OBRIGATÓRIO!!! Autoentusiasta, nem pense em deixar este mundo sem visitar o Festival of Speed em Goodwood! É difícil resumir a experiência, mas eu diria que é um Festival de Sensações. Carros valiosos, com muita história, realmente rodam. As fotos sempre serão apenas uma vaga lembrança de carros que ouvi o ronco e senti o característico cheiro quando passaram, sempre bem conduzidos (não é um desfile cauteloso de carros antigos, eles andam MESMO).
Este mapa do local não dá a ideia da imensidão e variedade de coisas que se vê em Goodwood. A linha vermelha não é uma pista, mas uma estradinha local, fechada para o evento. Existe, de fato, um autódromo chamado Goodwood, mas ele não é utilizado no evento. O Festival de Goodwood nasceu da ideia de um lorde inglês que queria reviver os bons tempos do automobilismo no sul da Inglaterra (Silverstone fica mais ao norte; Brands Hatch, a leste de Londres). Convidou uns amigos e fez o evento nos gramados de sua casa de campo (essa mesma que aparece atrás da caracterísitica escultura). Vieram 30.000 entusiastas, mesmo com a coincidência de datas com a 24 Horas de Le Mans, em 1993 (nem faz tanto tempo assim). Essa mistura de alta tecnologia com um amadorismo apaixonado é o grande segredo de Goodwood.
Após bater mais de 150.000 visitantes, começaram a controlar a venda de ingressos (sempre antecipada e limitada, não se compra na porta do evento). Em outros anos, os ingressos acabavam meses antes. Neste ano, consegui comprar 2 semanas antes, mas os ingressos para os Grandstands (as arquibancadas que se vê em alguns lugares estratégicos) tinham acabado há alguns dias. Talvez a crise, não sei. Mas estava longe de estar vazio.
Bem, ingressos e programa comprados pela internet (tudo muito organizado, retira-se em um guichê à porta do evento), muitas recomendações de se chegar cedo (cedo mesmo, 7:00 AM, quando os portões abrem), procurei um hotel na região e encontrei apenas um Bed and Breakfast em uma cidadezinha litorânea próxima, a 12 milhas de distância, ótimo. Ótimo mesmo, a distância da pequena Chichester, cidade do evento, a Londres, é de cerca de 100 km. O voo chegou no sábado à tarde e o Google Maps indicava 1h20, mas tomou mais de 2h. Carro de direção invertida, cautela em dirigir na contramão, placas indicando o caminho por B Roads (estradas secundárias), tudo contribuiu. Mas confesso que fiquei feliz em optar por dormir próximo e evitar isso no dia do evento. Na estradinha apertada, cruzo com um Jaguar XJ 220, vários Lotus Elise/Exige, inúmeros roadsters antigos, Mazdas RX7 e 8, todos voltando do evento.
No dia seguinte, antes das 6:00 AM já estava de pé, apesar dos efeitos do fuso horário, e muito ansioso. Fica claro a umas 4:30 AM, então foi fácil acordar (nem precisou do despertador) e às 6:20 AM estávamos entrando no estacionamento, junto com outros madrugadores. O estacionamento é uma enorme fazenda, faixas e placas organizam tudo e é só. Duas filas já se formam (para entrar e para pegar os ingressos comprados pouco tempo antes do evento).
Às 7:00 AM em ponto entramos. Recebemos uma revista e programa do evento (que mal abri), um rádio portátil desses que se prende na orelha, que sintoniza uma estação só (a rádio Goodwood, a mesma que fica sendo transmitida pelos alto-falantes espalhados pelo local).
Começamos pelo galpão abaixo, passagem obrigatória de quem estaciona no sul do evento (acho que thavia quatro bolsões).
Notem, são 7:05 AM!
Os boxes são pequenos, várias marcas representadas (acima, carros BMW da Palmer Sports, um complexo de treinamento do ex-F1 Jonatan Palmer). No estande da Honda, dois NSXs, um deles com um adesivo imitando a assinatura do Ayrton Senna. Era vermelho como o carro que o campeão tiha em São Paulo, mas não sei se era o dele.
Começando a circular, as características tendas onde ficam carros incríveis. É tudo muito simples, mas os carros... Esses todos acima rodaram, apesar de parecerem valiosos ou antigos demais.
Aqui, algumas versões apimentadas de carros atualmente à venda. O Ford Focus RS500 preto fosco está aí. Tudo o que se viu recentemente em sites, blogs e revistas, estava lá!
Apesar da comemoração principal dos 100 anos da Alfa Romeo, várias outras datas são comemoradas em Goodwood, como os 50 anos da Carrera Panamericana, no México.
Alfas, Alfas, Alfas!!!
Meu novo sonho. McLaren MP4-12C. Laranja, como o da foto.
Sua intimidade exposta.
Aproximando-se da casa (The Goodwood House), vários carros expostos no jardim. Ferraris brancos, pouco comuns, como acima, eram uma visão fantástica.
Um dos patrocinadores do evento era o jornal inglês The Sunday Times. O radinho tinha o logo deles e esta área, de supercarros, era patrocinada também por eles. Como sempre, os carros são ligados, saem com convidados etc. Eram umas 4 ou 5 fileiras de carros, uns 40 carros. Com 5 desses já ficamos felizes em qualquer Salão do Automóvel em São Paulo. E ficam a metros de distância, quietinhos. Aqui eles vivem.
Um raro Zagato, recém-lançado.
Sim, aquele protótipo Citroën roda. Estava ao lado de DOIS Veyrons, um cupê e um roadster.
Congestionamento de supercarrios quando o Lexus LF-A e o Zagato resolvem sair ao mesmo tempo. Notem as pessoas no meio, nada de isolamento, basta educação. Aqui tinha também Lotus Exige, Mercedes SLS, Porsche GT3 e GT2 RS, Ferraris, Lambos, Koennigsegg, Pagani Zonda Carbon Edition, Camaro e outros tantos...
Voltando ao espaço na lateral da casa, uma infindável coleção de carros raros. Até um Bugatti EB110 todo empoeirado estava por lá (era cedo, ainda tiravam o pó e o orvalho da madrugada).
Subindo um pouco (veja o mapa acima), passamos pela frente da casa e pela enorme escultura e vamos para os boxes de carros e motos de competição. Quanto mais se viveu e se interessou por carros e motos, mais se curte o evento. O dia, veja, estava lindo, sol forte e um vento gostoso. As motos acima estavam sempre acompanhadas de mecânicos da época, do museu que as mantém ou o proprietário, sempre disposto a um bate-papo.
Motos mais modernas. Adorei ver a Suzuki RGV 500 2-tempos. Moto que eu babava nas cometições da finada 500-cm³ , hoje MotoGP.
Carros que correram recentemente na 24 Horas de Le Mans estavam por lá, como esse BMW com pintura artística.
Olhem que visão fantástica! Tem de tudo para todos, Fórmula 1, motos, ralli os caminhões da F-1, esporte -protótipos, novos, antigos, muito antigos, parece que não acaba nunca!
Muitos desses carros são OS campeões de uma prova ou de um campeonato. História presente!
O charme de uma época sem asas e com muito mais coragem!
"The Boss" estava representado lá. O carro do Ayrton Senna.
O estande de carros antigos da McLaren. Não consegui fotos do estande da equipe McLaren de Fórmula 1. Simplesmente impossível se aproximar de um estande de uma equipe inglesa, com dois pilotos ingleses campeões mundiais. Ambos estavam por lá, o Hamilton andou em um McLaren igual a esse acima do Senna, mas era o do Prost.
Os carros na pista. Aquele Citroën anda, não é um protótipo estático. Atrás, um Tesla...
Red Bull. Lindo carro, como diria o comendador Enzo Ferrari. Carro de corrida bonito é o que vence...
Estande muito especial para mim, fã incondicional dos pilotos locais Colin McRae e Richard Burns, ambos nos deixaram precocemente. Havia informações da fundação Richard Burns que angaria fundos para pesquisa sobre o câncer que o matou tão surpreendemente. E, para deixar tudo mais especial, olhem o simpático velhinho que lá encontro:
John Surtees, vestido a caráter para reencontrar carros que dirigiu muito tempo atrás...
Eram 10:00 AM.
O tradicional pórtico que aparece em quase todas as fotos de Goodwood é uma imesa escadaria para atravessar a pista.
Visão panorâmica do espaço dos estandes. Visto do estande da Audi, abaixo. Um Salão do Automóvel a céu aberto.
Que produção, hein?
O MINI Countryman como muitos o veem: uma brincadeira. Os personagens são do desenho animado Wacky Race (Corrida Maluca, para nós).
Estandes criativos, como este autorama da Mazda.
Lojinhas de tudo que fosse do interesse de um autoentusiasta. Livros, memorabilia, quadros etc.
Os carros do deseho animado. A garotada adorou (mas tive que achar o desenho no YouTube pra mostrar pra eles antes, nesses tempos de Discovery Kids e Nickelodeon).
Kit cars e fabricantes ingleses esquisitos estavam por lá, também.
É essa distância que se fica dos carros . E todos passam fazendo graça, acelerando forte, queimando pneus.
Como falei, tem de tudo pra todos. Comemorava-se a música que influencia e é influenciada pelos carros.
Cores diversas no estande da Citroën.
É gente que não acaba mais. Mas sem sufoco. Note o radinho na orelha do senhor de boné azul, em primeiro plano.
A polícia, sempre presente.
Exibições aéreas de helicópteros, de aviões antigos e desse bombardeiro Vulcan, enorme.
Um clima de piquenique.
Militares
Os carros descendo. Na verdade, existe uma tomada de tempo, montanha acima. Repare que os carros descem agrupados, mas sobem um a um.
Mustangs (voando)
Mini Show do ZZ Top
Motos fazendo graça
Mais graça. Havia uma pista off-road mais ao norte, mas era longe e não deu pra ir até lá, com as crianças. Acompanhei pelos telões.
O estacionamento. O ônibus era esse trator. Uma poeira só.
É um evento único, mistura um amadorismo apaixonado com a mais alta tecnologia. Realmente imperdível.
Abraço,
MM
P.S.: O post está mais simples do que eu gostaria, mas não quero demorar demais e a edição com muitas fotos fica difícil. Farei outros mais específicos. Tenho quase 1.000 fotos.