google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


O recente post do JJ sobre o Saab 9000 causou algumas discussões aqui no blog. Segundo a maioria dos meus amigos, dados de retomada na última marcha seriam totalmente irrelevantes, pois não dizem nada sobre o desempenho do carro trocando as marchas.
O argumento é bem válido, exemplificado pela visão do AG: "... não tem como comparar aceleração a 80 na última marcha, nem ter isso como parametro definitivo de nada não. E o cara que quer vir a 80 em quinta e acelerar para ultrapassar sem reduzir não merece dirigir nada de muito legal mesmo. " Outros disseram, com razão, que as relações de câmbio tem muito a ver com isso, o que é totalmente verdade. E todo mundo imagina que o 9000 toma uma bucha de um M5, se o sujeito se dignar a reduzir uma marcha...Mas eu entendi o que o amigo JJ quis dizer. Principalmente olhando a história da Saab.

A primeira coisa que a gente tem que entender, é que todo Saab, desde antiquíssimos ovos de dois tempos (92,93,96), primavam pela flexibilidade do motor, e por ter acelerações ainda boas mesmo em última marcha. Todos eles foram desenvolvidos para fazer provas de aceleração em última marcha bem, e portanto, o 9000, sendo o último Saab desenvolvido pela Saab independente (ainda que sua plataforma fosse compartilhada, papo para outro dia), e o mais potente deles, naturalmente era exepcionalmente bom nisso. Os números publicados pelo JJ são um efeito colateral disso apenas, mas são reais.
A Saab tem um enfoque mais interessante em segurança que a sua famosa vizinha Volvo. Ela é bem mais interessada em segurança ativa, apesar de ser ótima também em passiva. A Volvo demorou para se igualar a rival em segurança ativa, preferindo fazer carros para quem quer ter acidentes e não evitá-los, por muito tempo. Sendo assim, para a Saab, o carro deve ultrapassar bem, mesmo que o motorista não queira tocar na alavanca de câmbio, ou mesmo não entenda os benefícios disso. E o carro deve ter reserva de força para fazer ultrapassagens corriqueiras sem necessitar a troca. Um efeito colateral desta filosofia é que os carros são lineares em seu desempenho, e mesmo quandio turbos nunca falham em acelerar decididamente, mesmo a partir de rotações baixas do motor. Quem acelera bem em última marcha é sempre um veículo agradabilíssimo, mesmo que muita gente boa repute este dado como desprezível. O que nos faz lembrar de uma coisa sensacional sobre a Saab: a independência intelectual.
A Saab tinha pouca informação de como desenvolver um carro quando começou a fazê-lo, na Suécia de 1946. Sem ter como copiar ninguém, ou se balizar no que faz a concorrência, como TODO MUNDO faz hoje, ela resolveu decidir por si mesma o que fazer. Seus carros são deliciosamente idiossincráticos, diferentes, malucos até, mas sensacionais se olhados com inteligência e isenção. A Saab fazia algo porque acreditava naquilo, e não porque era a prática aceitada pela turba. Me deixa triste que nem mais a própria empresa faça isto, e antes que alguém diga que é por isso que faliu, veja o que aconteceu com ela depois de ser absorvida pela GM... O General achou que para preservar a identidade da marca, bastava voltar a chave de ignição para o chão. Não entendeu lhufas, e acabou com a marca.
Por que hoje todos os carros tem que ser iguais? Porque um Saab não pode ser um Saab? Esta semana, ouvi muita gente aplaudindo o novo Buick Regal, que na verdade é um Opel. Porque o mundo não tem lugar para um Buick grande, e totalmente isolado do exterior como deve ser? Molega de suspensão, um iate terrestre? Que coisa chata isso! Onde está a diversidade? Ponho a culpa na imprensa automobilística, principalmente a influente imprensa inglesa, que desde os anos 80 iguala carros deste tipo a algo ruim, a ser evitado, coisa de velho. Ah, e ninguém mais quer ser velho...ser velho é ruim! Francamente...
E vejam por exemplo este consenso sobre a inutilidade da aceleração em última marcha: se o ABS é válido para as pessoas que não sabem frear, então, no mínimo, um carro deve acelerar bem em última marcha também. Para os que não sabem trocar marcha, lógico! Como já disse aqui, acho isso tudo uma grande bobagem, mas acho engraçado que este argumento não tenha passado pela cabeça de meus colegas, alguns deles ferrenhos defensores do ABS.
Mas não é por isso que gosto deste fato sobre o 9000. É porque deve ser sensacional para guiar, com uma faixa gorda de saborosa de torque sempre disponível, uma linearidade incrível, desde baixas rotações. E porque é um exemplo de que pode-se ser moderno e diferente de todos, ao mesmo tempo.
Mas essa história fica ainda melhor, porque dá para aprender muito sim olhando somente os números de aceleração em última marcha. O Hans Jartof, nosso companheiro sueco, comentou que teve um 9000, e em Nürburgring andava junto com 911. O Mollazano achou que o M5 trocando as marchas trucidaria o Saab. Pensei: olhando o tamanho da diferença na aceleração em última marcha entre o M5 e o 9000, a diferença absoluta de desempenho entre os dois carros não pode ser tão grande assim. E adivinhe só, pessoal: não é. Deixo aqui os números de aceleração de 0-60 mph, e da imobilidade ao quarto de milha, dos dois carros, para fechar o post. Tirem as conclusões que quiserem:
1991 BMW M5 6,5 14,9
1994 Saab 9000 Aero 5 spd 6,2 14,8
In God we trust. Others, bring data, please.
MAO
Foto: Wikipedia
José Ephim Mindlin (08/09/1914-28/02/2010)

Um grande brasileiro nos deixou ontem, aos 95 anos.
Entre suas obras, a fundação da Metal Leve  S.A., empresa fundamental para implantação da indústria automobilística daqui com pistões de qualidade mundial, utilizando tecnologia Mahle alemã. Quem militou no automobilísmo naqueles anos pioneiros conheceu os pistões da Metal Leve.  Eram a referência A empresa era co-patrocinadora da Mil Milhas Brasileiras e fornecia gratuitatamente pistões para pilotos e squipes. 
Há alguns anos a Metal Leve foi absorvida pela Mahle e hoje chama Mahle Metal Leve.
Aos seus famililares e amigos, as profundas condolências dos AUTOentusiastas.
R.I.P. José Mindlin.
Quando a Saab desenvolveu o motor de 4 cilindros e 2,3 litros para o modelo 9000, a partir da unidade de 2 litros do 900, trabalhou para valer em um ponto que já era ótimo, que são as retomadas de velocidade.
No 900, era nítido o objetivo de ter um carro focado em ultrapassagens seguras. Nas acelerações a partir da imobilidade, o carro não era nenhum foguete, mas depois de vencida a inércia das baixas velocidades, com o turbo pressurizando o ar de forma eficiente, permitia enormes sustos em motoristas de carros esportivos.
Com o 9000, e mais especificamente quando foi adotado o sistema DI (Ignição direta), esses sustos passaram a ser constantes.
Com taxa de compressão de 9,25:1, a Saab conseguiu valores de 225 hp a 5.500 rpm e 34,9 mkgf de 1.800 a 4.000 rpm. A velocidade máxima era de 240 km/h.
Se esses valores não eram estrondosos, a comparação com alguns carros mostrava resultados muito positivos, e que certamente garantiram uma bela dose de entusiasmo para os engenheiros em Trollhattan.
Alguns números comparativos levantados em 1991, para o modelo 9000 Aero, mostram os seguintes números na retomada de velocidade, 80 a 120 km/h, na última marcha:
Saab 9000 - 8,9 segundos
Porsche 928 S4 - 8,6 s
Audi 200 Turbo Quattro - 10 s
Mercedes 300 E-24 - 10,8 s
BMW M5 - 11,4 s
Alfa Romeo 164 V6 Quattrovalvole - 13,9 s
Portanto, apenas o 928, com motor V-8 de 320 cv superava o Saab por 3 décimos de segundo. Mesmo com quase 100 hp e 10 mkgf a mais, o Porschão não fazia o aparentemente pacato sueco sumir na poeira. Os demais sedãs grandes, que proporcionavam acomodações equivalentes para 4 ou 5 pessoas, simplesmente ficavam muito longe.
Assim, a Saab mostrava que segurança não era apenas o que a Volvo mais enfatizava, uma estrutura de carroceria resistente e pensada para absorver energia de impacto. Provavam que a capacidade de ficar pouco tempo na contramão em uma ultrapassagem, poderia ser mais importante para a paz de espírito do motorista. E para os entusiastas que apreciam um carro que "não parece, mas é", a montaria ideal.
JJ
foto: NetCarShow.com
A Ford está bem, como empresa. No mundo, ou no Brasil, vive um bom momento. Teve a sorte (?) de contratar um executivo de fora da indústria (da Boeing) pouca antes de crise, e ele tem dado passos no caminho correto. Teve a sorte de apresentar um modelo novo do veículo mais vendido (e de maior lucro) no maior mercado do mundo meses antes da crise , a F-150.

Tem uma divisão europeia que faz ótimos carros (Mondeo, Focus, Fiesta). Tem uma parceria com a Mazda que produz uns carros interessantes (Fusion principalmente). E vendeu as marcas premium que só davam prejuízo, Land Rover, Jaguar, Aston. Martin. Esse último movimento é mais pra lamentar do que enaltecer, mas a empresa saiu mais focada.

É o fabricante americano que precisou de menos ajuda do governo, o que acabou melhorando muito a imagem da empresa perante o consumidor/contribuinte norte-americano. Basta ver os gráficos de venda. Vamos ao salão:
Edge novo, anterior ao fundo. Juro que não entendi muito o porquê disto. Mas era legal, ficou menos careta. O carro é feito na planta canadense.
Picapes grandes não podiam faltar.
Gosto do carro na geração I e II, mas confesso que não me impressionei muito com a nova. Se mantiver o "chão das outras", o visual é o de menos...
Outro ângulo. Parece carro francês, pra mim...
Outro carro muito importante para o mercado americano, o Taurus. Finalmente renasceu em uma forma interessante. E está muito bem falado, quem sabe com a onda de recalls da Toyota um fabricante americano não retoma a liderança do mercado de sedâs full-size.
Interior agradável.
Visual elegante, tradicional, sem ser careta demais.
Essa é pra doer. Ver quanto custa uma F-150.
Paixão em laranja e com muita potência. Legal demais a Ford ter sua divisão de performance SVT preparando uma versão dessas. E vende mais que o esperado. Que bom!
Este post fecha a cobertura do Canada Auto Show 2010. Espero que tenham gostado.
Abraços,
MM