
Mas em sua terra natal, a história é outra. Ela nasceu de uma idéia de Lee Iacocca ainda nos tempos da Ford, e que foi colocada em prática quando de sua mudança para Chrysler. A marca da pentastar andava mal das pernas e lançou uma família de carros, chamada de K car (Dodge Aries e Plymouth Reliant). Pequenos por fora e espaçosos por dentro, com tração dianteira e motores de 4 e 6 cilindros, venderam bem e ajudaram a Chrysler a sair da lama.

A segunda geração é uma variação da primeira, já a terceira chegou totalmente remodelada e continuou o sucesso das gerações anteriores. Mais espaço e visual bem mais moderno lhe renderam prêmios de Carro do Ano em 1996, ano de seu lançamento. Em 1999 surgiu a versão EPIC, elétrica, capaz de 80 milhas com uma única carga. Só era vendida para frotas de leasing, apenas algumas centenas foram fabricadas e, findo os contratos de leasing, foram recolhidas e destruídas.
Andei com uma 2006 (quarta geração, praticamente igual à terceira) por quase 1.000 km em viagem nos EUA. É impressionante a docilidade dela mantendo médias de 130 km/h. O V6 3,3-litros, agora com 180 cv, move a van de 5 metros sem esforço. Mas tirando algumas frescurinhas a mais, como acionamento elétrico para o vidro basculante lá de trás, é o mesmo carro que aluguei em 1997 (na ocasião uma Plymouth Voyager com o mesmo V6). Em time que está ganhando, convém não mexer.
Por último, a quinta geração, que deve ter o dedo da DaimlerChrysler. Disponível agora um V6 4-litros de 254 cv, caixa automática de seis marchas e entretenimento a bordo digno de um home-theather. Existe um clone VW, nada mais que uma Caravan 'rebadged', exclusiva para o mercado americano. Agora só fazem a versão longa, a curta morreu dando lugar ao crossover Dodge Journey, que tem o mesmo entreeixos da curta.
Pena que em nosso país, por culpa de impostos abusivos, essa excelente minivan chegue com preços pra lá dos 100 mil reais, sendo inacessível para maior parte dos consumidores, que têm que se contentar com uma Zafira se a família for grande.
Mais detalhes em: http://en.wikipedia.org/wiki/Dodge_Caravan

A vanzona é dócil, mas pede pequenas correções em retas. Bem diferente da Dodge Caravan que usamos na semana seguinte, que mantinha 140 km/h como um carro de passeio menor. Sente bem vento lateral e exige que o motorista fique esperto em algumas condições. Permite cruzar a 120/130 km/h numa boa (corta a 140 km/h, nós experimentamos), com 10 pessoas mais um monte de bagagens, num silêncio invejável. É impressionante como o motor está ali do lado do seu pé direito e você nem percebe, tal a suavidade e o silêncio do V8 Ford de 5,4 litros.
Não dá emoção nenhuma, a não ser que você comece a inventar moda, mas aí a coisa pode ficar feia, afinal, são mais de 5 metros e 2,5 toneladas de carro pra controlar. A curtição é outra, viajar com um monte de amigos, ouvindo uma música legal, ar-condicionado mantendo o clima civilizado e aquela parada obrigatória para se entupir de 'junk food' em qualquer local FORA da estrada. Sim, nessa interestadual não há nada nas margens do asfalto, nem posto de gasolina. Fica tudo em cidadelas pelo caminho, que te obrigam a sair do (e voltar para o) leito principal por longas agulhas, que te permitem alcançar velocidades compatíveis antes de se misturar ao trânsito.
No fim da bagunça, uns 5,5 km/l, razoável pro monte de gente e tralha que ela levou, sempre acima de 100 km/h em estradas.