google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
AUTO entusiastas: Suecos no Brasil

Com data de 10 de novembro de 2008, o texto de uma bela brincadeira. Cliquem no link acima.
Desculpem pelo atraso.
Trafegando na cidade de São Paulo, velocidades médias que podem ser superadas por um pedestre com boa condição física, me pergunto se as potências que temos disponíveis em nossos carros servem para alguma coisa além de mostrar "status".

Os 20 ou 30 cv do início do século XX me parecem suficientes para a situação absurda a que somos submetidos. Claro é que um carro desses não poderia ser permitido em estradas, para não repetirmos com quatro rodas o que vemos hoje com duas, que são as motos com motores pouco potentes, que tanto aterrorizam e ensurdecem na cidade, serem meras chicanes móveis nas estradas.

O baixo peso é fundamental para boas acelerações, de forma a não atravancar o fluxo. Gurgel Supermíni e BR-800 vêm à mente, e mais uma solução fantástica e brasileira se perdeu nos "sistemas" das fábricas e dos governos. Seriam carros quase perfeitos para cidades tumultuadas, onde trechos de 5 km chegam a requerer uma hora para serem percorridos.

Poderíamos ter legislação mais permissível, para veículos de 3 ou 4 rodas com uma potência baixa, para promover minicarros, que poluam pouco e que sejam fáceis de estacionar.

Exemplos podem ser vistos no site http://www.automobiles-ligier.com/

A França tornou essa possibilidade uma realidade e há modelos que não requerem carteira de habilitação para serem conduzidos. Longe de mim sugerir isso por aqui, terra dos impunes, mas os carrinhos são bem interessantes.
Um automóvel está parado em um cruzamento qualquer, quando o semáfaro lhe dá sinal verde. Ele acelera e ganha velocidade. Velocidade e massa significam energia cinética, e num automóvel com motor convencional energia cinética gerada significa combustível queimado.

Quando chega no próximo sinal fechado e tem de parar, o motorista aciona os freios, que transformam a energia de movimento em calor inaproveitável, e o automóvel terá de consumir novamente outra quantidade de combustível para voltar a ter a mesma quantidade de energia cinética que tinha antes de frear.

Não é difícil calcular que qualquer automóvel convencional desperdiça uma quantidade enorme de energia para se mover, e junto emite muito carbono. Em tempos de aquecimento global, onde o consumo de petróleo é apontado como um dos vilões, esse desperdício é difícil de justificar.

E assim como é para carros convencionais, também o é para a principal categoria automobilística: a Fórmula 1. E nela, as mudanças serão significativas a curto e médio prazo.

Para o ano que vem haverá novas regras para o pacote aerodinâmico, a volta dos pneus slick, o desenvolvimento dos motores está congelado e eles ainda terão de resistir a três provas no lugar de duas, como foi no campeonato deste ano. Há ainda a previsão de que em 2013 os carros sejam híbridos.

Dentro deste cenário, a FIA (Federação Internacional do Automóvel) abriu a possibilidade do uso de um dispositivo chamado KERS.

O KERS (em bom português, Sistema de Recuperação de Energia Cinética) não é uma tecnologia específica, mas qualquer tipo de dispositivo que consiga acumular energia cinética durante a frenagem e recuperá-la na reaceleração. Ele é considerado um sistema de transição para os futuros carros totalmente híbridos.

O regulamento especifica que o dispositivo deverá armazenar até 400 quilojoules durante as frenagens, capaz de gerar com esta energia até 80 cv por 6,67 segundos durante a reaceleração. Dois sistemas estão sendo desenvolvidos, sendo um elétrico e outro mecânico.

O KERS não é obrigatório, mas dadas as limitações no desenvolvimento dos motores é a alternativa viável para o aumento da potência disponível. Mas nem tudo tem sido um mar de rosas para o KERS e as equipes.

As tecnologias são novas e não foram provadas. As equipes ainda estão aprendendo a lidar com elas e enquanto os sistemas elétricos vêm apresentando problemas com as altas tensões geradas, os sistemas mecânicos têm apresentado problemas de confiabilidade. Dado que o conjunto do KERS ocupa um certo volume e tem uma massa significativa e precisa ser instalado num local bem específico do carro (ambos os sistemas vão acoplados diretamente ao diferencial), as equipes terão de lidar com interferências no desenho aerodinâmico e na distribuição de peso.

Questões de confiabilidade e de estabelecer estratégias sobre como reaproveitar essa energia a cada pista irão criar muitas variáveis neste campeonato.

Caro leitor, se me permite um conselho, refaça seu estoque de milho de pipoca. As perspectivas para este campeonato são de muita diversão e boas surpresas.


Vendo o atual wallpaper disponível no blog, com o Arnaldo sentado dentro daquele delicioso anacronismo sobre rodas, não pude deixar de lembrar do maior anacronismo dentre eles todos. Velho conhecido dos leitores da americana Road&Track, Nigel Shiftright, personagem criado por Phil Frank (1943-2007), era tudo aquilo que somos quando confinados a nossos automóveis antigos e, mais notavelmente, aqueles de nós tomados por um caso terminal de British fever (ela está voltando, by the way, mas isso é assunto para um outro post...), vivendo num mundo paralelo dentro de sua mente, romântico como todos nós gostamos de ver a história.

Infelizmente, a internet, sempre tão cheia de informações, numa primeira busca não mostra muito deste personagem tão maluco quanto nós. Resta-nos então R&Ts velhas e empoeiradas. JJ e MAO têm estantes cheias delas...

Para aqueles com a grave falha no currículo de não conhecer a revista, um ótimo jeito de começar é lendo o teste completo do Shiftright Special, o MG TC de nosso herói.