google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Já estou de volta à minha querida terra natal e agora, com um pouco mais de calma, pude selecionar algumas fotos do Ferrari World e relatar minhas impressões. Confesso que ainda não consegui definir minha visita como exatamente entusiasta, o que me fez pensar em alguns pontos.


O Ferrari World é uma iniciativa voltada para o entretenimento! E isso é muito estranho considerando que o comendador Enzo Ferrari via os carros de rua como meros instrumentos para financiar as atividades nas pistas. Outro ponto é que a Ferrari não faz propaganda de seus carros. Alguém já viu uma propaganda de Ferrari? Propagandas da Porsche são facilmente encontradas. Além disso, a Ferrari produz apenas aproximadamente 6.000 carros por ano, uma pequena fração dos quase 2 milhões produzidos pela sua dona Fiat (que tem 90% da Ferrari), tem um lucro de 400 milhões de dólares contra 800 milhões da Fiat e é avaliada por pouco mais que a Fiat. Ou seja, a Ferrari não precisaria de uma papagaiada como esse "parque de diversões".

foto: g1.globo.com


post de Bob Sharp a respeito da indústria das multas, me recordou uma matéria de José Luiz Vieira, na Motor 3 de março de 1981, exatamente há 30 anos, que busquei na mais bagunçada biblioteca do mundo para recordar a lembrança turva que tinha.

Em um claríssimo texto sobre a história dos limites de velocidade, JLV mostrava o uso dos radares de microondas eletromagnéticas cada vez mais difundidos nos Estados Unidos, e terminava com informações sobre a incerteza do futuro desses aparelhos, baseado em fatos da engenharia dos automóveis.




Em desenho automobilístico, como em qualquer outro campo, o realmente original é raro. O que se vê com frequência é a reciclagem e mistura de variadas influências e detalhes, raramente nunca vistos em outro lugar. Quando realmente aparece algo original, muitas vezes a ideia é copiada, e depois progressivamente diluída en milhares de imitações de sucesso variado.

Um exemplo fácil atual é o vestígio do famoso, onipresente e enormemente influente “Bangle butt” (a traseira com porta-malas saliente criada por Chris Bangle para a BMW) que pode ser visto na traseira das versões sedã do Celta.

Outros exemplos clássicos de influência são a grade dianteira dos Chrysler Airflow dos anos 30, imensamente popular na Europa apesar do fracasso do carro nos EUA, e o Chevrolet Corvair (acima), lançado no final de 1959 como modelo 1960.

Já falei muito sobre o Corvair e seu criador aqui no AE, mas hoje falarei apenas sobre seu desenho e influência.

Já estou preparando um longo e ilustrado post sobre o Ferrari World,  em Abu Dhabi, que deve ir à rede amanhã. Mas enquanto não o termino, adianto apenas um aperitivo sobre uma das coisas que vi por lá.

No parque temático há um pequeno espaço para a Shell, um forte parceiro tecnológico da Ferrari, desde 1950,  para mostrar como são desenvolvidos o combustível e óleos utilizados pela Ferrari.