google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)



Era uma tarde de um fim de semana e eu passeava pedalando minha bicicleta. Isso faz tempo. Era no tempo em que para andar de bike era só montar nela e sair pedalando. Não tinha esse lance de ficar se equipando como se fosse para uma expedição a Marte, colocando capacete estrambólico, luvas anti-esfregação, óculos anti-raios-ultravioletas-assassinos-e-cancerígenospracacete e bermudinhas elásticas coladas na pele e com um bojo nos fundilhos que parece que o cara se descarregou ali mesmo.

Passear de bicicleta era simplesmente passear de bicicleta. Isso lá pelo início dos anos 70, anos mais coloridos e despreocupados.

E colorida e despreocupada estava a frente do Pandoro naquela tarde com um monte de carros bacanas dos bacanas. O mais bacana deles era o Jaguar E-type do Juca Chaves.

Muito já se escreveu sobre potência e economia de combustível nos automóveis, mas como ela realmente é avaliada é um daqueles conhecimentos mágicos, herméticos, escritos naqueles livros sagrados que só os iniciados na magia da engenharia conhecem, e para os incultos está sempre oculto pela névoa do mistério.

A verdade, no entanto, é que potência e economia de combustível são assuntos bem detalhados, mas não tão difíceis assim de se entender.

Porém, antes de entendermos como avaliar a potência e principalmente o consumo dos motores, vou apresentar um conceito muito importante sobre o comportamento dos motores: a pressão média efetiva.

Num motor de ciclo Otto, a mistura é inicialmente comprimida e rapidamente queimada, gerando um pico de pressão. Conforme o pistão desce e absorve energia térmica da queima, os gases no interior da câmara se expandem e perdem pressão e temperatura. Ao longo deste curso-motor, uma certa quantidade de energia é transformada de térmica para mecânica. Repetido ciclicamente o curso do pistão, a quantidade de energia mecânica aproveitada por unidade de tempo é a potência produzida pelo motor.
Foto: Automotive.com


Hot rod definitivamente não é a minha praia. Até entendo o espírito hot rod, garotos americanos pegando seus Fords da década de 1930 e modificando seus V-8 flatheads para se divertirem muito nas ruas ou em provas de arrancada. Ironicamente, fui convidado pela Chrysler para andar no Plymouth Prowler na Califórnia, isso em 1996 quando editor técnico e de testes da revista Autoesporte. Ainda bem que fui convidado.

A Chrysler dizia, com razão, que era o primeiro hot rod de fábrica da história. E por ser de fábrica, o Prowler encerrava engenharia de ponta.

Sob a aparência de um hot rod estava um verdadeiro carro esporte. Motor V-6 de 3,5 litros 24-vávulas  dianteiro de 214 cv a 5.850 rpm,  30,6 mkgf a 3.100 rpm. e transeixo traseiro. Todo o trem rodante era de alumínio, suspensão independente por triângulos superpostos na dianteira e multibraço atrás. Até os discos de freio traseiros e o cardã eram de alumínio!


Foi ontem,  dia 10 de agosto de 2011.

Mais um capítulo da saga " O mundo acabou, e vivemos nele".

O canal Speed, levado ao ar pela Net aqui em São Paulo, transmitiu um jogo de futebol. Vejam as fotos. Foram tiradas por volta das 22 horas, um pouco depois do jogo começar.

Eu poderia parar por aqui, e decretar o fim dos tempos ao menos para os entusiastas automobilísticos, mas deixo alguns comentários.

Assino a televisão a cabo da Net por um motivo básico, o canal Speed.

Era uma luz na escuridão, um porto seguro para atracar o barco da desilusão televisiva nacional.

Quando tudo estava perdido, com programas ruins de todos os gêneros, esse canal era a saída para ver algo relativo a carros ou motos, e respirar aliviado novamente, escapando do sufoco dos canais feitos para pessoas que não são entusiastas de máquinas e motores.

Mas ontem, acabou.

Espero que a Fox, dona desse canal, se explique, e que essa explicação seja seguida de uma afirmação que esse erro enorme, brutal e violento jamais se repetirá.

Caso contrário, cancelarei a assinatura da Net, e convocarei todos os autoentusiastas a fazer o mesmo.

Por favor, divulguem esse absurdo, para que o erro não se repita.

JJ