google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

O nome completo é Mustang, mas eles adoram falar do ´Stang Five-Oh, o novo Mustang com motor de 5 litros. E, apesar do cavalo que representa o modelo, é a cobra acima que faz o coração palpitar. Versões anabolizadas, sim, mas no limite do aceitável. Sim, tem suspensão criticável e estava devendo potência em ambas as versões, principalmente depois que o Camaro veio com um fantástico motor V-6 de 308 cv (que não é esgoelado como alguns dos nossos 1.0 só pra mostrar o número de potência máxima e pouca utilidade).

O V-8 Chevrolet, famoso desde o Corvette de entrada, dispensa apresentações como motor simples e eficiente (alguns diriam ultrapassado, varetado, comando único no bloco etc etc). Bom, isso é passado, o motor Ford V-6 tem potência semelhante e o V-8 também alcançou seu concorrente direto.
Linda homenagem ao Carrol Shelby
Por dentro...
Completando o visual.

Como comentei no post inicial sobre o Canada AutoShow 2010, a Ford vive um ótimo momento, apesar da crise. E ganhou um espaço extra na homenagem ao Carroll Shelby com Mustangs antigos, GT40s e Fords GT:
Conversível
Sempre foi bonita essa pintura, não?
Desculpem, mas não cansa fotografar esse carro.

Um espaço quase que só de Mustangs...

A cobra
Detalhes

Eu declaro abertamente minha preferência por essa segunda geração de Mustangs frente aos concorrentes. Achei o Camaro bonito, com desenho forte, mas demorou demais pra deixar de ser conceito e virar realidade. Achei ele claustrofóbico por dentro e a versão Transformers foi além do que eu aceito como entusiasta. Mas, como mudar de opinião é prerrogativa das pessoas inteligentes, aceito os argumentos do meu amigo Mr Corvette, que já teve a oportunidade de andar no Camaro, dizendo que, andando com o carro, não se percebe tanto essa clausura, e que o comportamento dinâmico é memorável.

Como carro é pra se andar e não para se mostrar, minha opinião fica sub judice até eu conseguir avaliar todos. Infelizmente meu pedido de um Mustang V-8 foi negado pela locadora que alegou que carro RWD é perigoso no inverno canadense e me deram um 300C (pelo menos tinha um delicioso Hemi debaixo do capô) com tração integral. Tentei argumentar que era exatamente por isso que eu reservei aquele carro, mas não teve jeito, só no verão... E esse carro provocou minha grande decepção desse salão. O Challenger é um 300C por dentro. Sem tirar nem pôr! Superbrochante quando entrei no carro e vi todos os comandos, instrumentos e controles do carro em que eu estava rodando há alguns dias...

O ´Stang Five-Oh!!!

Mais um Cobra. O último, prometo!

The end

Tem gente que acha que Mustang é pra quem não é macho o suficiente pra comprar um Camaro V-8... quero ouvir o que os AUTOentusiastas têm a dizer.

Abraços,

MM
Caros leitores,
Temos notado que muitos de vocês também possuem blogs sobre automóveis. Por isso acabamos de criar um espaço na barra lateral para listarmos os blogs dos leitores e assim integrarmos nosso entusiasmo ainda mais.
Para ter o seu blog automotivo listado por favor envie um e-mail para autoentusiastas@gmail.com com o endereço dele.
Abraço a todos,
AUTOentusiastas.

As competições do passado tem sua memória preservada.
São muitas fotos e imagino que seja melhor dividir este post em vários, conforme marcas ou assuntos. Bom, first things first. Agradecimentos ao RP (Ron Padua), nosso simpaticíssimo amigo entusiasta "canadense por adoção". Por mais que o email diminua a distância, conversar ao vivo e acores é insubstituível! E um "local" sempre traz mais detalhes, explicações e história do que estamos apenas vendo como turistas ocasionais.

Foi muito legal estar no Canadá justamente na semana inicial dos Jogos Olímpicos de Inverno, realizados em Vancouver, na costa oeste. O país inteiro estava naquele clima olímpico, muitos adereços vermelhos e brancos, o mote "We believe" estampado em vários lugares e todas as TVs sintonizadas nas competições. Claro que isso pouco tem a ver conosco, moradores de um país tropical, mas é inegável a beleza dos jogos de inverno e a combinação homem+tecnologia, presente em quase todos os esportes de inverno.
Cores? O passado é que tem mais diversidade e criatividade.
Qual a diferença do Salão canadense e o nosso? Sinceramente, elegeria atitude. Inúmeras vezes eu me recordo de tentar conhecer um carro para uma possível futura aquisição e tudo parecia complicado. Os estandes no Brasil tem mais beleza e menos cérebro nas atendentes, o que pode ser o objetivo de muita gente que vai ao salão muito pouco interessado em carros e mais interessado na festa e nas modelos. Lá tem uma ou outra modelo, principalmente nos poucos estandes onde o acesso é limitado (Lamborghini, Ferrari e Porsche), mas no geral tinha muita gente que entendia dos carros, era muito educada e cortês e, principalmente, estava lá pra te convencer que aquele era o melhor produto. Sabia vantagens em relação aos concorrentes na ponta da língua e não se alterava com algum fiel admirador de outra marca.

Claro, a sociedade lá tem bem menos diferença entre os pobres e os ricos e ninguém olha feio pra você ao entrar em um Corvette, por exemplo. Ao contrário, a cara de satisfação do pessoal de apoio ao ver um sorriso inocente de um garoto de 7 anos ao volante de um carro em que nem alcança os pedais é enorme! Logo vem a lembrança de uma foto dessas de um carro de sonho de criança que virou realidade do adulto. Mesmo um sonhado Corvette que começa aos 50.000 dólares, cai a menos de 10.000 em menos de 10 anos. Aqui, normalmente sonhamos com algo menor, que custa o dobro e ainda com o dobro da idade. (Tenho pensado cada vez mais sobre isso e começo realmente a me incomodar com essa disparidade. Não somos ricos, carro não é luxo e teremos que pensar muito seriamente sobre o futuro que queremos. Um dia a maré muda. Argentina, Chile e México tem carros a 50% do que pagamos aqui. Não podemos ser tão diferentes ou tão mais ricos...).
A GM ainda tem muitas marcas coexistindo no seu estande.
Voltando ao tema... a área total acho que passa a do Anhembi, mas o local é dividido em vários espaços menores, fica difícil julgar. Fui próximo ao meio-dia, poucos dias após a abertura, em pleno Valentine´s Day. Não consigo julgar se estava mais ou menos cheio do que deveria, mas foi agradável. Umas poucas filas de 5 ou 6 pessoas para sentar ao volante de um Corvette ou Camaro, mas normalmente era chegar e entrar. Alguns estandes eram complicados e congestionados, principalmente Audi e Mercedes, talvez por interesse renovado em carros menos "grandes e gastões" ou pelos supercarros apresentados. Notei que o BRANCO era a cor da vez. Já tínhamos notado isso em lançamentos de carros, confirmei essa tendência. E praticamente todos os carros tinham a plaquinha de especificações técnicas ao lado com o PREÇO! Falavam do preço inicial e do preço do modelo apresentado, com todos os opcionais que tivesse. Bem honesto.
Porsches, tudo branco!
Mais brancura na Audi.
Eram dois espaços grandes, em prédios diferentes, ligados por um complicado caminho de escadas rolantes e fitas, mais as exposições menores em salas tipicamente de reuniões de negócios e apresentações corporativas (acarpetadas, inclusive). As americanas GM e Ford tinham espaços parecidos. O foco deles ainda é carro grande e picapes, mas a Ford trazia Fiestas e Focus novos em destaque. GM tinha o Cruze quase sem ninguém em volta e estranhei o pouco interesse no Volt. Estava lá em um canto, mas nada de mais. Bom, talvez seja isso mesmo, não tem nada de mais nesse carro mesmo, oras!
RAM, tudo full-size.
A Chrysler estava acanhada, mas a RAM tinha um enorme espaço, adequado ao público. Lembrem-se das dificuldades do Canadá, carros 4x4 são uma necessidade básica. Como eles usam e abusam do sal, os carros sofrem demais. Mesmo solas de sapato ficam esbranquiçadas e os carros ficam muito sujos muito rápido.
Uma parte do espaço dedicado a Carroll Shelby
A seção inicial em homenagem a Carroll Shelby estava fantástica. Seguida pela seção de carros de corrida históricos. E no espaço de antigos premiados, um senhor de fala mansa explicava a história dos vários carros expostos, demonstrando um cuidado com a história e sua preservação.

Mercedes, disputada por causa do supercarro SLS AMG
Os orientais não têm a mesma exposição que aqui, pelo que percebi. Até encontrei meu adorado Honda Civic Si, confirmando que até a roda é a mesma da versão vendida aqui (mas lá tem a bela versão cupê). Mas atraía o interesse apenas de jovens recém-entrados na faculdade, com suas roupas de skatistas e bonés virados pra trás. E os carros da Honda estavam sem a "bola" de câmbio, pra evitar molecagens desse público. Pra mim, patético. Entrar no carro e ver o câmbio com a rosca à mostra é lamentável.
Hyundai apresentava seu novo Sonata, cópia descarada do Mercedes sedã-cupê CLS. E o novo Tucson, pra não deixar dúvidas em quem acha que o carro que será montado aqui é um carro "mundial" e atualizado. Acho que eles só usarão a estranha denominaçao ix35 na Europa. Nao achei o cupê esportivo Genesis Coupé em exposição.
Desculpem, mas praticamente pulei Toyota e Lexus, mas procurei o controverso super esportivo recém-lançado. Em vão. Nada de LF-A. Acho que estavam ocupados demais com os recalls...
Na Ford, o estranho Focus novo (gosto dos outros, mas este não ficou bom ao vivo), o pequeno Fiesta (novo também, não o nosso), Mustangs (mais, já tinham vários na seção Carroll Shelby), principalmente o badalado Five-O (5.0), a fantástica F150 Triton (laranja, como tem que ser), o Fusion igual ao nosso (muito presente nas ruas), o belo Taurus (acho um carro com chances de repetir o sucesso do passado da Ford em sedãs full-size típicos dos americanos) e, estranhamente, a Edge nova e a velha lado a lado (é fabricada no Canadá). A Ford vive um momento ótimo nos EUA e Canadá. Saiu com a imagem de única sobrevivente da crise, tem carros ótimos e não sofre com reações locais como a GM, depois que fechou uma planta no Canadá.
VW, estande simples de carros legais mas cada vez mais parecidos no visual.
Nenhuma grande novidade na VW, mas o Jetta Cupê conceito é bem bonito (não sei o nome do carro, mas claramente é assim que deve ser lançado). Pena que os carros da marca estão ficando tão parecidos. Estranhei não ver uma Amarok, dado que o mercado curte picapes.
A BMW estava presente, obviamente, mas trazia em destaque apenas as aberrações. X5 e X6 "M", o série 5 Gran Turismo e híbridos. Ainda bem que tinha um Z4 pra eu sentir como eu visto o carro (deu pra perceber uma certa queda pelo modelo, não?), apesar da denominação estranha sDrive35i ou algo assim...
Ah, tinham os pequenos estandes de tuning e acessórios como aqui, usando carros caros e com resultado final bem discutível (Cayenne com o porta-malas lotado de caixas de som, por exemplo).
Era possível fazer test-drive de alguns modelos em um local próximo. Agendava-se ali mesmo e depois bastava ir ao local.
Poucas motos e aqueles enormes triciclos canadenses com duas rodas à frente (mas pilotado como uma moto) marcavam presença. Como, dentre as poucas motos, estava minha mais nova paixão (BMW S 1000 RR), adorei. Em um verde cítrico bem alemão...
Desculpo-me pelo atraso e prometo voltar quase que diariamente com fotos do que interessa: carros!
MM

Eu sempre tive orgulho de nunca ter gostado de um carro somente pela aparência. Sempre releguei isso ao segundo plano, e fatalmente, carros bons para dirigir acabavam por parecer lindos para mim. Quantas vezes, depois de um memorável rolê com meu Chevette preto, fiquei a observá-lo languidamente enquanto abria a porta da garagem de casa, ao suave som dos estalinhos que emitia enquanto esfriava lentamente. Um Chevette não é um carro bonito, mas para mim era maravilhoso; igual àquela menina que, surpreendentemente, cria uma ligação sensacional contigo durante o ato, a ponto de te deixar bobo observando-a em seu sereno sono por horas....

Não, carro tem que ser bom, sempre foi esse o meu lema. Se perguntar a alguém o que acha de um carro, e me responderem "é lindo!", já mudo o rumo do papo para algo diferente, pois sei que não vou gostar. Lógico, ainda fico pasmo com coisas realmente belas de uma forma pura, como por exemplo um cupê Jaguar XK-E de primeira série. Coisas desse tipo são impossíveis de ignorar, e, como todo mundo, abro exceção para elas.

Mas certa vez, tenho que confessar, eu comprei um carro pela aparência. E não era um Jaguar XK-E ou similar, e sim uma reles Parati com um monte de cromados pendurados.

Tudo aconteceu no final do ano de 2002, quando, na verdade, estava decidido a comprar um Ford Focus. Já tinha dirigido o Focus algumas vezes, e sabia que era um carro sensacional. Mas aí, a VW apareceu com a Parati Crossover, uma versão mais alta, e com detalhes cromados como a grade e alguns frisos extras, que estranhamente (odeio versões mais altas de qualquer coisa, e até o nome Crossover me provocava ojeriza) me chamou, e muito, a atenção. Uma coisa era clara: ficava maravilhosa em preto.


Naqueles dias, tinha também um Opala 74, preto, com detalhes cromados como a Parati. Existe algo em carros profundamente negros, decorados com cromados bem colocados e discretos, que toca em todos os centros de prazer de meu pequenino cérebro perturbado. Quando estava negociando o Focus, numa concessionária Ford na Avenida Ibirapuera, em São Paulo, resolvi dar um pulinho na VW, do outro lado da rua, para ver se eles tinham uma lá para eu ver.

Para sorte da VW, bem no meio da loja, lá estava ela: uma Crossover no mais escuro preto perolizado já saído da planta de São Bernardo do Campo, sua grade e discretos frisos cromados quase me cegando ao refletir o sol forte do domingo. Dei uma volta nela, olhando com cuidado, e quando cheguei na traseira, parei: além das lanternas traseiras " em pé", novas naquele ano, a combinação do spoiler traseiro e os novos emblemas e frisos cromados com o preto era sensacional. Um sorriso apareceu no meu rosto, e decidi mandar o feio Focus às favas: desejo emocional, visceral, ilógico, não deve ser negado.



Ajudava que a Parati podia ser comprada então com o melhor motor já projetado e construído no Brasil para Brasileiros: o 1.0 Turbo da VW. Até o emblema também era lindo e evocativo: 16VT, cromado, mas com o “T” vermelho, tal e qual os "I" vermelhos dos Golf GTI quando tinham 180 cv. O interior do carro também era maravilhoso. Os bancos tinham "bananas" pronunciadas, anunciando que me segurariam em curvas, e um tecido vermelho clarinho combinando com cinza, lindo de morrer. E ainda, gatilhos de porta e outros detalhes também cromados, criando uma aura de algo diferente e agradável, bem longe do Gol normal.

Até o aumento de altura da Crossover, e seus enormes pneus 195/55 R15, algo que normalmente abomino, foi totalmente irrelevante: ela era perfeita de se ver, e não consegui me imaginar me resignando com a mais simples, mas teoricamente melhor Parati Turbo "básica", com suas rodas de 14 polegadas. Hoje em dia não faria mais isso, mas apenas porque um dia, já fiz.


Sabia também que seria veloz. O motor se revelou uma jóia, potente, suave e girador. Mas também, inesperadamente para um motor tão pequeno com turbocompressor, ótimo também em baixas rotações: a partir dos 2.000 rpm já se sentia a turbina empurrar, e a 3.000, já puxava feito um motor de duas vezes o seu tamanho. Um verdadeiro rato que ruge!


E como um bônus, era extremamente econômico. Lendo uma extensa matéria que our own Bob Sharp tinha publicado na revista da SAE sobre o motor, sabia que a partir dos 4.000 rpm, o motor começava a refrigerar a cabeça do pistão por sobrealimentação. Ou seja, jogava mais combustível dentro da câmara para refrigerar o pistão, mais do que o necessário para fazer o bicho andar. Sabendo disso, em viagens com a família, mantinha-me abaixo dessa rotação (que ainda assim permitia ótimos 140 km/h no velocímetro em quinta marcha) e, mesmo com ar condcionado ligado o tempo todo e a família toda no carro (naquele tempo, três pessoas e a nossa dachshund, a Salsicha) carregado, conseguia médias acima de 14 km/l de gasolina, e certa vez cheguei aos 15.

Pode não parecer muito em vista das médias que aparecem por aí na imprensa, mas eu simplesmente nunca, nem antes nem depois, gastei tão pouco. Hoje o Focus de 1,6 litro faz 12. Um amigo próximo da época, pé pesado, tinha uma Parati Turbo também, e só conseguia média de 8 por litro, antes de saber da dica mágica do Bob... Quase 200 km/h de final, e 14 km/l andando carregado a 140: quem honestamente pode pedir mais?


E me agradava o fato dele ser tão avançado. Para uma criança dos anos 70/80 como eu, era algo de sonho: todo em alumínio, duplo comando no cabeçote, variador de fase de comando, quatro válvulas por cilindro, turbocompressor com resfriador de ar... Uma verdadeira jóia mecânica.

O carro, apesar do aumento de altura, não devia nada em estabilidade. Na verdade, era excelente, o problema ficando mais no fato de que era dura como um carro esporte. Mas se percebia isso quando andava em outros carros apenas; a suspensão era mais para o lado do duro, mas não insuportavelmente. Imagino que o eixo de rolagem estava próximo em altura do ponto H do motorista, porque, da cadeira do motorista não rolava como um carro alto de forma alguma. Era realmente ótima, e excepcionalmente segura, às altas velocidades que tão facilmente alcançava. Era também um carro pequeno, mas com uma filha de três anos apenas na época, mais do que suficiente em espaço. Sendo uma perua, espaço para malas nunca faltava.

O câmbio ficaria melhor se a quinta fosse de efeito overdrive, mas na verdade, em vista da suavidade e baixo ruído do motor, não incomodava em viagens, e seu acionamento era ótimo, por meio daquela gostosa alavanca pequena da VW.

Comprei-a logo no lançamento, e portanto foi um grande sucesso de público na pequena cidade onde então morava, fazendo me sentir como um outdoor ambulante da revista Playboy: todo mundo olhava. Mas comprar ela tão cedo acabou sendo um problema: acertei um cachorro imenso na via Dutra certa vez, que me fez perder um para choque. Fiquei um mês esperando chegar o friso cromado na concessionária. E sim, o pobre animal veio a falecer, mas provavelmente passou um tempinho no purgatório canino pelos problemas que me causou...

Como vocês podem ver, o carro tinha tudo para ser algo memorável, se não fossem alguns problemas impossíveis de resolver. O primeiro deles era a guarnição de borracha da porta traseira esquerda: sem motivo aparente, rasgava-se em poucos meses. Troca-se guarnição, regula-se porta, rasga de novo. Passei por três guarnições novas, e vendi o carro com ela rasgada. O segundo foi o fato do tal tecido vermelho dos bancos, que perdeu a cor e ficou com cara de coisa velha em pouco tempo.

Ambos os problemas são extremamente irritantes, mas empalidecem em face do pior deles: a polia de comando com variador de fase, a famosa VVT. Um barulho enorme começou a aparecer dela, um cléc-cléc-cléc alto e sonoro. O carro funcionava ainda aparentemente bem, mas mesmo para o mais relaxado dos motoristas, era impossível de conviver com tal barulho. Era claramente o som de dinheiro sendo moído. O pior foi quando, saindo da casa de um amigo, ao ouvir o barulho, ele mete a cabeça dentro e pergunta, todo contente: "é Diesel?!?!"...Eu mereço!

Na segunda vez que troquei a polia, já no fim da garantia, adivinha o que fiz? Coloquei o carro a venda.

Uma pena, seria um carro realmente memorável, mas foi estragado por problemas do pior tipo: aqueles que não têm solução. Muita gente viu o problema da polia como um fato inevitável para um motor avançado tecnologicamente; obviamente isto é ridículo. O que é imperdoável é colocar carro em produção sem testes suficientes que previnam problemas recorrentes deste tipo.

Mais inacreditável é que, mesmo tendo deixado escapar um problema tão grave como este, a empresa simplesmente não tenha desenvolvido uma solução de campo para ele! Parece que preferiu apenas tirar o motor de linha. E o sujeito que comprou um carro da VW com seu suado dinheirinho? Ah, coitado...

Meu atual Focus (5 anos, 80 mil km e sem problemas) me provou que a escolha cerebral pode ser menos emocionante que as feitas em impulso, mas com certeza é a melhor na maioria das vezes. Hoje tento ignorar essas futilidades todas quando escolho um carro para mim. Mas não posso dizer que me arrependo da Crossover preta; nem muito menos que acho que as pessoas não devam comprar carros por impulso. É na verdade necessário fazê-lo pelo menos uma vez a cada dez anos, para manter a sanidade e nos fazer sentir vivos. E, olhado com as lentes róseas da memória, a minha Parati foi ainda assim um grande carro.

E fazia um par perfeito com meu Opala 74 na garagem...

MAO

PS: Este post só existe pela insistência do leitor Marlos Dantas, que ficou curioso quando falei que tive uma Parati. Nunca pensei em falar sobre ela, e portanto, para o bem ou para o mal, a culpa é dele! E as fotos são do MAO, o pior fotógrafo conhecido pela humanidade, e portanto não fazem jus à beleza do carro.