google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): Leyland
Mostrando postagens com marcador Leyland. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leyland. Mostrar todas as postagens
Fotos: Wikipedia (Ferenghi) ; CarsAroundAdelaide ; The Motor Report


Existem carros que chamam a atenção por serem belos, ou terem um desenho puro, ou até mesmo por serem absolutamente impuros, verdadeiras confusões de estilo. O Leyland P76 é um australiano destes.

Talvez por ser absolutamente convencional, com alguns detalhes que o tornam um pouco diferente do normal para 1973, quando foi lançado. Se é bonito ou feio, é opinião de cada um.  Principalmente porque bonito ou feio é absolutamente pessoal e assim, terreno ruim de discussão.

Bastante interessante pela mecânica nas versões com motor de oito cilindros em “V”, tem seus fãs na Austrália e Nova Zelândia, até hoje, trinta e cinco anos após o fim de sua produção.

Cerca de 90% do carro era fabricado com peças australianas, o que facilitava a manutenção para os nativos. A Leyland tinha, na época, além de fábrica, departamentos de engenharia e estilo na Austrália, e o projeto todo custou menos de 20 milhões de dólares australianos.
Etiqueta de conformidade com a legislação americana de um Jaguar 1970

Para quem curte carros antigos e clássicos ingleses, a marca Leyland deve ser familiar. O que poucos sabem é que a Leyland foi uma espécie de GM britânica.

Formada em 1968, a British Leyland Motor Corporation foi a junção da Leyland Motor Corporation e da British Motor Holdings, formando naquela época a quinta maior corporação automobilística do mundo. A Leyland possuía então 8 empresas, 10 marcas, 48 fábricas e aproximadamente 200.000 funcionários. Tudo isso representava mais de 40% do mercado britânico.

As 10 marcas da Leyland eram: Austin, Daimler, Jaguar, Land Rover, Wolseley, Riley, Triumph, Rover, MG e Morris. Algumas delas se desmembraram em outras marcas.

Considerando a situação de todas essas marcas atualmente, dá para saber que essa junção foi desastrosa. A dificuldade no gerenciamento de todas as empresas do grupo, a concorrência interna entre produtos parecidos, problemas trabalhistas e crise do petróleo levaram o governo a nacionalizar parte da empresa.
Vejam que a história se repete nos dias de hoje.

Cada marca teve um caminho diferente, alguns bem tristes e a maioria foi parar nas mãos dos chineses. Com algumas passagens por outras mãos e a ligação comercial entre algumas das marcas, fica bem difícil explicar em poucas palavras o que aconteceu com cada uma delas.

A empresa Naijing Automobile, o fabricante de automóveis mais antigo da China, comprou o grupo MG Rover e sua divisão Powertrain. Com isso levou as marcas MG, Wolseley (fabricante mais antigo da Inglaterra), Austin e Morris. De quebra levou também a marca Van den Plas, um encarroçador belga que e fazia modelos/versões de luxo para marcas da Leyland entre outras.

A marca Daimler foi adquirida pela Jaguar em 1960 e hoje, assim como a Jaguar, pertence à indiana Tata. Os modelos Daimler que conheço são Jaguares XJ com uma grade dianteira muito feia. Como curiosidade, a marca Daimler se originou de uma licença vendida pelo próprio Gottlieb Daimler, o "pai do automóvel" e fundador da Daimler que mais tarde formaria a Daimler-Benz. No entanto a Daimler não tem relação com a Daimler AG (antiga Daimler-Benz e depois DaimlerChrysler) além do nome.

A marca Riley e a Triumph, assim como a Austin-Healey, foram parar nas mãos da BMW, onde estão até hoje, quando a BMW comprou a Rover, Land Rover e Mini.

A Rover durante um tempo teve uma forte parceria com a Honda. Quase morta, foi adquirida pela BMW que ainda tentou salvá-la antes de perceber que não passava de um ralo de dinheiro. Os direitos de produção dos modelos foram vendidos para a chinesa SIAC e os ativos (fábrica e maquinário) também para a Naijing.

A Land Rover, que nasceu como uma submarca da Rover, passou pelas mãos da BMW, que desenvolveu o primeiro Freelander, foi vendida para a Ford, e agora está com a indiana Tata. Espero que permaneça viva!

E por último a Jaguar, que a Ford vendeu para a Tata após sua inabilidade de fazer dinheiro com uma marca tão desejada. Também espero que não morra.