google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): transporte coletivo
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Recentemente, a prefeitura de São Paulo decidiu dar prioridade total ao transporte público. Uma atitude, em um primeiro momento, simpática e benéfica a todos, pois se grande parte dos motoristas deixasse seus carros em casa e utilizasse o transporte público, o trânsito seria melhor para todos. Parece até desumano não defender uma idéia dessas. Afinal de contas, quem não quer uma cidade com um trânsito menos caótico? Pensando assim, a prefeitura de São Paulo resolveu "solucionar" o problema inundando a cidade com faixas exclusivas para ônibus, de forma a aumentar a sua velocidade e torná-los mais rápidos do que os automóveis. Esperava, assim, fazer com que o motorista paulistano desistisse de seu automóvel e passasse a usar o transporte coletivo para chegar mais rápido ao seu local de trabalho.

Porém, as coisas, como sempre, nunca são simples. Esta idéia funcionaria muito bem se São Paulo tivesse um transporte público sub-utilizado. Se os ônibus ou o metrô andassem vazios, com capacidade ociosa, enquanto automóveis se atravancam nas vias congestionadas, a saída não poderia ser mais óbvia. Só que este não é o caso de São Paulo.

O transporte público desta cidade já está saturado e não é de hoje. Eu gostaria de ver uma vez uma sandice como o “dia mundial sem carro” obtendo a colaboração de todos os motoristas de São Paulo. Eu queria ver as ruas vazias de automóveis por um dia. Mas as pessoas precisam trabalhar, o “dia mundial sem carro” não é feriado. Queria ver todos os motoristas de São Paulo procurando de uma vez só o transporte público, como deseja o prefeito. Queria ver como ficaria a situação dentro dos ônibus, trens e metrô. Se, já saturados, eles comportariam a demanda adicional dos motoristas enxotados das ruas.

Cabe mais alguém aqui dentro?



O ônibus da cena acima avançou um sinal em um dos retornos da av. Ayrton Senna em uma manhã chuvosa e o resultado foi esse, um belíssimo Corvette destruído e os ocupantes machucados, o da direita com gravidade. Fatalidade? Não, quem trafega pelo Rio de Janeiro presencia bandalhas no trânsito o tempo todo, principalmente por coletivos, ônibus e vans.

Ontem presenciei uma bandalha que as vans fazem o tempo todo, mas dessa vez foi um ônibus de mais de 10 metros de comprimento que efetuou a manobra, ônibus de empresa estabelecida, com concessão para o transporte de passageiros e com várias pessoas em seu interior. Ele vem pela pista lateral, ao se deparar com o sinal fechado, entra na alça de retorno (que está com o sinal aberto), vira na pista central, pega a alça de retorno do sentido contrário e volta para a pista lateral. Pronto, se livrou dos chatos que insistem em parar no sinal vermelho à sua frente. E tudo transcorre na maior normalidade na "cidade olímpica".



As autoridades estão sempre colocando o carro como o vilão dos problemas de trânsito, que tanto incomodam nas grandes cidades, e vivem pregando que a solução é o transporte coletivo, no que concordo, mas não no formato atual.

O argumento principal é que um ônibus ocupa o espaço de três carros mas leva 10 vezes mais passageiros. Se levassem 40 passageiros, todos viajariam sentados, mas nas linhas de maior demanda sabemos que a chance de viajar sentados é pequena. Por outro lado, é comum ver ônibus com 10 ou menos passageiros em linhas de maior lucratividade, com intensa sobreposição de itinerários. E aí começa o caos, porque quando um se prepara para deixar o ponto de parada, o outro o corta por fora e para na frente, impedindo que ele saia fácil, e o obriga a manobrar para sair de trás do que parou. Nessa manobra, não é raro que o ônibus, pelo seu comprimento, invada momentaneamente até a terceira faixa de rolamento à esquerda, causando retenções no fluxo. E isso acontece a todo minuto!