google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Outro dia eu estava conversando com o Arnaldo Keller e falamos sobre um comparativo entre novo Challenger, novo Camaro e "novo" Mustang. Claro que fiquei imaginando como seria testar esses carros no limite. Mas como o Arnaldo é o "testador" oficial da dupla ocupei minha cabeça pensando em como seria o ensaio fotográfico desses carros. Fiquei matutando durante duas semanas até que resolvi brincar um pouco com as minhas niniaturas Jada Toys. O resultado da brincadeira está nas fotos abaixo.














PK

A ecologia e a consciência ambiental estão em alta ao redor do mundo. Os elevados preços dos combustíveis são uma preocupação mundial e a indústria automobilística deve fazer a parte dela, criando carros cada vez mais econômicos e menos poluidores.

Jogadas de marketing dos grandes fabricantes passam a idéia de que todos estão investindo na preservação das reservas de petróleo e na redução do consumo de combustível. Realmente, nos últimos anos o desenvolvimento na área de powertrain pode criar motores muito mais eficientes e menos poluidores, mas algo ainda não está certo com tal idéia de economia.

Cada vez mais, os carros estão ganhando potência, e não apenas os super-esportivos com seus enormes motores, mas os carros convencionais também. Não existe mágica: se a potência aumenta, é necessário mais combustível na câmara de combustão. That's the way it is.

Vejamos como exemplo disso os sedãs. A BMW oferece o modelo 335i, um Série 3 com motor seis cilindros biturbo de 300 cv, algo muito próximo do que era um M3 anos atrás. Também estarão com um Série 1 com mais de 250 cv. A Mercedes oferece o C 350 de 270 cv, a Chrysler vende o 300 C de 340 cv (para mim, a melhor relação custo-diversão-benefício do mercado), e até a Honda apresentou o novo Accord V6 de 280 cv.

Isso sem falar nos carros com conotação de esportivos, e não me refiro a Porsches e Ferraris. Mercedes C63 AMG, 460 cv, BMW M3 e Audi RS4 com 420 cv, o australiano Holden de 500 cv e Cadillac CTS-V de mais de 500 cv. E ainda existem modelos acima destes, com potências ainda maiores.

Sejamos francos, o mundo não quer carros minúsculos, baratos e ecologicamente corretos. Isso não vende, como já foi mostrado por inúmeros casos passados. O mundo quer carros grandes, luxuosos e que demonstram status do seu dono. Os fabricantes lançam carros elétricos e híbridos para mostrar como estão preocupados com o meio ambiente, mas também colocam em seus revendedores os modelos grandes e potentes. Ainda bem.
Esta semana li reportagem no jornal Estado de S. Paulo sobre radares que estão desativados na capital devido ao contrato com as firmas prestadoras do serviço não ter sido renovado. Lá pelas tantas, explicando que haverá uma perda de arrecadação, é dito na matéria que o Poder Executivo do Município coloca esta arrecadação em previsão orçamentária. Ou seja, é um negócio como qualquer outro, é a oficialização da indústria da multa. Certamente há objetivos a serem cumpridos... Senti uma náusea quando li isso. Acabou a vergonha na cara, estamos mesmo na mão de desonestos.


Volt produção



Esses dias alguns dos AUTOentusiastas tiveram uma boa discussão interna envolvendo o Chevrolet Volt e a possibilidade dele ter uma alma. Eu realmente acredito que alguns carros tem alma (veja aqui). Mas confesso que não saí da discussão completamente convencido de que o Volt é um desses. Pelo menos não antes do seu lançamento quando teremos mais elementos para julgar. Minha impressão inicial é de que toda a aura em torno do Volt é mais um grande esforço de marketing, típico da GM, para manter (alguma) chama acesa.

A discussão também envolveu alguns aspectos técnicos sobre o funcionamento do Volt e sobre a falta de emoção de um carro elétrico.

Primeiro ponto: apesar de o Volt possuir um motor a combustão, trata-se de um carro elétrico, uma vez que o motor a combustão (que pode ser a gasolina, diesel, etanol ou flex gasolina-E85, dependendo da necessidade de cada região) funciona como um gerador para carregar as baterias caso elas se esgotem no meio do caminho (o Volt percorre uma distância de apenas 65 quilômetros no modo elétrico). As baterias são carregadas normalmente a partir de corrente elétrica residencial, de 110 ou 220 volts.

Segundo ponto: na minha opinião um carro elétrico pode ser, sim, "fun to drive". Lembro-me de um teste do EV1 onde ele arrancou bem na frente de um Mustang!


No entanto a questão sobre a possível alma do Volt ficou rodeando meus pensamentos. Eu tive a oportunidade de estar na avant-première do Volt no Salão de Detroit de 2007 e portanto já tenho alguma conexão emocional com o carro. Após a discussão, principalmente com o Bill Egan, cheguei em casa e procurei o material do Volt que eu trouxe do salão (que se resume ao folheto que está anexo mais abaixo). Curioso é que este folheto estava guardado dentro do presskit do Novo Camaro Conversível (que também foi apresentado naquele salão). Nesse ponto comecei a querer acreditar que o Volt tem alma. Teria ela surgido do contato com o Camaro?




Volt Concept
 
Resolvi dar uma olhadinha no site da GM para buscar mais informações e descobri um mundo lá dentro. Tem muitos vídeos sobre tudo que a GM tem feito com depoimentos e explicações de várias personalidades e dirigentes da empresa. Os mais bacanas são os que tem a participação do Bob Lutz. Ele demonstra com simplicidade e entusiasmo o que a GM tem feito para sair da crise. Fica claro que a ênfase está em criar produtos desejados. Alguns desses produtos da nova safra pós-Mr. Lutz são: Caddy CTS sedan, coupe e wagon, Corvette ZR1, Chevy Malibu e Saturn Aura, Pontiac Solstice e Saturn Sky, Buick Enclave, GMC Acadia, Saturn Outlook e Chevy Traverse, Nova Silverado, Tahoe, Yukon e Escalade híbridos, Saab Turbo X, Opel Insignia e outros. São todos carros muito atraentes e emocionantes sob algum aspecto que refletem uma GM revigorada em termos de produtos. Isso sem contar os que ainda não chegaram, como o Camaro e o próprio Volt.


Depois de surfar na GM por quase duas horas concluí que o Volt engloba uma estratégia muito bem-definida para resgatar a posição que a GM já ocupou um dia. Acredito que agora o foco está voltado para resgatar o desejo dos consumidores e entusiastas da marca, sendo que a recuperação da liderança de mercado e da percepção positiva do consumidor pode ser alcançada através desse desejo. A GM tem os 100 anos de sua história, com tantos ícones e grandes sucessos, como seu maior diferencial sobre qualquer concorrente e principalmente os japoneses. O grande risco em tudo isso é que a GM se entusisame demais, se perca achando que está na Disneylândia e não resolva os problemas estruturais da empresa. Afinal fazer carros legais é bem mais empolgante do que negociar com os sindicatos, ou do que lidar com investidores. Mas, pelo que vi, a GM aprendeu um pouco sobre humildade e respeito aos concorrentes e está empenhada em sobreviver por pelo menos mais 100 anos.


Geralmente onde existe emoção há alma. Acho que o Volt tem tudo para ter uma grande alma.


Veja no vídeo o Bob Lutz explicando por que o Volt de produção mudou tanto em relação ao concept.