google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Outro dia numa viagem a trabalho eu assisti vários podcasts automobilísticos durante o voo. Os mais legais são da revista Autocar e de um tal de Motoman que descobri recentemente.

Dois deles me deixaram um pouco pensativo sobre minha vida. Foram entrevistas com Bob Lutz e com o Ralph Gilles em que eles contaram a trajetória de suas vidas e o seu envolvimento com carros, na verdade paixão. A história do Lutz é riquíssima e marcada por muita perseverança, embora não pareça. O menos conhecido Ralph Gilles, hoje presidente da Dodge nos Estados Unidos. Entrou na Chrysler como designer e foi o responsável pelo 300C, Magnum e Charger, além de ter trabalhado nessa última geração do Viper. Ambos tem histórias de sucesso inegável no mundo do automóvel e suas estrelas brilharam mais do que a de tantos outros autoentusiastas. Que coisa maravilhosa ter sucesso profissional fazendo exatamente aquilo que  se ama. Fiquei de certa forma um pouco entristecido por não ter conseguido o mesmo, pelo menos até agora. Guardei esse sentimento.

O generoso primo Arnaldo deixou aqui em casa um filme. Me ligou e disse: "Pega aí na portaria e assiste, é fantástico". Demorei um mês para fazer isso! Acabei de assisti-lo. Ele mudou o meu sentimento anterior. Love the beast, estupidamente traduzido por alguém que não entendeu nada do filme, se chama aqui no Brasil Paixão pela velocidade. Trata-se da história da paixão do ator australiano Eric Bana, de O Incrível Hulk, pelo seu Ford Falcon XB Coupe. Apenas os autoentusiastas natos é que podem entender o filme.

Dirigido pelo próprio Erick Bana, numa mescla de imagens amadoras e outras feitas para o filme, ele pilota o XB no incrível rali Targa Tasmania e colhe depoimentos de várias pessoas, inclusive de um psicólogo, para falar dessa paixão maluca que os autoentusiastas sentem. Tem depoimentos do Jeremy Clarkson e do Jay Leno. Achei que ambos são totalmente insensíveis e não sentem paixão verdadeira. Na edição, que é de primeira qualidade, o filme ainda faz referências a outro clássico, o Grand Prix. Tem mais uma coisa que gostei no filme: o carro, ou a paixão por ele, é um catalisador de amigos.

Minha ideia aqui não é contar o filme no intuito de convencer ninguém a gastar um dinheiro para comprá-lo e tê-lo na coleção. Para quem é leitor do AUTOentusiastas meia palavra basta. Custa R$ 24,90 na Saraiva.

Mas o que mudou o meu sentimento relacionado aos podcasts? O fato de que no filme fica claro que o bem-sucedido trabalho de ator não é exatamente o que move o Eric Bana. É apenas um meio para que ele possa desfrutar sua verdadeira paixão. No meu caso tenho desfrutado a minha de uma maneira mais modesta, fazendo esse blog com amigos especiais e leitores que também sentem o mesmo tipo de paixão.

Fiquei aliviado.

Bom filme.

PK
Foto: Jornal de Curitiba
Acho que a foto acima, que espelha o clímax do GP da Hungria, disputado hoje, serve de cala-boca  definitivo para os detratores de Rubens Barrichello. É preciso muita determinação, estar bem consigo mesmo e com a máquina para manter o acelerador no fundo diante de uma situação de alto risco com a da foto. Não é para qualquer um.
Desde que Schumacher apareceu no cenário da Fórmula 1, em 1991, nunca o vi efetuar uma ultrapassagem arrojada como as várias de Barrichello ao longo de sua carreira de 17 anos na F-1. Piloto excepcional, o alemão? Sem dúvida, mas passar "na marra", no peito, por fora, estou para ver.
Mas já o vi dar um totó em Damon Hill para tirá-lo da prova e, fora do carro, ficar de costas rindo para a câmera de tevê
Parabéns desse autoentusiasta, Rubinho, e sei que não estou sozinho nesse aplauso.
BS


Seguindo com o que achei interessante no Tampa Bay Museum, vêm os Tatras exibidos lá. Eles estão representando uma outra forte vertente no desenvolvimento do automóvel, o motor traseiro com tração traseira. Essa vertente se contrapõe a vertente abordada no post anterior, motor dianteiro com tração dianteira. E o mais interessante é a abordagem do dono do museu sobre essas duas vertentes. Ele faz uma analogia delas e seus maiores representantes com a dualidade do yin-yang da filosofia chinesa. Ou seja, se complementam.

Esses Tatras streamlined, com seus motores traseiros, sempre me intrigaram. Já estive na extinta Checoslováquia, terra de onde saíam essas maravilhas, mas infelizmente não me lembro de ter visto nenhum desses pelas ruas. E fica até difícil de imaginar como um carro tão avançado para a época poderia ter saído de lá. Na realidade passei no país apenas uma noite, no inverno europeu de 1990, com alguns amigos. E nas ruas só havia militares empunhando rifles.

Troquei algo como 30 dólares na moeda local (sei lá qual era) e dormimos num quarto de um apartamento de família em um prédio centenário. Zero de comunicação com a dona. Tudo muito simples, velho, mas funcionando, como num “bom” regime comunista. A TV devia ser preto e branco ainda. Lembro-me que na escuridão do “toque de recolher” e da total falta do que fazer até o sono vir, a diversão foi ficar esfregando o cobertor no lençol e fazer faíscas devido a estática e a secura do ar.

No dia seguinte acordamos, raspamos o gelo dos vidros do Renault 21 alugado, tomamos um café e tentamos gastar “todo aquele” dinheiro. Simplesmente não havia o que comprar ou como gastá-lo. Então resolvemos o problema comprando muitas cervejas Urkel. Acabamos tomando-as na Áustria, geladas na neve da varanda do hotel em que ficamos. Se eu voltasse lá hoje com certeza procuraria alguns Tatras e Skodas interessantes.

Mas voltando aos carros, o museu possui 6 Tatras diferentes, sendo um veículo comercial, um carro com carroceria convencional e quatro modelos streamlined.

Mais um post basicamente de fotos, carros expostos ao lado da "Goodwood House".
Segue o link:
E o link para o post fotográfico anterior:
Um abraço,
MM