
Um dos que mais me chamou atenção foi o enorme Buick Century de 1941, preto e dourado, cujo modelo de carroceria duas portas é chamado de Sedanet ou Sedanette, de 6 lugares, ao passo que o habitual sedan, como estamos acostumados a falar, é o de quatro portas. O carro é esse da foto abaixo.
Pesquisando mais, encontramos que o modelo é o 66S, da série 60 Century. Como este de Og Pozzoli, foram feitos apenas 5.547 unidades, dos 374.196 veículos produzidos pelas fábricas Buick nesse ano.
Essa carroceria, com entre-eixos de 126 polegadas (3,20 m), e peso em ordem de marcha de 1.885 kg, é bastante impressionante, apesar de nem ser tão pesado assim, se compararmos com um SUV qualquer dos dias de hoje, e mesmo alguns sedãs grandes.
O motor é uma atração a parte, enorme, oito cilindros em linha, de 5,247 litros, dois carburadores, montagem chamada de Compound Carburetion, que funcionavam de forma progressiva, com o segundo sendo acionado apenas com o acelerador em fim de curso.
Com embreagem, pesava próximo de 400 kg, e entregava 165 hp a 3.800 rpm, com 38,4 kgfm de torque a 2.200 rpm, taxa de compressão de 7 para 1. Era o motor mais potente fabricado por uma empresa americana, neste ano.
Na terceira marcha direta, 1:1, alcançava pouco mais de 105 mph, uns 168 km/h no plano. Com as variações normais de produção, onde alguns carros sempre saíam melhores do que outros (como ocorre hoje), havia exemplares que chegavam bem próximo dos 200 km/h, em condições favoráveis. Era um canhão, acelerando dos 8 até os 96,5 km/h em 11,8 segundos. Tudo muito impressionante naquela época pré-guerra para os americanos.
Custava US$ 1.241 quando novo, e hoje valem muito mais, pela raridade principalmente, mas também pelo que representaram na época.

O mais curioso e desproporcional para nossa realidade de hoje é mesmo o motor, chamado de Fireball. Vejam na foto abaixo, um virabrequim deste ao lado de um cabeçote de motor Chevrolet V-8 small block. Mal dá para acreditar que é uma peça de um motor de carro, não de caminhão.

Fora as variações de cores, que eram 25 e mais 8 de dois tons (sem custo extra !), além de diferenças de acabamentos internos e externos.
Essas cores podem ser vistas aqui, para absoluto deleite de quem se entedia com o quase universal preto e prata que somos bombardeados a todo instante, e arrepios de quem trabalha em fábrica de carros, onde impera o mais profundo desejo de fazer tudo da forma mais simples e com as menores variações possíveis.
Há um site sobre restauração de um Century 1941 Sedanet. Vale a pena ver os detalhes da reforma do motor. O trabalho aparenta estar parado há um bom tempo, mas mesmo assim, as informações são interessantes para quem, como eu, sente necessidade de saber mais sobre carros que não conhecíamos, e de repente, se tornam uma imagem recorrente, após termos ficado frente a frente com eles.
JJ
O link para imagem maior da foto do Buick do Og não está funcionando... Esse Buick já é o máximo sozinho, mas ao imaginar que junto à ele estão outros contemporâneos, o "máximo" atinge uma escala ainda maior! Imaginem que se virar o pescoço vai ter Lincoln 41, Chevrolet conversível 41, Studebaker 41..
ResponderExcluirJJ,
ResponderExcluirMuito legal este Buick, e a foto do vira, Jesus Maria e José!
Monte de coisas que não sabia, thanks...
MAO
Muito bom seu post! Nessa época a Buick - e de maneira geral a GM e os americanos - realmente sabia fazer veículos fabulosos.
ResponderExcluirMeu pai teve um, mas lembro vagamente do carro, pois era pequeno, uns 6 anos.
ResponderExcluirEra exatamente um sedanete 1941 azul escuro, mas era mais conhecido com fleetline, que era o nome do modelo chevrolet menos raro. O motor que tinha esses dois carburadores era chamado de Roadmaster.
Até achei uma foto de 1953 de um passeio de domingo a Interlagos, mas o carro da foto é outro, um Mercury, mas não era nosso. Fomos de Buick, mas na hora de tirar sorvete ficamos em frente a outro carro.
Meu pai dizia que o segundo carburador era acionado por vácuo, mas ele não entendia nada, não pegava em uma chave de fenda, acho que é mecânico. Carro bom, chegou a carregar 14 pessoas entre adultos e crianças na saída de uma festa.
Só tinha um problema nos rolamentos do câmbio que era recorrente, mas isso devia ser devido aos mecas da época e à falta de peças adequadas.
Mercury eh loko tb!
ResponderExcluirCarro do Stallone Cobra!
Eu diria que algumas linhas do Buick se sobresaem e outras do Mercury...
"Voce eh uma doenca e eu sou a cura"
http://www.youtube.com/watch?v=vT_Es9uDPwo
ops "sobressaem"
ResponderExcluirAs carrocerias sedanete e business coupe são as mais bonitas daquela época.
ResponderExcluirMaravilhoso carro, e mais ainda se a cor for escura (e uma só).
ResponderExcluirQuê isso, virabrequim de navio? Mas belo carrão mesmo.
ResponderExcluirEsse carro ai e o Mercury são os melhores entre os antigos, principalmente porque o Mercury foi imortalizado pelo Stallone Cobra....
ResponderExcluirMeliante: - Eu vou explodir esse supermercado!
Stallone Cobra: - Pode explodir, eu não compro nada aqui mesmo!
Nico:
ResponderExcluirEu pensei que você fosse fã do Steven Seagal...
Sim, sou fã do Steven Seagal, mas tambem sou fã do Stallone Cobra, do Conan, e do Chuck Norris.
ResponderExcluirisso sim q é um virebrequim, hein...rsrs
ResponderExcluirmaior q o d mtos motores diesel d hj em dia...
sobre o cobra é clássica aquela frase 'com loucou eu ñ negocio, eu mato!!!' rsrsrs