google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
O Milton Belli postou sobre o privilégio que teve de andar em Interlagos de carona num Sting Ray 63, Split Window, pilotado pelo Bob. Bom, o carro é de um amigo, cujo nome não estou autorizado a dizer, mas conheço bem o veículo, pois já o guiei algumas vezes e em diferentes ocasiões. O motor é um 327 com 300 cv. Está em perfeita ordem e a folga na direção foi corrigida. Os freios são a disco nas quatro, um opcional que surgiu posteriormente a 63, mas que poderia ser colocado nesse modelo, o que foi feito.
Em outra ocasião, que não essa da Quatro Rodas Experience, eu o guiei em Interlagos e o freio deu fading no fim da Reta Oposta, na freada para a Curva do Lago. Nessa freada, começou freando bem, mas em seguida empastou. Como sei que não se deve abusar de carros antigos, principalmente se ele não for seu, eu não vinha no talo, e como essa curva é bem largona, tudo bem, sem sustos.
O Sting Ray 63 é um carro fantástico, motor torcudo que mal sente a Subida dos Boxes, suas saídas de curva são de escorrer baba da boca, seu equilíbrio nas curvas é tranquilizador. Os galhos são os freios duvidosos e a direção excessivamente desmultiplicada. Ambos defeitos de fácil correção. Os freios estavam bons, mas originais. Hoje, com um novo sistema, coisa que deve haver nos EUA, ele fica jóia.
Quanto à direção, troca-se a caixa e boa. O galho da direção é que ela é tão desmultiplicada -- por não ter assistência hidráulica ele tem que ser assim para não ficar muito pesada -- que você não tem como corrigir escapadas de traseira, o que é moleza acontecer tal a potência que esse V-8 de uns 50 mkgf.despeja logo em baixa. Então, quando você corrige pra cá já era pra ter consertado de lá. Fica aquela lambança. Quanto à dupla dinâmica Bob/Milton ter passado o Dino, tudo bem, passou, porque eu estava tocando o Dino e os únicos carros que me passaram foram essa dupla aí e um Mustang de 450 cv, e passaram batido na Subida dos Boxes, porque no Miolo não levaram não, porque eu com aquele Dino estava o capeta, mas eu me policiava porque prometi ao dono que não passaria das 5.000 rpm, quando a faixa vermelha do V-6 começava nas 7.000 e alguma coisa.
Se me dessem autorização para usar essas 2 mil rpm aí esses dois iam ver o que era bom pra tosse. Fiz uma matéria para a Car and Driver Brasil que foi um comparativo desse mesmo Sting Ray citado com um Jaguar E-type, em Interlagos. O Jaguar papou. O Corvette tem mais motor, mas o Jaguar tem mais conjunto. Com o Corvette você sua a camisa pra andar forte, já com o Jaguar eu poderia correr uma Mil Milhas pilotando sozinho, tal a docilidade, tal o controle, tal a ergonomia, e é justamente aí nessas horas que a gente sente a diferença de um carro que foi acertado por um excelente piloto, como o Ferrari 308 que foi acertado pelo Lauda, como o Honda NSX que foi acertado pelo Senna.
Depois não sabem por que esses dois carros são tão gostosos de guiar, simplesmente por que a excelência do fator humano é insubstituível e não há computador que saiba fazer isso. É como uma mulher ser projetada por um computador, tudo bem, pode ficar linda, mas gostosa é outra coisa. Tenho algumas fotos desse teste da C and D -- fotos do primo Paulo Keller -- e um filminho que minha filha fez nesse dia, quando saí com ela numa recriação de um Jaguar C-type que apareceu lá de alegre e logo o catei pra guiar. Perdoem por minha filha ter filmado muito a minha cara enrugada, em vez de filmar mais a pista, mas vale a ventania e o som do motor Jaguar de 6-cil, 4,2-litros, com uns 300 cv (o original tem 265 cv, mas esse tá mexidinho).
Reclamem da filmagem com a minha filha, a Guga. O namorado dela, o Rodolfo, é esse italianão azedo aí saindo do E-type comigo, um cara manso, mas bom de pancadaria. o Rodolfo só é ruim de se rumo e nessas estávamos parados na área de escape do Laranja e dei uma bobeira na hora deles irem embora de Uno os vi saindo na contramão da pista, indo pra Curva do Lago, como se ia antigamente, os bonitinhos. Gritei feito uma onça no cio para os avisar. Escutaram, graças a Deus, e fizeram a volta! Haja paciência com essa moçada!





Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone.
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'.


(Aproximem-se todos,
De onde quer que venham
E admitam que as águas
Ao seu redor estão crescendo
E aceitem que assim, logo afogarão
Se o seu tempo aqui
Vale a pena ser salvo
Então é melhor você começar a nadar
Ou você afundará feito uma pedra
Porque os tempos estão mudando)

The Times They Are A-Changin’ (ouça o trecho acima aqui) foi composta pelo grande Bob Dylan em 1963 como uma canção de batalha. Como um dos porta-vozes da geração que mudou o mundo nos anos 60, Dylan fez esta música para passar o claro recado de que os jovens iriam sim, mudar a sociedade, de forma completa e inevitável. Quando dizia estas duras e proféticas palavras, soava aterrorizante para os pais de família tradicionalistas da época, e deixava claro que lutar contra esta mudança era fútil. Colocava medo no coração do inimigo, e inspirava os combatentes, como deve ser em uma canção de batalha. Ainda sinto um arrepio na espinha ao ouvir esta música, mesmo tendo nascido muito tempo depois de seu aparecimento nas rádios mundo afora.

E o recado continua atual. Vejam por exemplo a crescente exigência para que os automóveis poluam menos; ela chega como uma necessidade tão grande que faz gente muito inteligente tentar viabilizar coisas tão absurdas como o velho carro elétrico. Por mais que seja bobagem achar que muita diferença faça limpar ainda mais os escapamentos (já são limpos pacas hoje em dia), ah, os tempos estão mudando... Esse movimento já é inevitável, por mais idiota que seja. Medo atinge o coração do entusiasta! Melhor começarmos a nadar ou afundaremos, feito pedra. Malditos hippies verdes modernos!

Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo

Na última segunda-feira fui a uma reunião em São Paulo, no bairro de Pinheiros. Um percurso de aproximadamente 30 km, saindo de São Bernardo do Campo, começando na Via Anchieta e passando pelo corredor Tancredo Neves/Bandeirantes até chegar à Av. das Nações Unidas.

Como estou "na boca" do Rodoanel, optei por utilizar esta via, mesmo sabendo que rodaria mais que o dobro da distância (aproximadamente 70 km). Tomei esta decisão também por ainda não estar familiarizado com o percurso e seus acessos para São Paulo (através das rodovias Régis Bittencourt e Raposo Tavares). Quanto mais cedo eu pegar as "manhas" do caminho, melhor.

Quase no limite de município entre São Bernardo do Campo e São Paulo um policial rodoviário me deu a ordem de parada, na primeira ponte do trajeto. Até aí nada demais, uma simples averiguação de rotina. O que me surpreendeu foi o que veio em seguida.

Enquanto o policial consultava dados pessoais e dados do veículo no COPOM, uma mulher com jaleco da Dersa e prancheta na mão veio me entrevistar, perguntando qual era meu endereço de origem e para onde eu estava indo. Respondidas as perguntas, questionou se eu pagaria R$ 6,50 (seis reais e cinquenta centavos) para utilizar o mesmo trecho a partir de 2011.

Respondi dizendo que considerava o preço abusivo, já que no trecho Oeste paga-se singelos R$ 1,30 para rodar cerca de 32 km. Pela matemática mais simples (mesmo sabendo que nada é tão simples), o trecho sul
não deveria custar mais que o dobro disso, já que não chega a ter o dobro do percurso (61 km).

Liberado pelo policial rodoviário, continuei minha viagem até Embu, quando outro policial rodoviário deu ordem de parada. Vi outra pessoa de jaleco com prancheta na mão e disse que já havia respondido a pesquisa. O policial riu (isso mesmo, riu) e me liberou de outra averiguação.

Era mesmo só o que faltava: parar o motorista para responder pesquisa. Mas fica a dúvida: quanto custará o pedágio do trecho sul?
FB

Como bem falou meu amigo Arnaldo no post sobre motoristas, quem guia é que pode fazer o carro ser bom ou ruim.
Lendo o texto dele, lembrei de uma passagem que ocorreu no ano de 2007. Interlagos sediava o evento do Quatro Rodas Experience, um já conhecido evento de mais de uma semana de duração onde o público paga para dirigir no autódromo por algumas voltas, com carros a escolher, dependendo do preço do ingresso adquirido.
Neste ano, fui instrutor de pilotagem, ou seja, acompanhava os pagantes durante as voltas pelo traçado, sentado no banco do passageiro e passando instruções sobre o que fazer (e principalmente não fazer) na pista. Uma experiência, digamos, boa para teste de controle emocional.
Os instrutores desse evento passam por cada uma... mas enfim, não é este o objetivo do post. Na hora do almoço do evento, o Arnaldo conseguiu organizar passeios com carros antigos (alguns que estavam expostos nos boxes e outros convidados) pela pista. Em um destes dias, estava eu passeando pelos boxes na hora da saída dos antigos para o passeio, quando vejo um amigo dentro de um Corvette Split-Window vermelho. Fui cumprimentá-lo e a primeira coisa que ouvi dele foi "Entra aí! Estou indo sozinho, pode ir junto".
Não tive dúvidas, arrumei um capacete emprestado ali do lado, com o Arnaldo, que se não me falha a memória, não andou neste dia (já havíamos andado no dia anterior). Entrei no carro, cinto afivelado e vamos para a pista.
Seria a primeira vez que eu andaria em um Corvette C2 na pista. Já imaginei o carro como seria: tática pedal-to-the-metal nas retas, joga a âncora e reza pra fazer a curva. Mal sabia eu o que a experiência em carros deste tipo não era capaz.
Fomos um dos últimos carros a sair dos boxes, acredito que de um total aproximado de vinte carros. Logo na saída, segunda marcha engatada e acelerando no Sol, quando abriu espaço na reta oposta, já ficaram pra trás três carros. Na primeira freada forte (Lago) já veio a surpresa do que o carro, quando bem pilotado, pode fazer. Passamos um XK por fora, com o Vette deslizando suavemente nas quatro rodas, sob total controle. "O volante está com folga, olha só", foi o que ouvi na subida do Laranjinha.
Mais algumas passadas no miolo e na Subida dos Boxes e já faltam poucos carros para chegar no "líder" do grupo. Na última volta, o Carrera RS branco já tinha ficado pra trás fazia tempo, e o Ferrari Dino era o último antes do 'carro-madrinha'. E o Dino ficou vendo o Vette passar voando pelo Laranjinha. Por pouco não passamos também o 911 moderno que era o carro-madrinha.

"Se não for pra andar como se deve, melhor ficar em casa", disse meu amigo, logo quando paramos o carro novamente nos boxes, com um sorriso que não deixava esconder a satisfação de guiar um carro deste como nos velhos tempos. Para mim foi grande experiência, pois nunca havia presenciado uma pilotagem limpa e precisa em um carro deste tipo.
Ah sim, o nome do meu amigo que me levou de carona nestas voltas memoráveis. Bob Sharp.
MB