google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Muitos anos atrás, li em algum lugar que o motor CHT é derivado do Renault Ventoux. Não causa surpresa, pois este motor, apesar de ser conhecido aqui como um motor Ford, ele descende do motor do Ford Corcel, um projeto herdado pela Ford quando esta comprou a Willys-Overland do Brasil, que fabricava sob licença aqui os carros Renault. A Willys fabricava no Brasil os Renault Dauphine/Gordin/1093 e, com o mesmo motor Ventoux – nome dado em homenagem a uma montanha no sul da França onde se realizavam provas de subida de montanha muito conhecidas – o Interlagos em versões cupê, conversível e berlineta, esta um elegante cupê. Sendo assim, e dada a semelhança externa entre os motores, era natural concluir que um era a origem no outro. Em vários sites da internet afirma-se que o CHT origina-se do Ventoux.

Dizem que uma mentira contada muitas vezes acaba por tornar-se uma verdade. É o que ocorreu na internet: Até mesmo sites em inglês sobre o motor Ventoux diz-se que o Ventoux originou o CHT, como se o CHT fosse uma versão do Ventoux. Só que a informação de que o CHT descende diretamente do Ventoux é equivocada.

O Ventoux havia sido desenvolvido inicialmente pela Renault para o 4CV (conhecido aqui como “Rabo Quente” por causa de seu motor traseiro – o fato de ter desembarcado aqui alguns anos antes do Fusca livrou o VW desta pecha), lançado em 1947, substituindo o antigo motor de válvulas laterais que equipava seu antecessor, o Renault Juvaquatre. Inicialmente, tinha 760 cm³, tendo sido aumentado até 845 cm³, sua maior cilindrada.

Renault 4CV "Rabo Quente"


O recente anúncio de uma colaboração estreita entre a Peugeot francesa e a General Motors (que inclui a compra de 7% das ações da empresa francesa pela GM) abriu a temporada de especulações a respeito do futuro de ambas as companhias, a natureza da aliança, e a situação das operações do gigante americano na Europa.

Mas a verdade é que ninguém, a não ser os funcionários das empresas diretamente ligados a este negócio, sabe algo de concreto sobre os objetivos do acordo. Sabe-se apenas que existe um acordo, e só. O resto é pura especulação.

Sendo assim, vou refrear o desejo de comentar algo sobre o qual não se sabe nada, e apenas contar uma interessante passagem da história de como a Peugeot começou a fazer automóveis, que tem a ver com outro acordo entre empresas de nacionalidades diferentes. E que por ser uma história francesa, é muito mais interessante, cheia de drama, reviravoltas e paixão que qualquer uma que se conte da americana e conservadora GM.


O Mister Fórmula Finesse é pseudônimo de um leitor do AUTOentusiastas de longa data que, inclusive, foi convidado a escrever uma matéria por ocasião do nosso segundo aniversário. Agora ele presta nova colaboração, desta vez voluntária, que considerei bem dentro do espírito do AE. Ele fala, com muita propriedade, de sua experiência com uma Kombi, que achei merecedora de ser compartilhada com os leitores.

Boa leitura!

Bob Sharp
Editor


NAVEGANDO NA CÁPSULA DO TEMPO

Por Mister Fórmula Finesse


“Hahahahahah....onde é a feira, colono?” – perguntou o amigo.

“Bem, digamos que não rola, não para passear com a família, é muito dura!” – atestou o vendedor, um tanto penalizado com minha suposta ingenuidade.

“O pessoal aqui da agência não acredita que você está usando o carro apenas passear, juram que é para trabalho” – comentou meio incrédulo o chefe da oficina.

Esses comentários pouco abonadores me remeteram a um tempo em que nossas escolhas de carros na família, quando eu ainda não tinha os meus próprios, eram sempre vistas com alguma reserva pelos demais, pois a utilização e os modelos eram sempre um tanto pitorescos em face do que a grande maioria seguia. Como pequeno exemplo de muitos, o fato de botar um ônibus Agrale TR-3 – ah, loucos anos oitenta – para lidas diárias urbanas, denota que nunca fomos totalmente normais....


A famosa frase do título, "Houston, temos um problema", era ouvida sempre que um tripulante de alguma Apollo detectava um problema e o comunicava ao Centro de Controle da Nasa em Houston, no Texas. Só foi mesmo superada em divulgação pela recente "Torna al barco, cazzo" do capitão da Guarda Costeira italiana, Francesco de Falco, quando soube que o comandante do navio de cruzeiro Costa Concordia, Francesco Schettino, fora o primeiro a abandonar a embarcação que adernava.

Pois a frase dos astronautas das Apollos parece se encaixar bem no pensamento provável dos estilistas quando tratam de avaliar sua bela profissão para os anos à frente. A imagem acima, digitalizada da revista americana Motor Trend, edição de julho passado, é sintomática. Nela aparecem os oito sedãs compactos (médios aqui) de um teste comparativo.