google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fotos: VW

Outro dia publiquei um post que falava sobre a relação entre o peso e a potência de um carro e também sobre a importância do arrasto aerodinâmico sobre a velocidade final. Para isso utilizei-me do exemplo de dois carros potentes, um Mustang e uma réplica de Cobra.

Agora vamos para o trivial, justamente para mostrar que essas forças também atuam fortemente sobre carros  e trajetos ditos comuns, tipo viagens a velocidades legais. Pegaremos um VW Gol e uma picape Saveiro, só para ficarmos numa mesma família, o que facilita a comparação.

Quem viu o programa-piloto Speed Masters recentemente exibido pelo Speed Channel, deve lembrar que logo no começo do bloco do Ferrari F430 filmado em Interlagos há uma cena na pista em que a câmera é colocada na extremidade dianteira do carro. O carro não aparece, só aparece a pista sendo engolida. O som é do Ferrari, porém – só o leitor do AUTOentusiastas pode saber, bico fechado aí... – o carro que levava a câmera não era o F430, não; era uma Saveiro novinha em folha. Depois foi só encaixar o som de acordo com o trecho e boa. TV e cinema tem dessas coisas. A gente não queria ferir a pintura amarela do Ferrari, então encaixamos a câmera na Saveiro do Filipi, o técnico em um monte de coisas da produtora.

O Aerotech de 1992, com cauda longa

Recordes automobilísticos são um assunto polêmico, cuja validade para o mundo dos automóveis de rua pode ser contestada quando o recordista nada tem de parecido com o carro que existe à venda.

Se os recordes de velocidade, os mais populares, são de validade discutível, o mesmo não se pode dizer dos recordes de distância, que se traduzem na vida real como durabilidade. O tempo ou distância que um carro funciona de forma correta é uma característica que talvez seja a mais importante, ao contrário de outras que aparecem mais em propagandas, mas que não garantem a imagem de uma marca, como desempenho, por exemplo.

Claro que há pessoas sem nenhum amor aos automóveis, e que conseguem estragar qualquer tipo de carro, até mesmo um blindado de uso militar. Mas esses são usuários fora do normal, que não devem ser considerados ao se projetar e construir um carro. Se assim fosse, todos os carros seriam excessivamente reforçados em todos os seus sistemas, o que significaria um peso absurdamente alto, que traria preço mais alto ainda, consumo monstruoso e tudo mais de ruim que decorre de excesso de massa. Seria penalizar a maioria pelo erro da minoria.
Foto: bikeabout.org



Quando criança, gostava de prestar atenção nos adultos que comandavam coisas "interessantes" na visão de um garoto de seis anos. Ficava observando os garis mexendo naquelas alavancas que comandavam a pá hidráulica do caminhão de lixo e morria de vontade de meter a mão ali. Idem quando andava de ônibus, me sentava, sempre que conseguia, no primeiro banco atrás do motorista e ficava observando ele abrir e fechar as portas com aquelas chavinhas mágicas e morria de vontade de fazer isso uma vez.

A única vez que me lembro de ter comandado algum equipamento "de adultos" foi quando, morando em São Paulo (morei só um ano lá), ao aguardar o semáforo fechar para atravessar, acompanhado de minha mãe, fiquei observando o guarda comandar a troca da luz verde para vermelha. Ele então me chamou para apertar os botões, sob sua supervisão. Não precisa dizer que achei aquilo o máximo. Não passava de uma caixinha presa no poste com um botão verde e outro vermelho, mas para um moleque de cinco anos representava muito mais que isso. De fato, ao toque de um dedo, os carros paravam. Dedo poderoso !
Foto: vinartbodyshop.com



O automóvel não para de evoluir. Começou com o primeiro, o Benz Motorwagen de 1886, e só parará com o último. Cada um de nós, a seu tempo, viu mudanças. Quem já viveu mais, como os nascidos nos anos 1930 ou antes, presenciou um enorme cabedal delas. Eu, de 1942, vi muita coisa mudar nos nossos carros. Como também há itens que desafiam o tempo. O limpador de para-brisa é uma delas.

O limpador de para-brisa evoluiu, é verdade, mas é basicamente o mesmo funcionamento, um fino rodo que varre a água do vidro. Dois rodos, melhor dizendo, na maioria dos carros. Alguns têm um só, como o Uno, o Twingo e o Nano. Ou os Mercedes-Benz, como os W124. E os carros de corrida esporte-protótipo. 

Hoje os limpadores de para-brisa são acionados por motor elétrico, nas nos carros americanos até mais ou menos metade da década de 1950 era por motor a vácuo, que o obtinha do coletor de admissão. Funcionava bem - até que se acelerasse mais de 75 por cento do total, em que o vácuo do coletor diminuía ou acabava e o limpador parava de funcionar momentaneamente, enquanto a aceleração não fosse reduzida.