O automobilismo é um esporte de alto risco, levou consigo grandes nomes como Jim Clark, Rindt, Senna e Dale Earnhardt, entre muitos outros, em diversas categorias. Também acabou com carreiras grandiosas como a de Niki Lauda em Nürburgring e Stirling Moss em Goodwood. Nélson Piquet passou por um grande acidente em Indianápolis, mas conseguiu superar os danos sofridos e voltou a correr, em categorias de turismo e endurance. Mas, há casos em que a lógica é contrariada e a força de vontade vence desafios incríveis, como dizem, movendo montanhas.
Os acidentes podem acabar com vidas e promissoras carreiras, são extremamente duros de serem superados e mesmo que não deixem muitas marcas físicas, as psicológicas são fortes o suficiente para derrubar gigantes.
Se já era dificil acreditar que Piquet poderia voltar a andar normalmente após ter os pés e pernas fraturados, o que dizer de um piloto que perdeu as duas pernas? Pois é, muitos já diriam que era o ponto final, mas a vontade de viver falou mais alto, e foi assim com Alessandro Zanardi.
Nascido em 23 de outubro de 1966 na cidade italiana de Bolonha, Alex foi um jovem que desde cedo se envolveu com a velocidade. Começou no kart aos treze anos e aos vinte e dois foi para Fórmula-3 italiana, onde logo de cara mostrou que era rápido. Em 1990, já foi campeão europeu na F-3, o que abriu as portas para a F-3000 no ano seguinte, onde logo na primeira corrida conquistou sua primeira vitória. No ano de estréia, foi vice-campeão.
Zanardi na F-3000 |
No mesmo ano, alcançou a categoria mundial de maior prestígio, a tão sonhada F-1. Eddie Jordan viu o potencial do jovem italiano e o levou para a F-1, junto com a sua nova equipe. Neste mesmo ano de 1991, Jordan ainda teve como pilotos ninguém menos que Michael Schumacher, além do nosso Roberto Moreno. A Jordan ainda conseguiu o feito de ser a quinta equipe no campeonato, atrás apenas de McLaren, Williams, Ferrari e Benetton.
A equipe Jordan e o italiano |
Em três corridas que disputou, Zanardi teve dois nonos lugares (Espanha e Austrália) e um abandono (Japão), marca respeitável para quem estava correndo de carros monoposto há apenas três anos. Mesmo com o bom desempenho nestas corridas, no ano seguinte ele apenas conseguiu correr pela Minardi, substituindo Christian Fittipaldi, e fez alguns testes na Benetton, já mostrando o interesse das equipes maiores em seu passe.
Como a F-1 ainda era incerta, sua habilidade o levou aos campeonatos de turismo. Passando pelo campeonato Italiano de Superturismo e pela Porsche Cup, patrocinada pela Michelin, Alex já foi se familiarizando com os modelos de turismo e os GT.
O Lotus Esprit de Zanardi no campeonato de GT |
Sem nenhum bom resultado na F-1 em 1992, as espectativas para 1993 não eram boas, mas sua marca de bom piloto já era reconhecida, e conseguiu um contrato com a Lotus, a tradicional equipe inglesa que já não estava lá essas coisas, sofrendo com o curto investimento disponível. Notório "acertador" de carros, com muita sensibilidade, Alex contribuiu bastante no desenvolvimento do carro e do projeto da suspensão ativa da equipe, uma das poucas que se arriscaram a encarar o desafio levantado pela Williams.
Das dezesseis corridas do campeonato de 1993, Alex disputou as primeiras doze, e conseguiu marcar seu primeiro ponto logo na segunda corrida, aqui no Brasil, pelo seu ótimo sexto lugar. Naquele tempo, a pontuação era a tradicional 10-6-4-3-2-1.
O retorno para a F-1 com a equipe Lotus |
Problemas com a durabilidade do Lotus 107B forçaram o italiano a se retirar de diversas outras corridas, até que na classificação para a corrida de Spa-Francorchamps, Zanardi teve sua primeira experiência de passar perto da morte. Na rápida Eau Rouge, Alex perdeu o controle do carro e bateu com força na parede de proteção do lado de fora, de lado. O Lotus parou destruído. Após meses afastado, Alex se recuperou e voltou para algumas corridas em 1994 pela Lotus, mas novamente sem nenhum bom resultado.
Isso seria o suficiente para desmotivar muitos pilotos, após meses afastado, tendo sobrevivido a um forte acidente, é bem provável que passe na cabeça de um piloto que o problema é ele e não o carro (por pior que este fosse), fora o receio que deve ficar gravado na mente da pessoa, o medo de que tudo pode acontecer de novo, talvez pior.
A Lotus abandonou a F-1 em 1995, e com ela foi-se uma das chances de Zanardi continuar disputando na categoria. Ele foi assim disputar algumas provas do campeonato inglês de carros esporte, com um Lotus Esprit.
O Chip-Ganassi vermelho e amarelo com que Zanardi se consagrou nos EUA |
O ano de 1996 marcou uma reviravolta no seu currículo e levou o italiano aos Estados Unidos para disputar a Fórmula Indy, então chamada CART. A Chip-Ganassi, forte equipe da época, contou com o arrojo de Alex como principal carta na manga, numa categoria onde o contato e as disputas arrojadas, por assim dizer, eram comuns.
Logo no seu primeiro ano, Zanardi mostrou que era o piloto certo, na categoria certa com o carro certo. Foi o terceiro colocado no campeonato, na verdade empatado em pontos com o vice-campeão Michael Andretti, mas pelo critério de desempeate pelo número de vitórias, ficou em terceiro.
Na última corrida do ano, em Laguna Seca, Zanardi deixou sua marca na categoria, ao ultrapassar de forma sensacional o lider da corrida (Brian Herta) na última volta e vencer, não somente a corrida, mas o coração dos americanos. A manobra ficou conhecida simplesmente como The Pass, ou A Ultrapassagem, quando lançou o carro no famoso Saca-Rolha e passou literalmente voando pelo rival. Para comemorar a vitória, Zanardi encostou o carro no canto da pista e fez diversos "zerinhos", manobra que também ficou famosa.
Zanardi e a Indy pareciam ser a combinação perfeita. Os carros, mais resistentes que os F-1, suportavam os maus tratos dos pilotos e permitiam manobras arrojadas, toques no muro, contato entre os carros, o que deixava as disputas muito mais interessantes. Em 1997 e 1998, Zanardi foi campeão pela Ganassi.
A léndária ultrapassagem em cima de Brian Herta, Laguna Seca |
Em 1999, Zanardi recebeu a proposta de correr novamente na F-1, desta vez pela Williams e como companheiro de Ralf Schumacher, aceitando por ser um negócio interessante para sua carreira. A proposta era boa, um contrato de três anos foi feito, mas ao decorrer da temporada, o fraco desempenho e as constantes quebras do Williams deixaram Zanardi frustrado. Uma chance de voltar para a Indy surgiu pela equipe Mo Numm.
O Williams que não colaborou com o italiano em seu retorno à F-1 |
Apenas em 2001 a volta do italiano ídolo dos americanos foi consolidada, mas a equipe também não tinha um bom carro e Alex sofria constantemente com falhas e abandonos. Parecia ser mais um ano de desapontamentos, mas a corrida na pista alemã de Lausitz mudaria para sempre sua vida. Após uma parada no box e um retorno não muito controlado para pista, o carro de Alex rodou e ficou praticamente parado na curva. Logo atrás, em velocidade, vinham Patrick Carpentier e Alex Tagliani. Carpentier conseguiu desviar do carro parado, mas o segundo carro não teve a mesma sorte. Tagliani acertou a lateral do carro de Zanardi, logo atrás da roda dianteira esquerda a uma velocidade de aproximadamente 300 km/h. O carro de Zanardi foi partido ao meio, e instantaneamente suas pernas foram arrancadas. Graças ao rápido resgate e ao médicos habilidosos, Zanardi foi salvo. Relatos contam que o piloto chegou a ter apenas pouco mais de um litro de sangue no corpo.
Após duros meses de recuperação para voltar a ter uma vida normal, na medida do possível, Alex surpreendeu a todos quando retornou ao automobilismo, em 2003, na mesma pista que quase o matou. Em um evento à parte durante a corrida da Indy em Lausitz, Zanardi, em um Indy adaptado, completou as treze voltas simbólicas que faltaram para ele na corrida em 2001, quando se acidentou. E não pensem que foi devagar, pois o tempo de volta do italiano seria suficiente para qualificá-lo em quinto na corrida.
Momento do impacto que mudou a vida de Alex Zanardi, Alemanha |
Talvez essa seja a maior superação para um piloto. Vencer o trauma psicológico e encarar novamente o carro e pista que quase lhe tiraram a vida. A força de vontade e a paixão pelo esporte, e por que não pela própria vida, deram forças a ele para que isso ocorresse.
Ainda em 2003, com um Série 3 adaptado, Zanardi pode correr novamente, agora na principal categoria de turismo europeu, pela equipe BMW. Logo na primeira corrida, terminou em sétimo. Daí para frente, o italiano foi só melhorando e recuperando os reflexos e sua competitividade. A primeira vitória na categoria veio em 2005 na Alemanha, coroando sua recuperação e contrariando o que muitos acreditavam ser apenas uma fase passageira de um piloto que não queria ficar em casa dormindo.
O BMW Série 3 adaptado com que Zanardi disputou o campeonato de turismo |
No final da temporada de 2009, Zanardi se aposentou da categoria aos quarenta e três anos e do automobilismo como piloto. Daí para frente, ele se dedicou a um outro esporte de corrida, mas agora em cima de uma espécie de bicicleta, na verdade um triciclo especial que se pedala com as mãos.
A nova categoria em que participa, na prova que lhe rendeu uma medalha de ouro |
Alguns dias atrás, no começo de setembro, mais uma vez Zanardi mostrou ao mundo que veio para ser um cara competitivo, não importa onde nem em que condição. Mesmo fora de um carro de corrida, a força de vontade de vencer levou Alex para as Paraolimpíadas, defendendo as cores da Itália na categoria do handcycle, o triciclo "pedalado" com as mãos. Qual o resultado? Medalha de ouro para a Itália.
Alessandro Zanardi é a prova viva de que nada é impossível se a dedicação e a vontade de vencer forem maiores que o medo e as barreiras físicas e mentais. Nos faz refletir sobre nossas vidas, sobre nossas dificuldades e atitudes. Reclamamos por muito menos, nos sentimos às vezes incapazes de vencer pequenos problemas, criamos nossas próprias barreiras, ai vemos uma história como a dele. Ele é um exemplo de determinação, e a prova que a vida não pára, basta vontade de lutar.
MB
Este cara é um super herói
ResponderExcluirExatamente! Simplesmente um herói!
ExcluirSeguuuura o italiano !!!Como dizia o Téo José, ao final de cada vitória.
ResponderExcluirLicao de vida !
ResponderExcluirJorjao
É um tapa na cara de muitos que arrumam desculpas na vida para não fazer certas coisas.
ResponderExcluirEu voto no Zanardi pra presidente do mundo.
ResponderExcluirQue post sensacional! Obrigado e parabéns, MB! Esse cara merece a homenagem, muito lutador.
ResponderExcluirDeterminação e vontade de viver. SimPles assim
ResponderExcluirMeu Deus... Dizer o quê??? Lembro do depoimento que ele deu sobre o acidente em Spa,no qual ele dizia que bem no meio da Eau Rouge,acendeu no painel a luz indicadora de ausência total de pressão na suspensão ativa,e ele pensou na hora:"Ah,meu Deus,aqui não!" Aquele carro da Lotus era mesmo ruim de doer,e foi meio que o canto de cisne da equipe de Colin Chapman.
ResponderExcluirTristemente ele sempre foi meio esnobado na F-1,e precisou ir para a Indy para mostrar seu valor. Era sempre empolgante assistir às corridas dele e,coincidentemente,penso que foi a melhor época da F-Indy. Haviam várias marcas de motores e chassis competindo ferozmente,os pegas eram emocionantes e,de quebra,havia o Zanardi na pista,garantia certa de que valia a pena assistir à corrida.
Pensando bem,a vida dele vale por todos os livros de auto-ajuda do mundo. Impossível não se emocionar ao presenciar tanta energia e vontade de viver.
Muito bom o post! Sensancionalll!!
ResponderExcluirDocumentário sensacional sobre o acidente (infelizmente somente em ingles):
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=sHO64bdq0IA&NR=1
Anônimo 29/09/12 19:50
ExcluirQue documentário! Obrigado por compartilhá-lo conosco.
Um grande exemplo de vida a ser seguido!
ResponderExcluirParece que vai voltar a correr pela BMW no DTM, certo?
ResponderExcluirharerton,
ExcluirEstá circulando na midia essa informação sim. Vamos ver se vai se concretizar.
abs,
Bob,off topic,aquele viaduto,que era um elefante branco no KM 22,5 da via Anchieta,foi finalmente concluído pela prefeitura de SBC,estou relatando pois o mesmo foi matéria de seu blog,um abraço.. http://www.abcdoabc.com.br/sao-bernardo/noticia/viaduto-do-km-225-via-anchieta-aberto-oficialmente-aos-motoristas-6125
ResponderExcluirAnônimo 30/09/12 00:47
ResponderExcluirObrigado pela informação. E incrivel, 37 anos entre início de construção e inauguração, mas, como se diz, antes tarde do que nunca.
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ExcluirAnônimo retardado acima, VSF e lembre-se que são mais de 20 anos que os outros partidos dominam o estado. E o país ficou muitos outros nas mãos do FDPs não petistas.
ExcluirO PSDB domina São Paulo porque São Paulo é a locomotiva do Brasil e os paulistas são o povo mais inteligente de todo o mundo.
ExcluirO governo FHC era muito melhor!
Uma bela homenagem a um grande homem que apezar de tudo que aconteceu com ele jamais desistiu ,sem duvida um exemplo de determinaçao a ser seguido.
ResponderExcluirJônata P. Somavilla
Parabéns pelo Post, Mílton
ResponderExcluirA Foto de chamada , Reynard Honda Firestone do Ganassi iniciando a descida de Laguna Seca, é memorável e ilustra um dos mais bonitos e entusiastas carros de corrida que já rodaram ( 1000 cv no pé, Metanol, Turbo, Pneuzão, Rodões, Câmbio manual sequencial...etc....etc...)
Sim, valia a pena assistir Zanardi e depois Montoya com ele, acertado pelo Mestre Jimmy Vasser e com Chip Ganassi no pit...
Bem, era 9,6,4,3,2,1
Lauda ganhou 2 champ.... depois de Nurburg `76
Piquet(segundo ele mesmo) perdeu parte da sua noção de profundidade na batida ém Ímola 1987, dali em diante não pôde rivalizar em velocidade com os adversários. Deve ter sido particularmente cruel isso para ele.
Zanardi dá uma idéia que quão especiais são esses pilotos , aliás a guiada do Pace devia ser bem no estilo deles ( Zanardi, Montoya, Mansell, Villeneuve, Scheckter,Peterson,Hamilton etc ) que tal um post sobre o José Carlos Pace?
Belíssimo post, sobre o grande homem Alessandro Zanardi. Quando vi que ele ganhou a medalha de ouro nas paraolimpíadas, foi inevitável sentir aquele nózinho de emoção na garganta. O último parágrafo do post é de se fazer pensar nas muitas "dificuldades" que enfrentamos (ou criamos) em nossas vidas...
ResponderExcluirNada a acrescentar. Zanardi é simplesmente e realmente "O" cara.
ResponderExcluirEmocionou o mundo, ganhando aquela medalha de ouro.
Romeu
Isso mesmo ... eu me emocionei quando vi seu nome no pódio ... show !!
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ExcluirAssisti o Zanardi pilotando a BMW branca na prova de Turismo do WTCC em Curitiba ! Parabéns !
ResponderExcluirMaldito governo petista! Este viaduto inacabado já era patrimônio de São Bernardo!
ResponderExcluirTípico de uma personalidade competitiva e determinada....não podendo mais andar ao nível que andava por conta das pernas (nível alto, mesmo...monopostos!), ele abraçou um novo esporte que lhe deu tanta satisfação quanto as corridas.
ResponderExcluirE o que seria? Claro, algo que remetesse a velocidade, uma bicicleta adaptada. Normal que ele tentasse - amando o novo esporte - partir para os lugares mais cimeiros do esporte, treinando muito, se dedicando como no tempo dos carros, e colhendo os frutos de fazer algo que gosta.
Não acho que ele foi um herói no sentido clássico da palavra (Zanardi mesmo rejeita isso), mas ele está tendo o reconhecimento no fato que ele é muito bom nos esportes que escolhe, e que um coração entusiasta, é meio caminho andando para atingir as glórias.
Ele merece todo o respeito, seu desempenho é muito oriundo da sua natural competividade, mas existem os outros heróis anônimos (portadores) que enfrentaram um caminho bem mais duro para atingir altos níveis de competividade; esses também deveriam ser lembrados.
MFF
Sensacional MB! Obrih!
ResponderExcluirA quem interessar, o vídeo do "THE PASS"
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=cBthxGThBkc
Zanardi, Joseph Climber do automobilismo.
ResponderExcluirMilton,
ResponderExcluirParabéns pelo artigo. Excelente texto sobre uma figura que cada vez mais torna-se um exemplo para a humanidade. Você deveria escrever mais pois parece ter muito conhecimento "de dentro" do automobilismo.
Mas permita-me corrigir uma informação, a última frase do parágrafo logo abaixo da foto do Williams: "teve apenas pouco mais de um litro de sangue correndo pelo corpo".
Essa situação é francamente incompatível com a vida e certamente não aconteceu. Provavelmente eu li as mesmas informações que você, portanto permita-me explicá-las. As declarações da época davam conta de que sua perda sanguínea foi estimada em 4/5 do seu volume circulante "original". Esse número pode sugerir o tal "pouco mais de um litro" porém esta perda aconteceu ao longo de um determinado tempo e durante este período ele foi reposto com substâncias cristalóides, colóides e também com sangue (transfusão). Te garanto que ele recebeu muito mais volume do que aquele que foi perdido, por razões cuja explicação é longa e foge do nosso escopo. Também se disse na época que ele sofreu 7 paradas cardíacas entre o acidente e a chegada ao hospital, certamente por conta dessa hemorragia terrível que só tem como ser adequadamente tratada dentro de um centro cirúrgico. Enquanto não é possível contar com os recursos adequados, faz-se todo o possível para manter a vida até que o paciente chegue ao local onde possa receber um tratamento mais eficaz.
Sem dúvida mérito total dos médicos que o atenderam e transportaram, tanto que o próprio Zanardi faz questão de expressar este reconhecimento até hoje em todas as suas entrevistas.
O mesmo acidente numa prova de automobilismo regional em qualquer local do mundo provavelmente teria causado a morte do piloto. E pelo meu conhecimento da estrutura de atendimento no Brasil, este acidente em 90% das provas de automobilismo e motociclismo aqui no nosso país (posso estar sendo benevolente com a porcentagem, tirando a F1 e o WEC deve ser 100%) teria resultado em óbito não pela falta de médicos mas pela falta do suporte de sangue (que quase nunca consta do inventário de suporte na pista) e principalmente pela falta de helicóptero em stand-by nesse tipo de evento. Essa estrutura de suporte é cara e o nosso minguado esporte a motor do qual participo também como piloto não tem condições de arcar com isto, infelizmente.
Ass: Villa
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ResponderExcluirFim de carreira de Niki Lauda?
ResponderExcluirPoxa, 2 títulos mundiais com a carreira encerrada! Certamente o melhor piloto de todos os tempos!
MB,
ResponderExcluirótimo texto sobre uma pessoa especial, como deveriam existir em maior número. O mundo seria melhor. Zanardi é a prova que mesmo um piloto determinado pode não ter grandes sucessos na Fórmula 1, sem que isso signifique que seja um piloto ruim.
Mesma coisa para qualquer outra profissão, seja ela tradicional ou não.