google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Toda vez que alguém critica o design de um Jaguar criado enquanto Sir William Lyons dirigia a empresa (até 1972), tenho a mania de responder, meio brincando, meio falando sério, que não é permitido a nós, meros mortais, criticar o desenho de um Jaguar. O resto do carro pode, mas o desenho não. Somos todos tão inferiores a Sir William nesse sentido que qualquer crítica faz o mesmo efeito que sopro de gato asmático no furacão Katrina: irrelevante. Em alguns assuntos, é melhor nos recolhermos a nossa insignificância.

O SS1 Airline, um dos primeiros carros de Lyons

Isto porque julgar o desenho de um carro é o que Lyons sabia fazer melhor, e o que trouxe ele a fama e glória, e que transformou uma fabriqueta de sidecars numa marca reverenciada mundo afora. Sir William nunca desenhou nada. Apenas mantinha uma equipe de funcionários pequena que batia chapas para ele, e criava direto em escala 1:1, carrocerias inteiras em metal. Hoje o processo de desenho de qualquer carro é longo e enfadonho, e passa de desenhos a mão para modelos em escala, para arquivos matemáticos e mais modelos em escala, depois para modelos em barro escala real, depois mais arquivos eletrônicos modificações, usinagem de barro, avaliações, mais arquivos, mais comitês, mais discussão... Um monte de gente dá pitacos e discute demais, quando Lyons apenas olhava e decidia. Em tamanho natural, direto em metal, e quando estava pronto, estava pronto e pronto. Nada criado por comitês intermináveis pode ser comparado a qualquer criação de Lyons.


PRECISO DE MAIS SÁBADOS COMO ESSE

Há cerca de duas ou três semanas o Bob convocou parte da equipe do blog para um programa agradabilíssimo: um delicioso almoço numa cantina em Joanópolis, a Provincia di Lucca. A pequena cidade (12.000 habitantes) é mundialmente conhecida como a "terra do lobisomem". Digo que foi uma convocação, pois o Bob não costuma nos enfiar em roubadas: muito além da massa fresca e da licantropia, teríamos a oportunidade de colher impressões sobre a última geração do BMW Série 7, denominada F01.



Confesso aos amigos e leitores que eu não estava nem um pouco animado com o programa: ando um tanto atarefado resolvendo questões particulares e profissionais, incluindo a curtição da minha filha caçula e a conclusão de alguns trabalhos pendentes para a Quatro Rodas. Mesmo sem tempo sobrando, acabei aceitando a idéia de que um momento sabático com meus amigos ajudaria a reorganizar as idéias, tornando tudo mais fácil na semana vindoura.

O leitor Vitor gentilmente nos enviou o link para um vídeo que mostra como os agentes de trânsito de todo o País deveriam proceder. Vale a pena ver.






BS
Nada a ver com montadora

Já falei bastante a respeito disso aqui no AE, mas nem por isso deixo de ficar impressionado como o termo 'montadora', usado no lugar fábrica ou fabricante de automóveis, se dissemina por toda parte. É na imprensa e nas informações dos fabricantes, até mesmo na Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Em compensação, em todo o texto do polêmico Decreto n° 7.567, que trata do IPI que atingiu os carros importados, não existe 'montadora'. Tampouco nas resoluções do Contran. Realmente é intrigante por que esse hábito enraizou-se no Brasil. Já vi até escreverem "na fábrica da montadora".

Nos dias pós-promulgação do decreto nunca vi tanto a palavra toda a imprensa. Verdadeira inflação de 'montadora'.