google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)



Depois de contada a história da Coleção Schlumpf, este post apenas se concentra em contar mais um pouquinho sobre alguns dos carros da coleção, usando as fotos que tirei em 1987 no museu como ponto de partida. Muitas das fotos estão fora de foco e borradas, mas valem como documento de como era o museu naquele tempo. A elas então:



Começando pelos Alfa Romeo, este é um exemplar do mais raro e especial carro da marca: o 8C 2900B. Equipado com um oito em linha DOHC e suspensão independente nas quatro rodas (exótico na época), o 2900 é o Bugatti Veyron dos anos 30, o mais veloz, caro e raro carro esporte de seu tempo. Acima vemos o carro dos Schlumpf, com carroceria Pininfarina, hoje. Abaixo, como o conheci em 1987. Bem ao fundo pode se ver um Ferrari 250 LM.



Tenho um amigo japonês, todo certinho, que recentemente comprou uma Harley, dessas maiores, com pára-brisa (argh!), bolsas laterais com taxas, e faróis auxiliares. Costumo brincar com ele, que para justificar um cara tão certinho ter uma Harley, ele não deve ser tão certinho assim, e deve ter um piercing no mamilo direito. Ele ri demais cada vez que falo isso. O cara é legal pacas!

Ele fala com tamanho entusiasmo de sua moto e vive sonhando com os passeios promovidos pelo HOG (Harley Owners Group – Grupo de Proprietários Harley). Seu olhos brilham quando ele fala! Já fez cursos de pilotagem e vive me explicando as regras para se andar em grupo. Escolheu essa moto grandona (para mim todas as Harleys grandes são muito parecidas e eu nunca lembro os nomes) para poder levar sua esposa na garupa. Mas acho que ela não tem piercing. Normalmente os homens é que precisam desse espírito de liberdade e aventura. Mulheres costumam ser muito mais bem-resolvidas. 

Como eu fiz 40 anos recentemente (tenho 42), comecei a sentir a necessidade de ter uma moto. Desde então fico ensaiando essa compra e costumo colocar outras prioridade na frente. Talvez para evitar os conflitos familiares que uma moto causaria. Mas tenho a impressão que qualquer dia vou chegar em casa de moto. Uma das minha dúvidas é qual eu gostaria de ter. 

Foto: www.meionorte.com.br


Cruzamento da av. Vereador José Diniz com rua Demóstenes, bairro Campo Belo, zona sul da capital paulista. A avenida, no trecho, tem corredor de ônibus.



O cruzamento tem semáforo, mas este, segundo testemunhas, estava apagado. O Mitsubishi ASX dirigido pelo suíço Alfred Schorno, de 67 anos, ao seu lado Anna Camilla Nyarady, 57, cruza a avenida e é colhido pelo ônibus articulado dirigido por Jonas Santana da Silva, 26 anos. No choque, os ocupantes do ASX morrem na hora e a seção dianteira do ônibus pára sobre o veículo atingido, numa cena horripilante.

Fotos: MAO (1987) e La Cité de L'automobile



O amigo Bill Egan me ligou ontem. Estava animadíssimo, todo entusiasmado com o carro antigo que tinha ido ver em uma oficina de SP, inteiro, mas com o motor desmontado. Pela quantidade de exclamações entusiasmadas, mas impublicáveis, despejadas por segundo no telefone, tenho certeza que mais este carro inacabado estará na sua garagem em breve.

Tal coisa já deve ter acontecido com vocês; é uma mania recorrente do entusiasta dos automóveis procurar coisas obscuras, encontrar raridades esquecidas, garimpar pechinchas. Tal qual um Indiana Jones moderno, somos nós que vasculhamos o passado e o trazemos de volta ao presente, somos nós que adotamos máquinas esquecidas e as trazemos para casa para cuidar. Somos nós que evitamos que coisas que já foram tão úteis e muitas vezes amadas, não fiquem abandonadas apodrecendo. E como o jovem Andy ao final do filme Toy Story 3, somos nós que, chegada a hora correta, passamos eles para outra pessoa, para que ela possa ter o mesmo prazer em usá-los quanto nós, ao nosso tempo.

Sempre digo que não somos donos de carro nenhum, somente temos a custódia deles por um tempo, e assim temos que cuidá-los e mantê-los para que as próximas gerações possam também ter o prazer de conhecê-los. Principalmente se é algo raro ou especial, mas não somente. Como os brinquedos do filme, carros transcendem a condição de produtos industriais de consumo produzidos em série. Como os brinquedos, a carga emocional que inevitavelmente depositamos naquelas coisas inanimadas criam um laço único, e fazem a frieza da realidade inerte deles, aquela que diz ser o carro um amontoado de aço, plástico e vidro, desaparecer por completo.

E tudo isso porque um carro, de novo como um brinquedo, nos dá a liberdade da imaginação. E mais que o brinquedo, o carro nos dá a liberdade e independência física de nos levar onde bem entendemos, quando bem entendemos, com a companhia que escolhemos. Todo carro, por mais humilde que seja, é o supremo provedor de liberdade, e por isso merece respeito.

E é por isso que todo carro que já vendi, saiu de minhas mãos melhor do que chegou. E é por isso também que me dói a alma quando alguém faz um conserto malfeito, uma gambiarra qualquer, somente “para vender”. Entendo que deve-se respeitar e cuidar do nosso patrimônio, e que todo gasto deve ser pensado com cuidado. Entendo também que TODO carro será vendido ou doado a outro um dia, e portanto deve-se ter isso em mente quando se faz algo nele. Sei disso tudo, mas ignoro completamente, e conserto o que está quebrado, e, às vezes melhoro o que pode ser melhorado. Eu gosto de dinheiro, mas gosto mais de ter meu carro funcionando perfeitamente. Uma questão de prioridades apenas.