google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): mula de teste
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Fotos: Ultima Sports Ltd.



Como já foi comentado aqui certa vez sobre o carro de testes do motor do Ferrari Enzo, os protótipos de teste dos carros de produção geralmente são veículos existentes com muitas modificações.

Mas o que não é tão comum assim é utilizar carros de outros fabricantes. E justamente desta estranha atitude nasceu o emblemático McLaren F1 de Gordon Murray. O projeto era único, nunca nada foi feito como o F1, desde a concepção do monocoque até a posição central de pilotar com dois bancos laterais. O F1 era um projeto inovador e de desempenho extremo, e para ser concebido, precisava de protótipos de alta qualidade e versatilidade.

É de praxe a utilização de mais de um carro de testes, geralmente cada unidade é designada para testes específicos, ou de componentes específicos. No caso do McLaren, era necessário um veículo leve e que comportasse o motor central-longitudinal. Como o F1 seria o primeiro carro da empresa neste segmento, não havia uma "versão anterior" para ser modificada. A solução foi partir para um carro de outro fornecedor. Entre as opções, Murray optou pelos carros da empresa Ultima Sports, um pequeno fabricante de carros esporte de alto desempenho.

A alta qualidade e considerável nível de projeto fizeram com que dois exemplares fossem encomendados para serem modificados e receber os componentes do que seria o mais rápido carro do mundo. O modelo Mk.3 foi o escolhido, na verdade os dois últimos chassis da produção desta série foram fabricados pela Noble.


Todo carro lançado no mercado é previamente submetido a meses e meses de testes antes de ser lançado ao público. Os fabricantes, para não rodarem com os carros nas ruas antes do seu lançamento oficial, o que seria uma coisa bem pouco agradável para o pessoal do Marketing, utilizam carros adaptados para realizar testes específicos. Estes carros são chamados de "mulas".

As mulas geralmente são carros que já existem no mercado, com peças e componentes dos novos modelos, às vezes são o próprio novo modelo mas com disfarces para parecerem outra coisa. Costumam ser carros remendados, cortados, soldados e porcamente acabados, pois a idéia é testar algo específico, e para isso não precisam ser bonitos.

Não muito tempo atrás, foi feita uma mula de um carro muito conhecido hoje, essa mula foi picada e remendada com pedaços de vários carros. Dá até uma certa dó de pensar no pobre carro que sofreu isso. Ainda mais se ele for um Ferrari.

A marca do cavallino utilizou no ano 2000 um Ferrari 348 como mula de teste do motor do Ferrari Enzo, que ficou registrado como Enzo Prototype M3. O 348 foi cortado ao meio e teve a traseira alargada e aumentada, o vidro traseiro, refeito, foram adicionadas enormes entradas de ar e recebeu o powertrain código F140A (Enzo), suspensão e freios do 355 Challenge, componentes da traseira do 360 Modena, radiador de óleo e outras coisinhas menores do 550 Maranello. Um belo monstrinho.

Trabalhar com mulas e carros de teste é sensacional, pode-se fazer modificações e testes que nem em sonho poderiam ser feitos em um carro de produção, e com certeza o pessoal da Ferrari se divertiu muito com esse 348/355/360/550/Enzo.