google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fotos: Volkswagen/Pedro Dantas



É fato público e notório que o Volkswagen Touareg e o Porsche Cayenne são primos entre si, têm a mesma carroceria e suspensão, só que são fabricados em Bratislava, na República Eslovaca, e em Leipzig, na Alemanha, respectiva e curiosamente ambas cidades do bloco comunista até que a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) começasse a desmoronar em 9 de novembro de 1989, data do início da derrubada do Muro de Berlim. Pode-se dizer que é mais um caso de "engenharia de emblema", mas nem por isso os dois utilitários esporte não têm luz própria. Pelo contrário, têm e bastante.

Durante a apresentação à imprensa nesta quinta-feira em Santo Antônio do Pinhal (SP), um jornalista questionou o gerente de marketing da Volkswagen, Henrque Sampaio, se não era inútil a popular marca bater de frente com a sofisticada Porsche, baseado no fato que era mais importante mostrar para os vizinhos e para os amigos um carro com o emblema da égua empinada do que com o do círculo com as letras "V" e "W" superpostas. Na hora, ante a embaraçosa pergunta, pensei em responder pela Volkswagen, mas é claro que não teria nada a ver. Eu teria respondido que 1) nem todo mundo é besta e 2) na hora de precisar de assistência técnica (todo carro precisa) a grande rede de concessionárias Volkswagen vale muito mais, pelo tamanho, do que a diminuta rede da marca de Stuttgart.

O gerente de marketing deu uma resposta delicada (como deve ser sempre), falando nos tópicos habituais como fidelidade à marca, públicos diferentes, preço e direito de escolha, entre outros. O fato é que o Touareg é um belo produto na sua categoria e quem não é dado a exibicionismo não terá do que se queixar se adquirir um. Pelo contrário.

Conforto mesmo sobre os maus caminhos

Fotos: Audi



O Audi A1 foi lançado no Salão de Genebra de 2010, mas a mais recente adição à linha, o A1 Sport, só começou a ser vendida na Europa em novembro passado. Na última quarta-feira foi apresentado à imprensa brasileira. Por que o brinquedo do título? Com 1.265 kg e 185 cv, sua relação peso-potência é 6,83 kg/cv. Dá para brincar e entrar bem a dentro do "Clube dos 200", pois ele chega a 227 km/h. E deixa muita coisa grande para trás, ao acelerar de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos.

A potência vem do motor 4-cilindros de 1.390 cm³ superalimentado por um compressor Roots – o blower (soprador) que os americanos veneram – combinado com um turbocompressor. Só que não é o esquema de primeiro um, depois o outro, mas os dois trabalhando em sociedade. O resultado é uma resposta ao acelerador muito rápida, superior à dos melhores arranjos de turbocompressor que temos dirigido e exaltado aqui no AE ultimamente.

O pico de potência é a 6.200 rpm e o limite, 7.000 rpm. O torque máximo de 25,5 m·kgf ocorre a 2.000 rpm e aí permanece até 4.500 rpm; a 1.250 rpm já produz 22,5 m·kgf, correspondente a 40 cv a pouco acima da rotação de marcha-lenta. É mesmo de impressionar.

Motor de autoentusiasta, sem tirar nem pôr






A história do Alfa Romeo 158, do projeto ao ápice da marca nos primórdios da Fórmula 1 e à sua sucessão pelo Ferrari.

Observação inicial:
Em meu último post sobre o FW-15C, vários leitores e amigos pediram artigos sobre a Fórmula 1 antiga, a memorável, a entusiástica. Este post é uma resposta a este pedido.

Ele não é novo. Foi escrito em 1999 para um grupo pequeno de amigos do extinto newsgroups de carros do UOL, e posteriormente reeditado no fórum da Car Audio Brasil em 2004.

Entretanto, nenhum destes meios tinha a capacidade de difusão que o blog AUTOentusiastas tem hoje, e espero que muitos que não o conhecem tenham a oportunidade de apreciá-lo pela primeira vez.

Vamos a ele.


Década de 1920: Um jovem de nome Enzo Ferrari, apaixonado por velocidade, começa a trabalhar para um fabricante de automóveis ainda obscuro na Itália, chamado Alfa Romeo.Vindo de outra empresa concorrente, a Costruzioni Meccaniche Nazionali (CMN), vem para desempenhar a mesma função: trabalhar nos carros de competição, onde seria o responsável pelos testes e, algumas vezes, o piloto nas provas. Suas habilidades na condução eram pouco acima dos níveis adequados.

Ao final de uma prova que vencera, Enzo foi presenteado pelo pai de um ás da aviação italiana, Franco Barraca (morto em batalha na Primeira Guerra Mundial), com o escudo da cidade de Modena enfeitado com o símbolo que ornava seu avião, o cavalo empinado. Enzo adotaria este estandarte como seu símbolo pessoal, e mais adiante como logotipo de sua futura empresa.

Dezesseis cilindros, sessenta e quatro válvulas, dois virabrequins: complexidade excessiva

A história da Formula 1 é interessante não apenas pelos projetos vencedores, mas também pelos que não deram certo. Entre esses, há carros para os quais haviam poucas esperanças desde o nascimento. Equipes já desaparecidas como a Life, Bellasi, Merzario, Derrington-Francis, e muitos outros, fizeram carros que chegaram a ser ridicularizados. Lembramos da pobre italiana Coloni, que teve o brasileiro Roberto "Pupo" Moreno como piloto por alguns meses, pintando carenagens numa oficina perto do autódromo de Interlagos. Mal chegaram a participar de alguma corrida além das classificações. Existiram algumas equipes com muito potencial técnico e humano, mas que nunca conseguiram vitórias, como ATS, Beatrice, De Tomaso e a brasileira Copersucar-Fittipaldi, esta por muito pouco mesmo. Vide o segundo lugar de Emerson em Jacarepaguá 1978.

Algumas equipes com recursos muito limitados fizeram grandes carros, como o Eagle-Weslake V-12, e grandes equipes fizeram perdedores, basta lembrar da Ferrari durante muitos anos pré-Schumacher e a Lotus com o Type 80, um carro cheio de problemas que veio na seqüência do Type 79, campeão do mundo de pilotos e construtores em 1978.

A BRM (British Racing Motors) foi uma dessas equipes que poderia ter vencido muito mais. Fundada em 1945 por Raymond Mays e Peter Berthon, teve, entre as dezessete vitórias de 1959 a 1972 e os campeonatos de pilotos com Graham Hill e de construtores em 1962, além de quatro vice-campeonatos de construtores, uma história com a característica de fazer carros de funcionamentos extremos. Fases de carros imensamente complexos e totalmente impossíveis de serem pilotados a contento, depois trabalhando num caminho mais simples e com bons resultados. A BRM teve momentos de glória e momentos desprezíveis, quase na mesma medida.