google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

O Aerotech de 1992, com cauda longa

Recordes automobilísticos são um assunto polêmico, cuja validade para o mundo dos automóveis de rua pode ser contestada quando o recordista nada tem de parecido com o carro que existe à venda.

Se os recordes de velocidade, os mais populares, são de validade discutível, o mesmo não se pode dizer dos recordes de distância, que se traduzem na vida real como durabilidade. O tempo ou distância que um carro funciona de forma correta é uma característica que talvez seja a mais importante, ao contrário de outras que aparecem mais em propagandas, mas que não garantem a imagem de uma marca, como desempenho, por exemplo.

Claro que há pessoas sem nenhum amor aos automóveis, e que conseguem estragar qualquer tipo de carro, até mesmo um blindado de uso militar. Mas esses são usuários fora do normal, que não devem ser considerados ao se projetar e construir um carro. Se assim fosse, todos os carros seriam excessivamente reforçados em todos os seus sistemas, o que significaria um peso absurdamente alto, que traria preço mais alto ainda, consumo monstruoso e tudo mais de ruim que decorre de excesso de massa. Seria penalizar a maioria pelo erro da minoria.
Foto: bikeabout.org



Quando criança, gostava de prestar atenção nos adultos que comandavam coisas "interessantes" na visão de um garoto de seis anos. Ficava observando os garis mexendo naquelas alavancas que comandavam a pá hidráulica do caminhão de lixo e morria de vontade de meter a mão ali. Idem quando andava de ônibus, me sentava, sempre que conseguia, no primeiro banco atrás do motorista e ficava observando ele abrir e fechar as portas com aquelas chavinhas mágicas e morria de vontade de fazer isso uma vez.

A única vez que me lembro de ter comandado algum equipamento "de adultos" foi quando, morando em São Paulo (morei só um ano lá), ao aguardar o semáforo fechar para atravessar, acompanhado de minha mãe, fiquei observando o guarda comandar a troca da luz verde para vermelha. Ele então me chamou para apertar os botões, sob sua supervisão. Não precisa dizer que achei aquilo o máximo. Não passava de uma caixinha presa no poste com um botão verde e outro vermelho, mas para um moleque de cinco anos representava muito mais que isso. De fato, ao toque de um dedo, os carros paravam. Dedo poderoso !
Foto: vinartbodyshop.com



O automóvel não para de evoluir. Começou com o primeiro, o Benz Motorwagen de 1886, e só parará com o último. Cada um de nós, a seu tempo, viu mudanças. Quem já viveu mais, como os nascidos nos anos 1930 ou antes, presenciou um enorme cabedal delas. Eu, de 1942, vi muita coisa mudar nos nossos carros. Como também há itens que desafiam o tempo. O limpador de para-brisa é uma delas.

O limpador de para-brisa evoluiu, é verdade, mas é basicamente o mesmo funcionamento, um fino rodo que varre a água do vidro. Dois rodos, melhor dizendo, na maioria dos carros. Alguns têm um só, como o Uno, o Twingo e o Nano. Ou os Mercedes-Benz, como os W124. E os carros de corrida esporte-protótipo. 

Hoje os limpadores de para-brisa são acionados por motor elétrico, nas nos carros americanos até mais ou menos metade da década de 1950 era por motor a vácuo, que o obtinha do coletor de admissão. Funcionava bem - até que se acelerasse mais de 75 por cento do total, em que o vácuo do coletor diminuía ou acabava e o limpador parava de funcionar momentaneamente, enquanto a aceleração não fosse reduzida.
O André Antônio Dantas é bem conhecido aqui no AUTOentusiastas, autor dos mais brilhantes e didáticos posts, como o de ontem sobre o dwell. Engenheiro Mecânico Pleno, com ênfase em Mecatrônica, formado em 1991 pela Escola de Engenharia de São Carlos, o André gostaria de dividir com os leitores a sua visão de como o engenheiro se encaixa no panorama brasileiro atual.  No final ele aproveita para fazer considerações sobre o desmoronamento das obras da estação Pinheiros do metrô de São Paulo ocorrido em 12/01/2007.

Bob Sharp
Editor


Durante anos trabalhando como engenheiro, eu não entendia o porquê desse profissional ser tão mal tratado dentro das empresas. Engenheiro bem tratado era só o de Vendas, e com o mesmo tratamento dos demais vendedores.

Engenheiro da área técnica era sempre um profissional de enésima categoria. Para ser de primeira, tinha que trabalhar em vendas. Para ser de segunda ou talvez de terceira, tinha que trabalhar em compras.

Depois de muito tempo me decepcionando, comecei a perceber um padrão que existe dentro das empresas nacionais.

O homem de vendas é quem põe o dinheiro dentro da empresa. Não importa o que ele diga, merece ter o tapete vermelho estendido.