google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Passo dello Stelvio, a inspiração
Quem aí não gosta de viajar?

Eu trabalho sempre pensando nas próximas férias. Definir um destino para a próxima viagem e fazer os preparativos durante os meses que a antecedem é algo muito prazeroso. Isso é um verdadeiro combustível para a vida, uma esperança, um objetivo, algo que me faz enfrentar o dia-a-dia com mais disposição. 

Esse mundo é tão grande e são tantos os lugares legais que eu gostaria de visitar que já concluí que essa vida não será suficiente. Assim temos sempre que priorizar levando também em conta o tempo de férias e o quanto podemos gastar nas viagens. Eu praticamente posso dizer que trabalho para viajar. Acredito que momentos especiais vividos e sentidos tem muito mais valor que bens materiais. É certo também que alguns destinos são mais difíceis de conciliar com tempo, dinheiro e família. Por exemplo, visitar o Passo dello Stelvio com a família, incluindo uma filha pequena, é um pouco mais difícil que ir para Flórida. 

Mas esse tal de Passo Dello Stelvio já está na minha cabeça faz muito tempo. Desde antes do post do Marco Molazzano logo no início do AUTOentusiastas. Essa passagem talvez seja uma das mais famosas, e aparece em vários programas com vídeos fantásticos ou em matérias com fotos maravilhosas sempre com supercarros fazendo os cotovelos com a traseira escapando. Definitivamente não é uma viagem para ser feita com a família, e por isso ela estava lá, guardadinha em um cantinho especial da minha cabeça (junto com outra para Le Mans), para ser feita em alguma outra oportunidade.

É certo que também, na maioria dos casos, achamos as viagens para outros países bem mais excitantes. Mesmo sendo nativo do país mais bonito do mundo, eu sempre tive tendência a deixar as viagens nacionais para um segundo plano. Estando tudo aí, no "nosso quintal", e com mais facilidade, posso deixar as viagens nacionais para "quando der", como que desprezando o que é mais fácil. Tem outro ponto a favor das viagens internacionais que é a infraestrutura disponível. Parece que é tudo bem mais fácil e seguro. De qualquer jeito, eu não me sinto muito confortável com a minha prática e vivo me questionando isso. Como posso conhecer a Alemanha sem conhecer o Amazonas, que os alemães adorariam conhecer?

Lugar

A matéria que me fez decidir fazer essa viagem
Eis que no comecinho desse ano vi uma matéria numa revista inglesa onde o destino foi o Brazil. Os caras que podem ir ao Passo dello Stelvio com facilidade (e já foram dezenas de vezes), aproveitando que já estavam no Brasil para outro evento, resolveram visitar a Serra do Rio do Rastro em Santa Catarina dirigindo um Audi R8 (que já avaliamos aqui no AE). Por sua vez, essa matéria foi estimulada pela ação da Red Bull com Rhys Milles que subiu a serra fazendo drift com seu Hyundai Genesis em 2010. O vídeo foi muito popular na época.

Bob Wallace e mais um dia duro de trabalho (foto Jalopnik)

"Jornalista, revista Rolling Stone, 1976 a 1979 
Produtor, Atlantic Records, 1964 a 1971
Qualquer tipo de músico, exceto clássico ou rap 
Diretor de cinema, qualquer tipo exceto alemão ou mudo 
Arquiteto (trocar por dono de loja de discos)"

A certa altura do filme “Alta fidelidade”, o protagonista Rob Gordon (personagem do sempre ótimo ator John Cusack) chega em casa e encontra a ex-namorada lendo esta lista em voz alta, lista esta que ele mesmo tinha escrito em uma folha de papel e deixado em cima da mesa: os cinco melhores empregos de sonho.

Se você nunca viu este filme merece parar um pouco para fazê-lo; é uma grande história de encontro da liberdade por meio de um amadurecimento repentino, ainda que tardio. Uma fábula pop deliciosa sobre pessoas que, movidas por um interesse especial mútuo (no caso, a música, visto que Rob é dono de uma loja de discos raros) se encontram e firmam amizades duradouras mesmo aparentemente sem ter nada mais em comum. O apelo para os entusiastas de qualquer coisa, carros inclusive, me parece óbvio.

Mas enfim, contei isso porque sempre que o assisto novamente, penso nesta lista em particular entre as outras tantas que são feitas filme afora. A minha versão dela nunca tentei colocar em uma ordem definida, nem nunca completei os cinco. Mas existem três empregos que para mim estão claramente muito acima de todos os outros. Não nenhum deles pagava particularmente bem, mas isto, veremos, não importa. Em ordem cronológica:

Piloto de testes e competição, Maserati, ca. 1930-1969 
Piloto de testes, Lamborghini, 1963- 1975 
Editor, revista Car inglesa, 1975-1988

O fato de que no mundo real as pessoas que tiveram estes empregos tenham se conhecido, cada uma delas tendo alguma influência sobre a outra, não é mera coincidência. Nem o fato de que estas histórias convergem também para um lugar só, a cidade de Modena, na Itália. Nem, muito menos, a época em que existiram.

Fotos: autor 

Chama mesmo a atenção...


Por definição, o Uno College é um Uno Vivace quatro-portas repleto de equipamentos reunidos em um kit chamado justamente College 1, novidade que chegou junto com a linha Uno 2014, em março. Tanto é assim que ao "montar" o carro no site da Fiat (www.fiat.com.br) o kit College é apenas um dos opcionais entre tantos para o Vivace 4-portas, mas quando esse opcional é escolhido o próprio sistema se encarrega de bloquear todos os outros — até cores, uma vez que a única cor do Kit College é branco Banchisa. O nome College, que significa faculdade em inglês, sugere justamente o público para o qual o Vivace assim modificado foi idealizado, os jovens ainda estudantes. Para isso o carro conta com decoração exclusiva, com o vermelho extensamente aplicado nos mais diversos pontos, de maçanetas de portas, externa e internas, a elementos no painel, além das carcaças dos espelhos externos, sempre passando idéia de jovialidade com esportividade.

Jeito jovem


O preço do College é simplesmente formado pelo preço do Uno Vivace 4-portas, R$ 28.150, mais o do Kit College, R$ 5.751, em que somando-se as duas parcelas chega-se a R$ 33.901. O kit traz vários itens que normalmente podem ser solicitados para o Vivace 4-portas, mas o uso do vermelho é exclusivo. O kit College inclui, por exemplo, ar-condicionado, direção assistida hidráulica, faróis de neblina, acionamento elétrico de vidros e travas, limpador/lavador do vidro traseiro, ajuste de altura do volante de direção e da ancoragem dos cintos dianteiros, cintos laterais traseiros de três pontos retráteis, conta-giros e econômetro, pré-disposição para rádio, espelho no pára-sol do motorista, porta-óculos e tapetes específicos — com detalhes em vermelho, naturalmente. O leitor pode ver em detalhes o que o Vivace traz de série e de que consiste o kit College na lista de equipamentos em seguida à ficha técnica, no final.

O adesivo identifica a versão



A notícia já deve ser do conhecimento de todos. Mais uma vida se foi, vítima de um atropelamento por um carro em alta velocidade, que se suspeita estar participando de um racha em plena via pública e no calor da disputa avançou um sinal com faixa de pedestres.

Pouparei os leitores dos detalhes, já fartamente noticiados por praticamente todos os meios de comunicação. O que chama a minha atenção é: por que este cidadão estava andando desta forma em uma via pública. Esta pergunta obviamente não é inédita e deve ocorrer a cada um de nós sempre que vemos notícias de tragédias relacionadas a altas velocidades ocorridas em vias públicas do nosso país. Por que temos tantos rachas em nossas ruas, que tantas vezes acabam mal, ceifando vidas de quem não escolheu estar ali? Não há apenas uma resposta, mas entre elas uma que destaco é a falta de autódromos.

“Lugar de correr é no autódromo”. Todos nós já ouvimos esta frase, muitas vezes referindo-se ao hábito de se disputar racha na rua — pega de rua, como também é conhecido em outras regiões, com a cidade do Rio de Janeiro. A prática de racha foi sabiamente tornada ilegal por nossos legisladores: o Art. 173 do Código de Trânsito Brasileiro pune severamente quem “disputa corrida por espírito de emulação” (o nome técnico do “racha”) em via pública com multa de 574,62 reais, apreensão do veículo e suspensão do direito de dirigir (tramita  Projeto de Lei no Congresso Nacional que modifica esse artigo elevando o valor dessa multa para R$ 1.915,40, dobrando em caso de reincidência). Lugar de corrida definitivamente não é na rua, mas numa pista, num autódromo.

Desde que se fez o segundo carro em uma mesma região surgiu a vontade de colocar os dois lado a lado para ver qual deles é mais rápido. As competições são inerentes ao próprio automóvel e surgiram junto com este, em fins do século 19. Desde que haja dois carros, surge a vontade de provar que “o meu é mais rápido que o seu”. A competitividade é inerente à natureza humana, não é possível nos dissociarmos dela. Até com cavalos existia esse tipo de disputa, daí nascendo o turfe.

Racha na rua: questão de tempo até acontecer uma nova tragédia