No Salão de Los Angeles de 2007, a empresa francesa Faurecia Interiores apresentou algo inédito. A modernização de um carro de projeto antigo, o Tatra 603, um carro checo de motor V-8 traseiro refrigerado a ar, que faz a alegria de quem gosta de carros diferentes.
O V-8 refrigerado a ar.
foto: Wikimedia
O carro usado para o trabalho foi fabricado em 1973, e todas as áreas onde a Faurecia Interiores atua foram alvo de criação de novos componentes. Isto abrange painel de instrumentos e de acabamento de portas, bancos, todos os revestimentos internos conhecido popularmente como tapeçaria e as tão importantes coberturas de airbags, peças pouco notadas pelo consumidor, mas que requerem muitas horas de trabalho para serem aprovadas e consideradas seguras.
As modificações foram extensas, inclusive alterando a estrutura do carro, como podemos ver pela coluna "B" (central) removida. Além disso, as portas traseiras passaram a ser do tipo suicídio, abrindo para trás. A coluna "C" foi deslocada 100 mm para trás.
A aparência é espetacular. Um carro de design antigo, apesar de bastante moderno para a época em que foi lançado (1956), com todo um interior de moderna tecnologia, inclusive com itens ainda e serem adotados em produção, como o apoio de braço da porta regulável, tanto manualmente como por assistência elétrica. O assento do banco do motorista sobe quando se abre a porta, facilitando entrada e saída.
Apesar de não ser novidade, o assoalho móvel, tipo gaveta, do porta-malas (onde está o motor no carro original), que facilita muito a movimentação de bagagens, foi incluído nesse carro, fruto de um trabalho muito bacana de um tipo de empresa conhecido como sistemista, que tem como característica auxiliar as fábricas de automóveis com projetos completos, desafogando os departamentos de engenharia dos fabricantes.
JJ
A grade dianteira é espetacular!
ResponderExcluirEstava tudo indo muito bem até chegar à ultima foto... Cadê o motor, pô?
ResponderExcluirMuito criativo. Gostei de como um carro antigo ficou parecendo algo futuristico. Muito bom.
ResponderExcluirSaudações.
Não é surpresa que as montadoras e os fornecedores quebrem.
ResponderExcluirGastar dinheiro bom numa porcaria dessas é jogar dinheiro fora!
Só deve ter mais uns dois ou três Juvenais pelo mundo que gostarão disto!!!
E todos sem dinheiro pra comprar nada!! Rá rá!
SB(c)
Gosto da idéia. Conceitos são justamente pra provocar, experimentar e avaliar. E o fato de usar um carro antigo seria uma forma de mostrar que os designers e engenheiros da empresa estão "preparados pra qualquer desafio".
ResponderExcluirProjetos conceituais nunca são (ou não deveriam ser) perda de dinheiro. Eles fazem parte do processo de desenvolvimento de qualquer fabricante. Funcionam como bússolas, apontam um caminho de médio prazo para modelos de linha.
Boa sacada da Faurecia.
Cadê o motor 2?
ResponderExcluirGostei desse conceito. Seria legal ter um Maveric, um Landal, um Opala, um Tempra, um uam alfa 155, até um Niva modernos
Estava tudo indo muito bem até chegar à ultima foto... Cadê o motor, pô? [2]
ResponderExcluirO trabalho é, de fato, espetacular. Se não me engano, já fizeram um trabalho semelhante uma peruinha esquisita, mas com motor de ferrari. Mas cá prá nós, esse tatra é tão feio que chega a ser interessante!
ResponderExcluirAbraço
Lucas
Cadê o motor [3]?
ResponderExcluirNão vai me dizer que passou pra frente e agora é um V8 "comum", refrigerado a água...:/
Sei lá,o carro é tão ridículo que para mim azulejaram um galinheiro,hahahahahah,é a mesma coisa que se gastar 500mil reais de plástica na Hebe Camargo,hahahahaha,certos carros tem que se manter originais, ou então partir para uma releitura geral,tipo New Bettle, SLS, etc...
ResponderExcluirGostei do carro e da mudança no interior, de muito bom gosto. Mas, ao contrário do Leo, achei a grade dianteira muito estranha, preferiria algo mais tradicional...
ResponderExcluirMas é verdade, e o motor, é o mesmo V8 refrigerado a ar, porém montado na dianteira, ou trocaram tudo por outro conjunto motriz?
O motor foi enviado para o Putin, ex-membro da KGB, que deve ter viajado bastante nesses bichos.
ResponderExcluirFB
Colocaram o motori embaixo do banco do motorista para torrar as nadegas de pessoas como eu.
ResponderExcluirPô, muito bacana esse carro! É feio, mas desperta simpatia, e se eu pudesse teria 2, um original e o outro desse jeito, mas com outra grade, pois essa ficou meio bizarra!
ResponderExcluirParabéns Juvenal pelo post, pra ficar completo, só faltou a foto do novo motor...
Pena que a Tatra parou de fabricar carros, antes do comunismo era uma empresa bem à frente do seu tempo. Pra quem não sabe, os seus modelos T77/T87 foram uma "inspiração" fortíssima para um certo Ferdinand Porsche (Qatar, por quê, Jesus?).
ResponderExcluirÉ isso aí, o velho Ferdinand chupinhou as idéias do então chefe de projetos da Tatra, Hans Ledwinka. Ainda antes da Segunda Guerra, a Tatra moveu uma ação contra a recém-criada VW, mas aí veio a invasão da Tchecoslováquia pelas forças do Terceiro Reich e o processo foi engavetado. Terminada a guerra, ele foi retomado e haveria de se arrastar até 1961, quando a VW concordou em pagar a Ledwinka uma indenização de 3 milhões de Marcos, valor considerado irrisório na época.
ResponderExcluirÉ. É um conceito de uma empresa de design e engenharia. Não de fabricante. É apenas amostra de trabalho... Por isso não precisa e não quer ser uma releitura como new beetle...
ResponderExcluirÉ uma provocação no bom sentido...
Já vi duas vezes um pequeno Mercedes desenhado por Ferdinand Porsche em 1937 que praticamente igual ao Beetle... um vi na França e outro na Alemanha.
ResponderExcluirO Beetle foi onde o projeto de Porsche se consolidou, mas as formas e a construção do carro já vinham evoluindo uma década antes.
A VW, atentendo ao governo de Hitler realizou a produção das versões finais do besouro.
O mesmo com o emblema Mercedes destoava completamente dos próprios Mercedes da época...
Em 1995, tive a oportunidade de conhecer o Museu Tatra em Koprivnice, na República Tcheca. Naquela época, eu não tinha a menor idéia sobre essa pendenga envolvendo Porsche e a VW. Pois bem, quase cai de costas ao ver um dos protótipos lá expostos, o V570 de 1932 ou 1933: exceção feita a um ou outro detalhe, era um perfeito fusca!
ResponderExcluirAonde foi parar o motor? e a tração? dianteira ou traseira?
ResponderExcluirSeria interessante um carrinho desses com um motor e tração traseira. Ia dar susto em muita gente por ai.
O conceito de "carro do povo" estava rolando na Alemanha desde a década de 20. Vale lembrar que lá não tinha Ford com seu Modelo T, a maioria (se não todos) os carros eram feitos à mão e eram caríssimos - era comum se comprar o chassis na Mercedes e depois levar para alguém "vestir" o carro. A Volkswagen nada mais foi do que a iniciativa do carro popular patrocinada pelo governo (até porque um parque industrial daquele exigia um investimento absurdo).
ResponderExcluirJá quanto a forma isso é fruto, em parte, do começo dos testes com túneis de vento na década de 20. Ledwinka (que se não me engano era austríaco, como F.P.) não foi o primeiro a projetar um carro com esse formato. De fato ele e Ferdinand se conheciam e "trocavam idéias", mas o último já tinha alguns projetos muito semelhantes engavetados, não foi uma cópia descarada.
Tem um artigo na Wikipédia pt sobre o Fusca com essa história, escrevi lá tudo que sei sobre o assunto.
Caros,
ResponderExcluirnão encontrei foto do motor desse modificado, nem informação SE ele tem motor. Se alguém souber, nos informe por favor.
Ai Ai Ai Ai Juvenal... Esqueceu de tomar o gardenal hj, né???
ResponderExcluirE depois o M3 é que é um lixo, né...
Mas td bem. Vou continuar seu amigo... rsrsrs
Legal, ficaria mais alegal ainda se fizessem uma carroceria com inspiração retrô, como é moda hoje em dia. Eu disse inspiração, não aquelas aberrações do Lata Velha e do Tarso Marques....
ResponderExcluirAlgumas observações: Porsche e Ludvinka eram tchecos, ou melhor, nasceram onde se criou a Tchecoeslováquia depois da primeira guerra nos escombros do Império Austro-Húngaro. Na hora que nasceram não deviam saber se eram tchecos ou não, visto a Tchecoeslováquia ainda não ter sido criada, a não ser que fossem bebês já visionários. Aliás, sequer os pais deles deviam saber também, eram cidadãos do Império Austro Húngaro. Um adotou a cidadania austríaca e outro ficou tcheco, vai se saber a razão.
ResponderExcluirA VW foi fundada pelo governo alemão como empresa governamental e passou a vender uma espécie de álbuns de figurinhas onde quem completava tinha direito ao carro. Veio a segunda guerra e os incautos não viram nenhum carro, sequer de binóculo, todo o parque industrial doado por Henry Ford foi dirigido para a guerra. Ford cedeu as máquinas e a tecnologia de fundição de magnésio-alumínio, ele era um notório anti-semita e gostava de regimes mais fortes. A ironia foi que seu neto, Henry II, acabou recusando a VW em 1948, achou o carro muito esquisito para ser vendido nos USA. Devia ser meio burro esse Henry II, mas como era bem nascido viveu bem.
O Adolf, embora não guiasse, era fanático de carros e discutiu separadamente com Ledwinka e com Porsche sobre o carro do povo, afinal, mesmo que não gostasse de carro teria que fazer politicagem com essa história de carro para o povo alemão, Adolf vivia disso, fazer política. Dizem que foi Adolf himself que passou os desenhos do Ledwinka para o Porsche, mas isso deve ser romance.
De qualquer forma, o conceito do fusca já vinha se desenhando faz tempo. O Mercedes que viram é o Topwagen, um Mercedes pequeno com motor atrás que não teve desenvolvimento, era pequeno, ruim, inseguro, ou seja, era apenas uma primeira idéia. A Mercedes cortou de cara, não era a praia dela fazer carros de povo como não é até hoje. O próprio Porsche chegou fazer uma espécie de fusca com motor radial de 3 cilindros para a Zundapp, mas a coisa não andou, principalmente porque a Alemanha era muito frágil economica e financeiramente na época e as coisas acabavam morrendo. Com a reorganização nazista que se aproveitou de medidas anteriores de golpes financeiros e defaults nos credores, a Alemanha pode se reorganizar e finalmente o projeto andou.
Nos anos 30 existia apenas um carro que poderia se considerar como entry-level na Alemanha, o Dixie da BMW que era um Austin 7 feito sob licença. Era uma carroça muito primitiva e não poderia ser considerado um carro decente e sua ascendência inglesa também não o recomendava. Mesmo a DKW que foi a maior fábrica de motos nos anos 30 ainda estava começando com seus carros dois tempos. O projeto VW era muito mais moderno por ser fruto de anos e anos de projetos e frustrações, um dia decolou.
Esse Tatra é apenas um tunning metido a besta. Aqui tinham uns Tatras nos anos 50, mas não tinham manutenção ou peças e viviam quebrados na rua, no final foram moídos, mas eram carros interessantes e bem melhores que as porcarias americanas que eram a maioria.
por favor, apaguem esses comentários desses Seu Buce fakes....
ResponderExcluirLedwinka nasceu em Klosterneuburg, perto de Viena; Porsche em Maffersdorf na Morávia,então pertencente ao Império Austro-Hungaro. Ambos eram austríacos, pois a nacionalidade na Europa era atribuida pela ascendência e não pelo local de nascimento. Nenhum deles se considerava tcheco e nem os tchecos assim os aceitavam. Mas na Alemanha eram vistos como alemães pois a Áustria fazia parte da etnia germânica. A idéia do automóvel com motor trazeiro já vinha circulando entre o público tedesco desde o início dos anos 20 (vide os modelos Rumpler, o Hanomag Komissbrot, o Goliath Pionier e os Hansa 400-500); seu maior propagandista foi Josef Ganz, engenheiro e editor da revista Motor Kritik; ele propunha um carro popular com aquela arquitetura e creio que tambem andou processando a VW por avançar em suas idéias. Porsche, por sua vez, foi influenciado pelo Benz RH de 1925, um modelo de corridas desenvolvido por Adolf Rosenberger e outros, antes da fusão Daimler e Benz. O acordo VW-Ledwinka parece mais uma homenagem ao grande criador da Tatra, já no fim da vida, que reconhecimento de infração a patentes. AGB
ResponderExcluirA Daimler-Benz fabricou tres veículos de passageiros com motor trazeiro: o 130 (1934-36), o 150 (esportivo com motor central) e o 170H (36-39); o volume atingiu 10 mil exemplares e vários 170H foram vendidos aqui no Sul. Hans Nibel iniciou o projeto em 1930 e utilizou chassis de tubo central, sugerindo que a primazia de Ledwinka era discutível. Esses carros de produção normal não devem ser confundidas com a pequena série de protótipos Porsche executada pela D-B a pedido das autoridades com finalidade de testes. AGB
ResponderExcluirGB,
ResponderExcluireu não tomo nada não, nunca. O motivo principal é não gastar dinheiro.
E o M3 não é lixo, é apenas insosso para toda aquela mecânica.