End. eletrônico: edita@rnasser.com.br Fax: +55.61.3225.5511 Coluna 4713 20.nov.2013
Mercedes Classe S, Longo. Carro de Patrão
Estava quieto, calculando o quanto reduzir na
mistura de grãos e sais minerais fornecida à Háua, minha mula de patrão, no
atual verdor dos pastos no Planalto Central, quando me liga da Califórnia amigo
de longa convivência automobilista.
Da conversa, saudação cortês, social, sobre o
fazer, além de defender a sobrevivência do Museu
Nacional do Automóvel, ante oposição dos governos de Brasília e do Brasil.
Pulei explicar tal messe. Não falo mal do meu país com estrangeiro. Também, o
que é Mula-de-Patrão, Azêmola, dela diz a ciência. Cernelha alta, distinta,
elegante, dotada postura superior, andar lembrando Alfa 159 — confortável,
porém firme, estável, e rainha do instinto. Nem que Háua, tentativamente
grafado em língua pátria, sugere vento em árabe.
Amigo fala por parábolas, perguntando: “Se
você tivesse, para o resto da sua vida, apenas um automóvel, em que banco você
gostaria de sentar?”.
Confesso, após certa idade, não me aprazem
perguntas com barreira de corte, mas fiquei com vontade de dizer-lhe, em
matéria de cadeira perene, gostaria fosse a de diretor de estatal, nomeado pelo
poder. Ótimo salário, mordomias mis e, tão intocável que, por ação ou inação
distinto público perde, diretores saem incólumes. Caso recente do ex-presidente
do Banco do Povo, quebrado, levado, com lastro oficial, para a diretoria de
marketing do Banco do Brasil. Afinal, arquiteto que quebra banco tem toda a
experiência exigida para a diretoria de estatal. Henrique Pizolatto, “o” cara,
ali colocado pelo poder maior, foi condenado por corrupção passiva, lavagem de
dinheiro e peculato. Mas na Itália, para onde fugiu, graças às amplas vantagens
obtidas no exercer o cargo, será dottore ou Commendatore.
Ótima cadeira.