google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Sem muitos comentários, visto no sambódromo dias atrás...

Contrapondo o post do Bob, a Quatro Rodas de fevereiro veio com uma reportagem de capa sobre a vantagem de comprar usados. Listou alguns modelos mais caros com 2 anos de uso em média (vários ainda em garantia) e comparou com novos que custariam o mesmo dinheiro. De fato há opções interessantes, como um Fusion, um sedã grande, por pouco mais de 40 mil, preço de um Siena ELX 1,4 0-km. Claro que deve entrar na conta o IPVA, nem sempre proporcional ao valor de mercado, o seguro, e a manutenção quando a garantia de fábrica findar.

Por outro lado, andei pesquisando preços de usados para comprar, já que investi o dinheiro da venda de nosso carro em um imóvel (ainda bem que temos o carro da sogra à disposição) e não queria gastar muito agora. Na faixa de carros menores, fica difícil não pensar em um 0-km, por tudo que o Bob elencou em seu texto, e, principalmente por conta da diferença de preços que observei. Unos com mais de 10 anos de uso (e sabe-se lá que uso) custando metade ou mais do que um zerinho. Um Clio com quase 7 anos de uso por quase 2/3 de um novo. Ora, é verdade que eu não quero gastar muito, mas vale a pena economizar 10 mil reais agora (ou menos, já que tenho cartão Afinidade Fiat e um descontinho legal; falo sobre isso em outro post), que podem ser financiados a taxas de juros mais vantajosas, e daqui a pouco ter que trocar pneus, amortecedores, correia dentada, e mesmo assim andar em um carro que nunca vai ser igual ao novo? Vale a pena abrir mão de melhorias que muitos modelos recebem ao longo da vida e só estão disponíveis nos novos? Vale a pena abrir mão da garantia?

Por isso, pergunto: carro usado, no Brasil, é barato ?
Gordon Murray. Não são precisas muitas explicações para demonstrar o grande engenheiro que é Gordon Murray. Nascido na África do Sul, um país não muito favorecido em grandes indústrias automotivas, seguiu os passos do pai, piloto de motor e preparador de carros de corrida.

Com seu visual que mais parece o investigador do seriado Magnum, Murray é uma referência em projetos automotivos. Ele foi o responsável por grandes automóveis, tanto de competição como de rua. Com esperanças de trabalhar na Lotus, Gordon mudou-se para a Inglaterra em 1969, mas foi contratado pela Brabham F-1 após conhecer o então projetista-chefe da equipe.

Na Brabham, foi o projetista-chefe de grandes carros com recursos inovadores, como o BT44 de José Carlos Pace, o genial BT46B "turbina", com um rotor atrás do carro sugando o ar sob o assoalho para criar pressão negativa e aumentar o downforce.

Brabham BT44, José Carlos Pace

Brabham BT46B

Criou também o BT49 de Nelson Piquet, carro com o qual ele foi campeão mundial em 1981, com efeito asa e suspensão hidropneumática que gerou muita controvérsia entre as outras equipes. Com o BT49, Murray dedicou boa parte do projeto em entender como era o comportamento da fibra de carbono em caso de acidente, para poder criar um carro inteiramente de compósito.

Brabham BT49
Seu mais conhecido projeto foi o McLaren F1, uma parceria com a BMW em que surgiu o carro mais rápido do mundo, título mantido por vários anos.

McLaren F1 - BMW

Não tão conhecido foi seu envolvimento no projeto Midas, um pequeno esportivo inglês inspirado no Mini Marcos. Murray sugeriu diversas modificações, principalmente na aerodinâmica do carro.

Midas Cars

Mais recentemente, Murray trabalhou no desenvolvimento do Caparo T1, a "experiência mais próxima de um carro de Fórmula-1", equipado com o V-8 da IndyCar com uma relação potência-peso duas vezes superior à do Bugatti Veyron, e do mini-carro a ser apresentado ainda, apenas conhecido como projeto T25, mas já anunciado como revolucionário.

Caparo T1

Poucos foram os projetistas tão bem sucedidos e inovadores como Gordon Murray, e menos ainda os que não abrem mão da camisa havaiana florida.
Eu pensava exatamente como o Bob. Vejam o post dele de ontem: o melhor carro é o novo, zero-km, até que, cerca de quatro anos atrás, por força do trabalho, passei cinco meses com carros alugados.

Pessoal, nada pode trazer maior tranquilidade. Carro de locadora vem com seguro e IPVA pago. Em caso de acidente, basta um B.O. e a locadora já lhe entrega outro carro. Lavar? Não precisa. Pneu murcho ou furado? Troque, coloque no porta-malas e passe na garagem da empresa, eles trocam o carro para você, para que não se perca tempo com o conserto do pneu.

Para somar a todas essas maravilhas de não se perder tempo com coisas fúteis, ainda há a vantagem de poder trocar de marca e modelo caso a locadora seja de bom tamanho e tenha frota
variada. Usei um Fiesta, modelo antigo, já com mais de 20 mil km rodados. Após duas semanas, troquei esse modelo por um Palio com a configuração de pneus "canela fina em mulher gorda", e ele balançava nas retas como um cachaceiro às 3 da manhã. Voltei lá no dia seguinte e pedi para trocar pelo velhinho, e fui prontamente atendido. Que maravilha de carro, o alugado.

Clio, com ótimo motor mas bancos e comandos de vidros horríveis: uns três dias de avaliação, tentativa de entortar minha coluna para se adaptar a um banco primitivo, treinamento de tato no escuro para abrir ou fechar vidros, e a paciência deu o alerta: devolve essa tranqueira! Voltei à locadora e mudei de modelo.

Gol, que coisa! banco horroroso, alavanca de mudanças muito para trás, cotoveladas no encosto do banco na segunda e quarta marchas, ventilação sofrível, apesar de todos os modelos que usei terem ar-condicionado, e vamos lá: usei alguns dias e voltamos às meninas do balcão para trocar de carro. E minha esposa já me dizendo: você não pode ser assim, chato. indo lá toda hora só para ver as moças! Não querida, os carros são mais tortos do que eu, preciso encontrar um que se adapte a mim, pois não posso parar de trabalhar para fazer plásticas e cirurgias ortopédicas.

E voltava sempre ao Fiesta velhinho, com assento de banco muito alto e sem regulagem, mas um doce de carrinho. Comandos no lugar, com forças de acionamento corretas, design antigo-clássico-britânico, meu preferido.

Muito bom mesmo descobrir que, melhor que carro novo, é o carro alugado.
JJ