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Quatro motores de válvulas deslizantes: MCollum (1909), Knight (1908), Continental (1926) e Sargent (1914) |
Uma visão geral
Vimos na primeira parte que o sistema de válvulas circulares convencionais se tornou um paradigma universal, adotado por todos os fabricantes de motores de ciclo Otto e Diesel, salvo raríssimas exceções em aplicações especiais.
Vimos também que o sistema vigente está longe da perfeição, algo sabido desde os primórdios da história do motor a combustão.
Nos apegamos a ele como se ele fosse a única alternativa. A maioria dos autoentusiastas sequer imagina que existem sistemas alternativos e como eles podem funcionar, quando na verdade, a diversidade de sistemas é imensa.
Estas alternativas foram largamente exploradas na aurora do uso do motor a combustão interna, mas a maioria não passou da fase de proposta ou de protótipo. Ainda assim, há propostas inovadoras mesmo nos tempos atuais.
Mas estes sistemas surgiram e depois desapareceram ao longo dos anos. Alguns obtiveram grande sucesso, como o sistema Knight nos automóveis de luxo, e o sistema Argyll, em motores aeronáuticos, ambos de camisas móveis. Alguns até foram lançados em motocicletas, mas a maioria dos sistemas, entretanto, não passou da fase experimental ou de patente de conceito.
Estes sistemas não seriam mais que mera curiosidade técnica se o "Papa" da engenharia dos motores, o engenheiro inglês, de Londres, Sir Harry Ricardo, não tivesse publicado em 1927 um extenso estudo onde relacionava todos os problemas com as válvulas convencionais e mostrava (dentro da realidade técnica da época) que motores com este tipo de válvula não iriam muito além dos 1.500 cv.
Muito do que ele afirma neste estudo serviu de base para a primeira parte deste artigo. Em sua substituição, Sir Ricardo propunha o uso de válvulas de camisas móveis.
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Sir Harry Ricardo (26/5/1885–18/5/1974) |