google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

O ornamento de capô mais famoso do mundo é a estátua de uma mulher chamada Eleanor Velasco Thornton e nasceu de uma história de amor, ou de um amor secreto.

No início do século XX, Eleanor era a amada do Lorde Montagu of Beaulieu, um entusiasta por automóveis e editor da revista inglesa The Car. Eles não podiam oficializar seu romance uma vez que Eleanor não tinha credenciais sociais suficientes para ser esposa de um Lorde. O Lorde tinha uma esposa oficial.

Lorde Montagu encomendou uma estátua ao escultor Charles Robinson Sykes para ornar o capô de seu Rolls-Royce Silver Ghost. Eleanor, com seu robe flamejante, foi a modelo. Simbolizando o amor secreto, originalmente o nome da estátua era The Whisper, que pode ser traduzido como O Segredo.
Os primeiros Rolls-Royces não tinham ornamentos no capô. Porém em 1910 os enfeites se tornaram moda e cada pessoa escolhia o seu. Só que alguma pessoas estavam usando "mascotes" inapropriados para um Rolls-Royce. Algo como um adesivo "É nóis na fita" num Mercedes Classe S! Então a Rolls-Royce tratou de encomendar um mascote gracioso, compatível com a marca que expressasse o espírito da marca:

"The spirit of the Rolls-Royce, namely, speed with silence, absence of vibration, the mysterious harnessing of great energy and a beautiful living organism of superb grace..."

"O espírito da Rolls-Royce, ou seja, a velocidade com o silêncio, a ausência de vibração, a misteriosa combinação de energia e um bonito ser de graça soberba..."

Charles Robinson Skyes foi o escolhido pela Rolls-Royce, que lhe sugeriu como inspiração a Deusa Alada da Vitória, Nike. Porém Skyes não se impressionou e quis algo mais feminino: Eleanor. Então ele modificou The Whisper transformando-a na Spirit of Ecstasy, Espírito do Êxtase. Originalmente foi chamada de Spirity of Speed. Mas na época de sua apresentação para a Rolls-Royce Skyes se referiu a ela como uma pequena e graciosa deusa, Espírito do Êxtase, confirmando assim seu nome final.

Nos Estados Unidos, onde o ornamento é um pouco diferente, com maior inclinação para frente, é conhecido como The Flying Lady, ou A Dama Voadora.

De 1911 a 1914 o ornamento era banhado em prata. Depois passou a ser banhado em níquel ou cromo para desestimular furtos. Chegou a ser oferecido banhado em ouro, como opcional. A estatueta, ao contrário do que quase todo mundo diz, nunca foi feita com prata maciça.

E assim um amor proibido ficou eternizado.

Nota: quando visitamos a coleção do Og Pozzoli descobri que o ornamento dos Packards se chama Goddess of Speed, Deusa da Velocidade. Não tem a mesma graça da Eleanor!

...mais elas ficam da mesma forma.
Uma brincadeira recorrente, e francamente infantil, que tenho com meu amigo JJ é deflagrada sempre que nos topamos com um Hyundai i30. Quem o viu fala primeiro, o outro responde, mais ou menos assim:
- Olha, o MELHOR do BRASIL!!!!!
- Não, o MELHOR do MUNDO!!!!
- Não senhor, o melhor do UNIVERSO!!!
E por aí vai. Depois do universo (a maior coisa conhecida) a brincadeira devia acabar, mas na verdade descamba para um papo muito estranho e impublicável sobre orla exterior e expansões délficas, algo compreensível apenas a adolescentes dos anos 80 vidrados em ficção científica que se recusam a crescer.
E tudo por causa da megalomaníaca propaganda da empresa, que ainda por cima diz que o tal hatch coreano é tão confortável quanto ingleses, tão sólido quanto alemães, e uma interminável ladainha deste tipo.
Me lembrei da propaganda acima e resolvi postar ela, depois de uma rápida pesquisa em minhas estantes e uma passada no scanner, para lembrar ao Juvenal e aos leitores de que não há, realmente, nada de novo debaixo do sol...
MAO
Nada como um bom programa autoentusiasta! Neste sábado, PK, MAO e JJ, com seus alvarás concedidos pelas patroas, acordaram antes das cinco da manhã e se dirigiram para Águas de Lindoia para o XV Encontro Paulista de Automóveis Antigos.

Com o pé na estrada já bem cedinho, chegamos lá com a cidade acordando. No caminho passamos por alguns carros que também estavam indo para o encontro. Chegamos lá antes da oito horas e saímos de volta por volta de três da tarde. Com calma vimos quase tudo. Apesar de muita repetição dos anos anteriores, ainda pudemos nos divertir muito.

Combinamos de fazer posts juntos, mas isso pode nos atrasar. Logo vamos soltando posts a medida que conseguirmos. Esse foi só para aquecer e lembrar que o encontro vai até terça-feira. Quem não foi ainda dá tempo. Chegue cedo que dá para aproveitar melhor.

PK


Como sugestão de um de nossos leitores, aqui temos alguns detalhes curiosos do regulamento da Le Mans Series, mais especificamente a LMP1, categoria onde correm os protótipos a diesel da Audi e Peugeot.
Há uma clara tentativa de igualar o desempenho dos carros movidos a gasolina com os a diesel, em diversos pontos do regulamento técnico, até com parâmetros bem interessantes e rigorosos. Um ponto interessante é a abertura para os híbridos já prevista em regulamento. Os carros dotados de sistemas de regeneração por frenagem ou calor do escape só podem tracionar as rodas traseiras, eliminando assim a instalação de motores elétricos na dianteira para gerar um 4x4. O sistema elétrico só pode ser comandado pelo pedal de acelerador, assim não é permitido um botão tipo push-to-pass do KERS da F-1 do ano passado.
Um item do regulamento diz que para um carro ser considerado híbrido deve ser capaz de percorrer todo o pit lane (400 m) a 60 km/h somente com o motor elétrico. A Peugeot já anunciou o desenvolvimento de um híbrido, baseado no 908, mas ainda não mostrou nada concreto.

Aqui temos alguns detalhes importantes de distinção das categorias, e entre os a diesel e os a gasolina.
- Para os LMP (Le Mans Prototype) não é necessário a fabricação de 'X' unidades para homologação, como é necessário na GT.
- Os P1 movidos a gasolina têm peso mínimo de 900 kgf, enquanto que os movidos a diesel pesam no mínimo 930 kgf. Os P2 pesam no mínimo 825 kgf.
- Os carros a gasolina possuem tanque de 90 litros, enquanto que os a diesel possuem tanque de 81 litros. A diferença no volume do tanque é para tentar compensar a maior economia dos motores Diesel, que faziam menos pit stops para reabastecimento ao longo das provas.
- A distância entre eixos é livre, porém os balanços dianteiro e traseiro são restritos, o comprimento máximo é de 4.650 mm com asa traseira e a largura máxima é de 2.000 mm.
- As tomadas de ar devem ter no máximo 150 mm de altura em relação à região da carroceria onde estão fixadas. Desta forma, restringe-se a facilidade de captar fluxo de ar limpo para freios e admissão.

- ABS é proibido.
- Motores Diesel podem ter no máximo 5.500 cm³ de cilindrada, enquanto que os a gasolina aspirados são limitados a 7.000 cm³. Os turbos são limitados em 4.000 cm³. (P1)
- Todos os motores devem utilizar restritores de ar de acordo com o número de válvulas por cilindro e a  cilindrada total.
- A pressão máxima de funcionamento na admissão de motores turbo ou com compressor é regulamentada de acordo com a cilindrada do motor, seguindo uma progressão em função da rotação do motor.

- Os motores não podem emitir fumaça visível, e o barulho não pode passar de 112 dbA.
- O carro deve ser ligado de dentro, pelo piloto, sem assistência externa, como um motor de partida auxiliar móvel usado em carros de fórmula.
- Não é permitido nenhum auxílio eletrônico no carro, como controle de altura, transmissão semi-automática ou automática, amortecedores eletrônicos, embreagem e esterçamento das quatro rodas (4WS).
- O câmbio pode ter no máximo seis marchas para frente e obrigatoriamente uma ré. A embreagem só pode ser acionada por pedal, não é permitido uso de alavancas ou sistema eletrônico.
- Não são permitidos sistemas 4x4.
- Nos freios, seis pistões é o máximo permitido por roda.
- Sistema de controle de tração é permitido se aplicado somente ao gerenciamento do motor. Curioso, o ABS ser proibido e o TCS, não...
- O assoalho deve seguir rigorosas especificações de medidas, conforme o desenho abaixo. Curioso ver como é limitado o uso de apêndices e aberturas na parte inferior do carro, pois é um dos principais locais a se obter melhoras em downforce.

Há muitas outras características controladas pelo ACO (Automobile Club de L'Ouest), responsável pela organização do evento, mas não precisam ser citadas aqui. É interessante ver que em muitos aspectos, os carros mais avançados do mundo na categoria protótipo não são espaçonaves com tecnologias alienígenas. São carros de conceitos conhecidos por todos, sem quase nenhum auxílio eletrônico.
Nisso vemos o grande talento dos engenheiros que os criaram, que com diversas restrições conseguem fazer carros tão velozes quanto um F-1. A aerodinâmica é sempre o grande trunfo dos carros, mas lembrando que não somente velocidade é importante nesta categoria, os carros devem suportar no mínimo 24 horas de corrida. Impressionante.
MB