google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Foto: indicefeminino.com.br


Semana de balanço para muitas pessoas, blogs e noticiários, e não seria diferente para nós do AE. Um simples apanhado de fatos marcantes de 2011 que foram comentados neste espaço ao longo do ano e também outros, que por qualquer motivo deixamos de comentar, mas que nem por isso são menos relevantes.

A idéia foi abordar o que julgamos ter dado certo nos automóveis lançados em 2011, os destaques do esporte a motor, o que nossas autoridades fizeram de bom para o tráfego e o outro lado, ou seja, quais lançamentos tiveram resultados aquém do esperado, o que ficou para trás no esporte a motor e onde as autoridades de trânsito mais erraram. Uma lista curta, sim, não pretendo fazer um ranking dos melhores automóveis avaliados, pois isso demandaria que as análises tivessem critérios diversos dos que foram empregados, mas que tal falarmos daquele que foi um sucesso imediato de vendas, que caiu rapidamente no gosto do público? Ou de um que não deu tão certo assim?

Lançamentos

Renault Duster


O AE foi convidado ao lançamento e teste rápido e o Bob Sharp e Arnaldo Keller gostaram do carro. Mais do que isso, no seu primeiro mês de vendas já ultrapassou o EcoSport, veículo que inaugurou o segmento de "car-derived SUV" no Brasil em 2003 e que até então não sofrera ameaças sérias de nenhum concorrente. Chegar ao mercado e arrancar o líder do segmento do topo das vendas no mês de estreia é um fato raro, raríssimo, nos vários ano que acompanho o mercado. Não por menos, mereceu o destaque de 2011. Segundo dados da Fenabrave o Duster se mantém à frente do rival no mês de dezembro. Se o Duster seguirá liderando as vendas até ou além da chegada do novo EcoSport (esperado para o segundo semestre de 2012), não sabemos. Felizes aqueles que disputam um segmento com somente dois ou três concorrentes.

Zenvo ST1
Esses dias de final de ano significam férias, ou pelo menos uma folga breve do trabalho para muitos, eu inclusive. Porém, o excesso de atividades nos faz ir a lugares não normais no nosso cotidiano.

Como não poderia deixar de ser, os olhos estão sempre procurando algo relativo a carros para nos distrair um pouco das atividades torturantes que temos que executar, como ir a um supermercado fazer compras (argh!).

Nessas andanças, fotografei duas coisas curiosas há alguns dias.


Vencer as 24 Horas de Le Mans, este é um dos prêmios máximos do esporte a motor mundial, que por si só já é um grande desafio. Ser o projetista ou dono de equipe vencedor das 24 Horas de Le Mans também é um grande mérito, mas vencer as 24 Horas pilotando um carro concebido por você mesmo, isso é praticamente impossível. Imagine então se este cidadão fosse um francês, seria a experiência máxima e euforia total para um país todo.

Praticamente impossível, mas não totalmente, tanto é que somente uma pessoa conseguiu este feito e, ainda por cima, um francês nativo da região do circuito de La Sarthe. Este homem é Jean Rondeau.


Jean Rondeau

Jean nasceu na vila próxima ao circuito em 1946, e desde pequeno conviveu com o automobilismo e as 24 Horas. Tornou-se piloto cedo, participou de diversas categorias de jovens pilotos e tornou-se piloto profissional de sucesso. Nos anos 60 fez nome das provas locais de Turismo, correndo com os R8 Gordini e depois com os famosos Alpine (a versão original dos nossos conhecidosWillys Interlagos). Participou também de provas de subida de montanha a bordo dos Alpine, onde conquistou mais vitórias.

Já nos anos 70, com boa experiência adquirida e vontade de sobra, partiu para o sonho de Le Mans em 1972, pilotando um Chevron-Ford. Jean não tinha como bancar uma estrutura adequada para a corrida, fez o que pôde, liderou os treinos da sua categoria mas na corrida foi forçado a abandonar por falta de peças necessárias para fazer os consertos no carro. 




A origem do motor do Chevette nunca foi explicada pela GM do Brasil. Quando trabalhei lá como gerente de imprensa entre maio de 1997 e outubro de 2000, nunca me ocorreu ir atrás do assunto, uma vez que o pequeno Chevrolet havia saído de linha em novembro de 1993. Mas recentemente, já no tempo do Autoentusiastas, o leitor Raphael Hagi nos perguntou a respeito da origem do motor e fiquei de procurar esclarecer a dúvida dele.

Como fiz boas amizades na GM, comecei pelo engenheiro Francisco Satkunas, há alguns anos aposentado, que participou do desenvolvimento do Chevette na Alemanha, na principal fábrica Opel, em Rüsselsheim. Passou o ano de 1972 inteiro lá, como engenheiro residente.

Na época, final dos anos 1960 (e até os meus dias na GM), a engenharia de produto da GM brasileira era liderada por Carlos B. Buechler e entre seus auxiliares diretos estavam os jovens engenheiros Francisco Satkunas e Pedro Manuchakian, este atual vice-presidente de engenharia da GM do Brasil depois que Carlos Buechler se aposentou. Os três tiveram participação direta no desenvolvimento do Chevette na Alemanha.


A fábrica-sede da Opel em Rüsselsheim; a frase significa "Nós vivemos carros"

Satkunas conta que projeto e construção dos protótipos foram totalmente alemães. O motor foi projetado especificamente para o Kadett C — o nosso Chevette — e complementaria um 1,2-litro OHV (comando de válvulas no bloco e válvulas no cabeçote). O novo motor era um 1,4-litro OHC (comando de válvulas no cabeçote) e era a primeira vez que a Opel utilizava correia dentada para acionar o comando. Além disso, o cabeçote era de fluxo cruzado (crossflow), com admissão e de um lado e escapamento do outro, permitindo melhor limpeza (scavenging) da câmara de combustão, resultando em menor contaminação da mistura ar-combustível sendo admitida.