empresa especializada, tem várias anunciadas na Classic Show, a Fronteiras tem um simulador bem legal.
Mas o preço assusta.
McQueen
Tem um desse no meu bairro e estou negociando a compra, um vermelho, o carro esta sem motor e parado a quase 10 anos, mas em bom estado geral, alguem tem ideia de quanto vale esse carro?
ResponderExcluiro motor, é simples, ja que a versão japonesa um o mesmo motor da eclipse.
Algum tem ideia do valor? tenho medo de fazer um mal negocio. o carro é raridade, parece que só tem 2 no pais
Olá ,amigo. Estou tentando contato mas tá dificil,caso vc não tenha recebido minhas mgs ,eu tenho 01 Starion 1985 p/ vender ,estive lendo que tem 01 no seu bairro ,segundo o consulado americano ,eles acham que tem 02 no Brasil mas não tem certeza ,caso tenha interesse em compra posso fazer preço legal e se vc não se incomodar em trocar ideias comigo posso comprar essa do seu bairro ou vender a minha ,obrigado por tudo.. marcosjscosta@ig.com.br
ExcluirBoas,
ResponderExcluirtenho um dodge conquest de 84 que tem o mesmo motor que o starion 2.6, preciso de um servo freio de travão, alguem pode ajudar? email- josecostanch@gmail.com