O bem que a Toyota faz
à Argentina
Com orgulho o governo
argentino anunciou investimentos e planos não divulgados pela Toyota no Brasil.
No parceiro do Mercosul, a japonesa investirá 800M de dólares para receber a
nova geração IMV de seus picapes Hilux e o utilitário esporte SW4.
Festa
argentina não é pelo aporte, mas por sua missão. A Toyota de lá quer
fazer 140 mil destes veículos após as obras em sua fábrica em Zárate, beirada
de Buenos Aires. O volume é assemelhado à capacidade da marca em suas duas fábricas
brasileiras, onde faz Corolla e Etios, mas a diferença de propósitos é enorme.
Num comparativo simploriamente numérico, o Brasil neste ano fará 143 mil
veículos e exportará em torno de 26.500 — menos de 20% do total. No projeto
argentino a relação é diferente. Das 140 mil unidades a ser produzidas, as
exportações são projetadas em 110 mil, grosso modo 70%, destinando-se a suprir
toda a América Latina, a começar pelo Brasil, cliente maior.
Ao
tornar sua empresa base de abastecimento continental, a Toyota dá empregos
diretos e indiretos. Seu projeto na Argentina é muito mais interessante para o
país, relativamente à atuação da empresa no Brasil, mercado cinco vezes maior
que o do vizinho. Projeta o governo de dona Cristina Kirchner, surfando na boa
notícia em difícil época eleitoral, as exportações da Toyota em 2015
representarão 1,2B de dólares.
Registro
de crescimento, em 2005 a Toyota fazia circa 15.000 unidades
anuais, crescendo quase 1.000% num período aproximado de 10 anos.
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Cross, o próximo Etios
Tentando correr atrás
do Hyundai HB20, sua referência de mercado, lançado em data próxima, mas de
quem tomou surra desanimadora por má recepção, a Toyota insiste no Etios. Não
pode desistir, não tem tempo hábil para mudanças externas. Ao lançamento,
enquanto o HB20 escriturava filas, seu Etios sobrava na fábrica e nos
revendedores, provocando crescentes descontos para desovar os imprevistos
estoques, e um relançamento disfarçado, corrigindo as críticas da imprensa e
reclamações dos compradores. Além destas alterações a Toyota criou
novidade para aproveitar o 13º salário, as festas de final de ano e as férias,
quando a razão é usualmente embaçada pela emoção, e pretende aumentar vendas
com a versão Cross.
Nada novo ou criativo,
segue o receituário criado pela Fiat, inventora do sub-segmento, seguido com amplidão,
mesclando a fórmula aviada pela dita coreana em sua versão S do HB20, e busca
socorro no VW CrossFox, situando o carro no topo da tabela, e aplicando pintura
sólida, mais barata que a metálica oferecida pelo HB20.
Fórmula conhecida,
pouco criativa, uma polegada a mais em distância livre ao solo, apliques de
plástico nas laterais, revestimento no para-choque frontal para sugerir ser
peça resistente, arcos no teto, adesivos, spoiler, rodas aro 15
pol., em liga leve. Função prática, nenhuma e tão desconhecido quanto
improvável ganho em performance para o sugerido pelo nome.
Furo pelo sítio
Autoblog.ar, autor das fotos.
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Etios Cross. Mira o HB20, mas na decoração... |
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...copia o VW CrossFox |