google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


Obsolescência programada, um dos pilares atuais da indústria automobilística, não significava nada para Henry Ford.

O criador do modelo T queria do fundo de sua alma que seu “tin lizzie” durasse para sempre, e o criou com esta idéia na cabeça.

Sua idéia era fazer um carro sem classe, que por sua qualidade e versatilidade pudesse ser comprado por todas as camadas da sociedade, indiscriminadamente. Desta forma, o volume de produção e os custos dela poderiam indefinidamente ser aperfeiçoados, num ciclo eterno de redução de custo sem redução da qualidade, mas sem alteração nenhuma no carro em si. E o mais incrível é que, por um bom tempo, Ford teve sucesso nessa aparentemente impossível tarefa.

O T, assim como o Fusca e o Mini original, não era apenas um carro barato. Era barato, mas de qualidade muitas vezes superior a de carros custando o dobro ou o triplo do preço. Foi usado como caminhão na roça e como carro de corridas na pista. Como ambulância nos hospitais e como um alegre phaeton que levava as famílias para piqueniques nos fim de semana.

Até meados dos anos 20, quando o método moderno de criar e vender carros foi criado por Alfred Sloan e a sua GM (designers mudando carros todos os anos, vários modelos numa escalada de preço etc.), o modelo T chegou muito próximo de ser o carro definitivo que Ford tanto sonhava.

Não era para ser como o velho Henry desejava, mas eu pessoalmente acredito em que, em seu carro definitivo, ele acertou pelo menos uma coisa: o tamanho definitivo de motor.

O modelo T deslocava 2,9 litros em seu 4 cilindros em linha “monobloco” de cabeça chata. Na casa dos três litros. Não era grande demais para não desperdiçar combustível e atrapalhar a dinâmica do veículo com seu peso, nem pequeno demais para que o desempenho ficasse inaceitável. E o mais interessante é que os 3 litros de deslocamento, 100 anos depois, continuam com as mesmas vantagens.

Um motor de 3 litros moderno pode varrer a faixa de 150 até mais de 400 cv tranqüilamente. Nas potências mais baixas, se torna muito mais satisfatório para dirigir do que os 4-em-linha de 2 litros mais usuais hoje em dia, com pequeno prejuízo (se houver) em economia de combustível e peso. E nas faixas mais altas, com ou sem superalimentação, é mais econômico e mais leve que os propulsores de deslocamento maior.

Para exemplificar, nada melhor do que mais uma listinha.

Com vocês, os 10 melhores carros de 3 litros de todos os tempos, segundo o Marco Antônio Oliveira:

1) Mercedes-Benz 300 SL:
O famosíssimo “asa de gaivota” chegava a quase 250 km/h em 1955 e foi o primeiro carro de série com injeção de combustível (direta, muito parecido com Diesel, inclusive com bomba injetora) e deslocava 3 litros de seu seis-em-linha inclinado.

2) Ferrari 250 TR:
O V12 de três litros de Gioachino Colombo é a raiz de toda a fama e sucesso de Enzo. Um motor de alma, 250 cm³ por cilindro, total de 3 litros.

3) BMW M3 (E36, 1991-1998):
Um seis-em-linha girador, aspirado, de 6 borboletas e 286 cv. Já foi dito que era “suave como um V12, forte como um bom V8 e subia de giro como um pequeno 4-em-linha.” Na minha opinião, o melhor M3.

4) Porsche 911 SC (1978-1983):
Eu tinha que colocar um 911 refrigerado a ar na lista, pois do Carrera 2,7 aos últimos de 3,6 litros, a maioria deles ficaram sempre ao redor dos 3 litros. E o SC, com exatamente 3 litros.

5) Porsche 968:
Prova que um 4-em-linha pode deslocar 3 litros sem ofender ninguém. E ser memorável.

6) Ferrari F40:
O mais famoso dos Ferraris também deslocava 3 litros e era turbo. Com 478 cv, o mais potente carro da lista.

7) BMW 335 atual:
O motor seis-em-linha de 3 litros da BMW já é uma jóia. Turbocomprimido para 300 cv e montado na excelente Série 3, faz um dos carros mais perfeitos tecnicamente já criados pela humanidade.

8) Ford modelo T

9) Honda NSX:
O melhor esportivo já criado na terra do sol nascente deslocava exatamente 3 litros em seu magnífico V6 VTEC de alumínio.

10) Noble M15:
A partir do V6 Ford de alumínio e 24 válvulas, a pequena empresa inglesa, com ajuda de turbocompressores, faz um 3 litros de 455 cv. Montado no excelente M15, mostra que a indústria de carros esporte inglesa ainda vive.

Lista difícil de se manter em apenas 10. Faltou um monte de sedãs, por exemplo.

Sedãs de 3 litros podem não são tão glamurosos quanto seus irmãos maiores, mas quem já andou bastante em um Mercedes 300 E, um Omega de 3 litros, um Nissan Maxima com o ótimo V6 de alumínio, ou mesmo um BMW 530 com o V8 de 3 litros (coincidentemente todos da década passada) sabe o quão satisfatórios eles são.

Mas regras são regras…
MAO


M16 é um conhecido modelo de fuzil, mas agora pode ser relacionado também a um foguete bem caro. Foi apresentada a versão Spider do Ferrari Scuderia, diretamente da Itália, pelo presidente da empresa, Luca di Montezemolo. Nomeado Ferrari Scuderia Spider M16, por conta do 16º título do Campeonato de Construtores de F-1 obtido neste ano.

Na verdade é a versão showing off do Scuderia Spider, não foram divulgados números de rigidez estrutural, mas provavelmente são inferiores aos do Scuderia. O carro é mais leve em 80 kgf que o F430 Spider convencional (1.440 kgf no total), e com uma preparação para 510 cv no motor V8 4,3-L de alumínio. O M16 acelera até 100 km/h em meros 3,7 s e atinge 315 km/h de velocidade máxima.

Não é um dos melhores desenhos vindos da Scaglietti, mas é admirável e ainda Enzo performance level. Cool.



Idéia vinda de um amigo da Suécia, fomos em busca de carros interessantes, feitos por lá e vivendo no nosso "ponto br". Volvos e Saabs, que saibamos. Por aqui se conhece Volvo facilmente, mas Saab.....

Quem é mais antiguinho se lembra do emblema Saab-Scania, mas há uns anos atrás tudo mudou, e aqueles caminhões fantásticos não utilizam mais a sigla da Svenska Aeroplan Aktiebolaget, a Fábrica de Aviões Sueca S.A.

O que acontece hoje é o cara que tem um "troço" desses ir a uma autopeças procurar algum item comum com carros nacionais ou importados de outras marcas (sim, eles existem, poucos, mas existem), e o balconista perguntar "Para qual carro?", e o proprietário, depois de um momento de apreensão, dizer, na maior naturalidade, como se fosse para um Gol: "é para um Saab". Já se ouviu uma frase assim: " Ah, claro, o Saab da Volvo, né?"


Está claro aí o exemplo de País que se diz apaixonado por automóvel, mas conhece pouquíssimo do assunto.

Bom, e como encontrar esses carros? Claro que não é impossível, só trabalhoso. Contato aqui, telefone ali, mais um e-mail, uma dica tipo "tem-um-carro-estranho-ali-e-parece-ser-um-desses". Tudo sempre com a ajuda de amigos, sempre eles, como o Bill Egan, nosso guia nessa aventura estranha de encontrar automóveis que não se movem por si próprios. Alguns deles, apenas. O Bill é o cara que sabe até onde está o carro que o Rei Salomão usava nas viagens às suas minas.

Não ia dar para fazer muita coisa, pois só havia um final de semana (a equipe aqui trabalha mesmo) mas encontramos um Saab 900 Turbo 1991 do Valter, um 93 (leia-se noventa e três, e é modelo, não o ano) 1957 do Sr. Eugênio, um 96 Monte Carlo 850, azul (lindo), do auto-multimídia Flávio Gomes, um Volvo P1900, exemplar raríssimo de 67 produzidos e dois Volvos PV444, anos 49 e 51, um deles excepcional e até premiado em Águas de Lindóia 1997, do Mendes, que nos atendeu com muito prazer.



Como a enorme maioria dos colecionadores, ótimo papo, todos eles. E um orgulho visível pelas peças que possuem.

Bela atividade para amigos entusiastas. Cansativa, mas bela. Fotógrafos em ação, um deles internacional, (o amigo Hans, sueco, claro), o outro nosso intrépido Paulo Keller e o resultado foi publicado na revista Klassiker de outubro. Quem mora na Sverige pôde comprar na esquina.

As revistas não fazem, de forma geral, justiça ao trabalho de jornalistas e fotógrafos, sejam funcionários ou free-lancers. Os caras acordam cedo, comem qualquer coisa, passam frio, calor, sono, viajam para buracos intransponíveis, tudo para ter aquela matéria bacana, aquelas fotos de deixar o leitor catatônico, e aí os editores cortam daqui, enxugam dali, e sai uma mixaria que dá a impressão que os artistas que trabalharam in loco fizeram pouco.



De qualquer forma, uma atividade bacana, essa de ir atrás de carros diferentes. Falta encontrar um Saab 900 1991 conversível vermelho, que já comentei por aqui e que deve residir em São Paulo, e conseguir autorização para mostrar a Volvo Carbrasa, uma perua fabricada no Brasil, no Rio de Janeiro, que não existiu nem na Suécia.


Chegaremos lá. Nos ajudem.

JJ









Belli, veja que legal o Salão "fechado"!