google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Fotos: MAO/AE


A sabedoria popular nos ensina: “Nunca conheça seus heróis.” Uma sábia frase com certeza. Afinal de contas, somos todos humanos, e bem de pertinho, bem esquisitos. De longe, a uma distância segura, uma pessoa pode parecer extremamente inteligente e articulada, pode parecer um gênio, seus ensinamentos e escritos podem ter mudado sua vida e sua forma de pensar de forma definitiva. Mas tenha certeza que de pertinho ele é esquisito. Até Steve Jobs, este ícone moderníssimo da modernidade moderna, aparentemente não era muito amigo de um banho, e fedia para caramba.

O Bob certa vez me contou em um dos nossos saudosos encontros no Bar do Juarez, em Moema, que andar com um Mercedes-Benz 300SL roadster 1957, décadas depois de curtir uma paixão platônica danada por este supercarro nos anos 1950, foi uma decepção completa. Não que fosse ruim, mas talvez a expectativa fosse muito alta para algo que tinha ficado velho já. De qualquer maneira, o fato é que, conhecer o seu ídolo foi, para o Bob, decepcionante.

Dois BMs se encontram, o M5 e a perua 328i

Foi com isso em mente que recebi com certa angústia um telefonema de um amigo sábado passado. Este amigo, que prefere se manter anônimo, comprou recentemente um BMW M5 de 1990 (E34, para irritar os aversos a códigos), e ao ler meu post recente sobre o carro (veja aqui), resolveu adiantar a visita para o domingo. “Amanhã cedo estou aí para a gente andar no bicho! Você PRECISA andar nele.”

Fotos: Sílvia Cristina Farias, arquivo pessoal e autor
"Carletta", a Lambretta de um colecionador que encomendou trabalho à Sílvia Cristina Farias

O automóvel ser escolhido por artistas para seus trabalhos é comum, eu já cobri diversas exposições onde o tema é algum carro, quase sempre antigo, muitas vezes me pego esquecendo o conceito artístico por trás da mostra e só pensando no quanto o autor estragou o veículo. O que vem a minha mente são as perguntas: Por que não conservar? Será que o artista não entende a restauração como arte válida?

Exposição Autobang, de 2002: estou longe de ser um critico ou conhecedor, mas é o tipo de "arte automobilística" que não gosto
Já recobrir um automóvel com trabalhos manuais em pano, me parece algo reversível, começa a agradar...
... mas imortalizar um veículo numa pintura é o tipo de arte que gosto, e muito!

Fotos: Felipe Madeira, nuerburgring.de

Na curva do Carrossel, "Para 'ovos moles' como Falk de Kassel" (seria Kassel mesmo?)uma ofensa a alguém

Apesar de nunca ter estado no inferno, aquele bíblico, tenho a sensação de que é um lugar ruim. Não é preciso vivenciar uma experiência para ter conhecimento sobre ela, se alguém me diz que o lugar que estamos indo é um inferno, naturalmente tenho uma sensação negativa sobre o tal lugar.

Foi assim que peguei a A565 saindo de Bonn na Alemanha em direção ao sul, queria chegar no Inferno Verde. Nordschleife, próximo à cidade de Adenau, tudo parte do complexo de Nürburgring, o circuito de Nürburg.

Seguindo para o Nordschleife

No trajeto de uma hora, nas modernas estradas da Alemanha, fiquei imaginando os motivos de chamarem o meu destino de Inferno Verde. A alusão à cor da esperança não sintoniza com o termo tenebroso que ela classifica, óbvio então que o Verde será apenas referência à extensa vegetação que contorna o lugar. Resolvida a questão do Verde, o Inferno então deveria ser... quente! Caramba, que azar que eu tinha, fazia zero grau naquele dia, seguia então a caminho do inferno congelante...

A Lenda, claro, era isso! Tudo que havia acontecido naquele local mágico, mítico, para os amantes do automobilismo, compunha a história do inferno. Exatamente como aquele bíblico, tudo que eu sabia sobre o inferno eram histórias, as dificuldades do traçado traiçoeiro, as almas vivas ou não que correram por lá. As lendas e emoções de quem já tinha pisando antes de mim naquele solo sagrado, ops, não pode ser sagrado, então afinal o que é o Inferno Verde?

Zero grau


Final da temporada provoca reflexão sobre o atual estado do automobilismo nacional


Enquanto a categoria máxima do esporte não dorme nos louros, vivemos entre sonhos e pesadelos





Enquanto a principal categoria do mundo se reinventa e se adapta para manter a posição de principal pólo de investimentos tecnológicos e promocionais do esporte a motor mundial, o automobilismo brasileiro tropeça em egos e na ineficiência da Confederação Brasileira de Automobilismo que, por seu próprio estatuto, deveria zelar por sua saúde, vitalidade e eficiência. Não é o caso de comparar os ambientes de negócios entre os dois cenários mas, isto sim, alterar o status atual que permite ao conceito monomarca ocupar cada vez mais espaços e aniquilar a verdadeira base do esporte em terras tupiniquins. Quando as vendas de automóveis no mercado nacional batem sucessivos recordes fica difícil entender porque não se consegue trazer para as pistas 1% dos 3 milhões de carros vendidos a cada ano até os nossos autódromos.