Quem pode, faz. Quem não pode, apenas fala a respeito.
Ditado popular
É difícil para alguém que, como eu, apenas fala a respeito de carros, ouvir uma frase como esta. Mas é a mais pura verdade. Quando nos propomos a avaliar o trabalho de outros, é bom lembrar que não pudemos fazer melhor. Sim, porque se pudéssemos realmente, estaríamos do outro lado da cerca que divide quem faz de quem apenas assiste.
A dura realidade que temos que enfrentar é que mesmo o mais insatisfatório dos automóveis é mais importante do que a melhor piada que pudemos fazer designando-o como tal. Mas é muito fácil se esquecer de tal coisa e de se recolher à sua insignificância; principalmente se o que você escreve ou fala encontra ávidos ouvidos, e tal ocupação lhe traz fama e influência, e em alguns raros casos, até fortuna. O sucesso tem o péssimo hábito de fazer as pessoas acreditarem que não são apenas pessoas, e sim algum tipo de ser iluminado que sempre tem razão em tudo.
Mas isto não quer dizer que a ocupação do avaliador não seja honrada, longe disso. Na verdade, é necessária e importantíssima tanto para quem faz os carros, como para quem os compra. Sem uma opinião séria e isenta, como saberíamos o que comprar, ou como saberíamos onde se errou? E errar todos erramos, porque se não o fizéssemos não faríamos parte da espécie humana. Seríamos algum tipo de ser iluminado que sempre tem razão em tudo.