google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fotos: autor

"Aquele terreno cheio de carros velhos no meio da neve parecia a entrada do Paraíso"


Este post marca a chegada – uma grande chegada! – de mais um nome ao time do AUTOentusiastas: Josias Silveira. Ele é, sem nenhuma dúvida, um dos expoentes da imprensa automobilistica brasileira. Muitos leitores conhecem o trabalho dele comandando as revistas Duas Rodas e Oficina Mecânica, editadas a partir de 1974 e 1987, respectivamente, com quem, nesta última, tive o prazer de trabalhar (e aprender) de 1988 a 1992. Mais do que jornalista, porém, o Josias é o próprio autoentusiasta, em toda sua essência. Convidá-lo foi sugestão de um leitor, o Leister, depois que leu o post sobre o novo Clio, no qual conto a viagem de volta do Rio com o Josias e a Ana Flávia Furlan. Depois de falar no dia seguinte com ele, nos encontramos no evento da apresentação do Fusca à imprensa no dia 28 último, quando finalmente acertamos o ingresso dele no nosso time.
A estréia do Josias é com a reportagem/conto "Sorvete de Graxa", inédita na internet, bem como as fotos, que acabou dando origem ao livro homônimo, da Editora Europa (www.europanet.com.br), escrito pelo Josias. É uma história deliciosa, que tem a cara dele, e tenho certeza de que os leitores a apreciarão, bem como as outras que virão.
Bem-vindo ao AUTOentusiastas, amigo Josias!

Bob Sharp e a equipe de editores

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Sorvete de Graxa

Por Josias Silveira


O livro de autoria do Josias
Aquele terreno cheio de carros velhos no meio da neve parecia a entrada do Paraíso. Coisa de maluco. Ou de maluco por carros velhos. Apesar de gastar boa parte do meu tempo testando e analisando automóveis novinhos – quase sempre antes do lançamento – adoro um caco velho. Automóvel novo parece eletrodoméstico, e no Brasil tem sempre das mesmas cores (entre o prata e o preto) iguais ao do vizinho, prontos para serem perdidos no estacionamento do shopping... 

Já um carrinho bem usado tem personalidade, tem vontade própria, você precisa negociar e conversar com ele para ir longe. É único. Um monte de emoção aprisionado em peças velhas, esforçadas para continuar na luta. Ou na estrada.

Por isso, aquele dia cheio de neve no norte dos Estados Unidos tinha tudo para render bons momentos de graxa e felicidade. E meu velho Subaru, lá no Brasil, ia ganhar vida nova com as peças velhas catadas no estado de Michigan, em pleno rigor do inverno.

Fabio. feliz, autografando um dos seus vários livros sobre automóveis


Esse é um post que nunca esperei escrever. Faleceu nesse início de noite o meu grande amigo (e de muitos) Fabio Steinbruch, uma personalidade marcante no meio automobilístico, tanto o de competições quanto o do antigomobilismo.

Foi um tombo de motocicleta na marginal do Tietê causado, segundo a perícia, por estouro do pneu dianteiro. A moto era antiga, uma Moto Guzzi 250, da coleção do Fabio. Foi ele mesmo que telefonou para o resgate do Corpo de Bombeiros, sendo levado para o Hospital São Luiz.

Apresentava bem poucas escoriações, mas uma clavícula havia se quebrado, provavelmente pelo guidão, disse a perícia, que acabou perfurando uma artéria torácica superior, levando a uma forte hemorragia interna e ao falecimento do Fabio. As informações são da família.

Se houve falta de cuidado no transporte do Fabio ao hospital, provovando a lesão na artéria, nunca se saberá, mas acredita-se mais numa fatalidade.

Fabio, um grande autoentusiasta, completaria 52 anos em 12 de março próximo e deixa a esposa Fabiane e seu irmão Leo, aos quais o AUTOentusiastas expressa as mais profundas condolências.

O velório foi nesta segunda-feira no Cemitério Israelita do Butantã, onde ocorreu o sepultamento às 14 horas.

BS

(Atualizado em 4/12/2012 às 11h43, novos fatos)
Sistema Cross, o sistema de válvula rotativa transversal mais desenvolvido


As válvulas rotativas transversais

No post anterior vimos os sistemas de válvulas axiais, em especial o sistema Aspin que convergiu boa parte da tendência tecnológica para aquele tipo de válvula.

Neste post iremos dar uma leve pincelada nas válvulas transversais, já que a família destas válvulas é ainda maior que a das válvulas axiais. Muitos inventores de válvulas importantes em sua época não serão citados aqui para manter uma linha do tempo direta e clara para o leitor, mas nem por isso perdem sua importância na história.

Uma das razões para a maior diversidade das válvulas transversais é que, por não estarem localizadas dentro da câmara de combustão, podem apresentar maior variedade de formatos e de opções de montagem. Isso também as tornam  mais fáceis de fabricar, o que estimulou muita gente a pensar e testar alternativas.

No entanto, nem tudo é miraculosamente simples nelas.


Quando o Bob Sharp me perguntou se eu poderia ir ao lançamento do JAC J2, a primeira coisa que pensei foi “xii, isso não vai dar certo”. Explico. Sempre gostei de carros grandes e com muitos itens de conforto, preferencialmente sedãs; e o Jac J2 é o oposto disto, um carro minúsculo e de preço relativamente baixo, para competir nos segmentos inferiores do nosso mercado. Porém, ao ler na internet que ele virá ao Brasil equipado com o mesmo e bom motor do J3 (1.332 cm³, mas chamado de “1.4”), pesando quase 150 kg a menos, pensei: “bem, esse bichinho até que pode ser divertido, vou lá conferir”.

Não deu outra: O motor realmente fez a diferença no J2. Enquanto praticamente todos os seus concorrentes em preço e peso recorrem ao motor de 1 litro para pagar menos IPI, a JAC Motors brasileira fez o oposto: o J2 original na China tem motor de 1 litro, mas, quando da importação, o grupo de Sérgio Habib solicitou que o motor fosse mudado para o mesmo HFC4GB1.3C que equipa o J3. Este motor desenvolve 108 cv a 6.000 rpm e tem torque máximo de 14,1 m·kgf a 4.500 rpm. Se contarmos que o pequenino J2 pesa apenas 915 kg, temos a interessante relação peso-potência de 8,47 kg/cv. Número respeitável, digno de carros de bom desempenho, e dirigir o J2 só confirma isto. Mais detalhes sobre o motor no post do J3.