google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)



Ayrton, tantos anos depois… 






(Foto www.muitomaismusica.com.br)


Conheci Ayrton Senna da Silva quando era foca de jornalismo, meados dos anos 1970, época em que freqüentava Interlagos com uma assiduidade que o tempo em forma de trânsito paulistano amainou. Eu nem ligava muito para a falta dinheiro para ser piloto ou por sequer ter habilidade mínima para convencer um patrocinador: o que interessava era estar ali, participando, vivendo a paixão. Se a falta de dinheiro foi contornada pelo trabalho de “pintar” carros de corrida com adesivos feitos manualmente, o patrocinador que garantiu minha carreira materializou-se de forma inusitada: ao coordenar o box de Otto Carvalhaes e Xandy Negrão na disputa da 1000 Quilômetros de Brasília de 1975 (vencemos na classe A, à frente de Luiz Paternostro e Vinicius Losacco; Bob Sharp venceu na geral, junto com Edgard Mello Filho), Fernando Calmon apresentou a possibilidade de trabalhar em seu programa na TV Tupi, o "Grand Prix", ao final da temporada. E por isso minha precocemente terminada carreira de engenheiro (tranquei matrícula no primeiro ano) e dois anos na faculdade de artes plásticas foram sucedidas pela tradicional Cásper Líbero, pois jornalismo também se aprende na escola.

Uma das minhas primeiras pautas para a revista Autoesporte foi mostrar a picape Galaxie com dois eixos traseiros que Milton da Silva, o “Miltão”, construiu para promover a Univel, sua fábrica de acessórios para automóveis. O carro parecia aquele March de seis rodas: o segundo eixo traseiro era só enfeite, mas impressionava horrores. A partir daí fui me aproximando da família Senna da Silva e posso dizer que eu e o saudoso Cecílio Favoretto fomos os únicos jornalistas convidados para o casamento de Ayrton com a bonita e simpática Lilian, às vésperas do seu embarque para a Europa. 
Da esquerda para a direita: Alain Prost, Emerson Fittipaldi, Rubens Barrichello e Gerhard Berger (foto superspeedway.com.br)

Parecia que ele era imortal, mas infelizmente não era. Um acidente que normalmente não teria maiores conseqüências tirou a vida de Ayrton Senna do Brasil. Nos tirou Ayrton Senna do Brasil.

É incrível que já se tenham passado 20 anos desde aquela trágica manhã (para nós) de domingo 1º de maio de 1994. A Nação entrou no maior luto da sua História. Carros trafegando mais lentamente que o habitual, nenhuma buzina se ouviu entre o acidente no GP de San Marino e o funeral quatro dias depois. Reverência total a um herói nacional e um sentimento de perda igual ao de quando um ente querido nos deixa.

Na foto de abertura, quatro companheiros de Senna nas pistas fizeram o que nunca imaginariam ou desejassem fazer, ajudar a carregar seu caixão para a última morada.
Fotos: autor



O meu andar é erótico
Com movimentos atômicos
Sou um amante robótico
Com direito a replay

Eu sempre me considerei um fã dos carros da marca francesa Citroën. Como já contei aqui, a marca tem uma longa tradição de pensamento independente que sempre admirei. Sim, depois que se tornou parte menor da Peugeot, esse pensamento independente foi podado, ajustado e reduzido a um tamanho mais agradável a seus novos donos. Mas ainda assim existe uma vontade, um desejo de ser diferente que é claramente visível a todos. Algo muito louvável, principalmente hoje em dia, onde a originalidade fica mais rara, pela simples razão de que a evolução do estado da arte automobilístico torna tudo similar.

Me peguei pensando nisso ao dirigir um dos mais interessantes carros da marca hoje em dia: o DS3. Por uma dessas agradáveis coincidências da vida, pouco depois de comprar meu primeiro Citroën (um Berlingo verde), acabei fazendo um passeio com um DS3 novinho, numa estradinha belíssima, truncada, mas de pouquíssimo tráfego.  Para você que acabou de voltar de uma viagem de dez anos a Urano, e portanto não sabe o que é um Citroën DS3, sugiro ler os posts do Bob a respeito, clicando aqui e aqui.

Mas o que significa a sigla DS3? O prefixo DS, herdado do mais revolucionário veículo dessa empresa acostumada a revoluções (o DS19/20/21/23 de 1955 a 1975), é uma recente novidade na marca, uma sub-linha diferenciada e mais cara que a linha “normal” da marca, esta facilmente identificada pelo prefixo “C”. Existe então um Citroën C3, um quatro portas familiar normal, e um Citroën DS3, um duas-portas de acabamento superior, decoração esmerada, e mais potente. Uma idéia original, sem dúvida alguma, mesmo que a pífia utilização do prefixo DS tente uma ligação que não existe com um carro do passado. O DS original era um carro do futuro, visto de 1955, e os DS de hoje são apenas carros do presente, sem nenhuma pretensão de mudar em nada o estado da arte do automóvel atual.

Mas de qualquer forma, como já disse, é uma boa idéia para os de nosso credo. Sim, preferia a criação de um novo nome no lugar do uso profano de um ícone sagrado como o DS, mas, tudo bem. Se é para trazer alguma pimenta ao árido panorama dos carros produzidos em massa, que assim seja.
Foto: Ronaldo Bernardi/Agência RBS



No dia 13 de abril publicamos o post (Des)graças brasileiras, em que uma das três desgraças falava da decisão da administração do trânsito de Porto Alegre em estabelecer o tempo fixo de 30 segundos de sinal aberto nas faixa de pedestres da capital gaúcha, nada menos que o triplo ou o dobro do tempo atual. Dissemos — vaticinamos? — que a medida, totalmente desnecessária e dissemos por que (está no post citado), seria fatal para a fluidez do trânsito, que já crítica em certos horários. Foi exatamente o que aconteceu hoje. A cidade parou.

Pois bem, agora no final de tarde chega a notícia pelo portal da TV Gaúcha, através do leitor Rodolfo O. Flesch, como anteriormente, de que o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT-RS), confirmou ao programa Gaúcha Repórter que vai vetar a emenda número 2 do Estatuto dos Pedestres, aprovada na Câmara dos Vereadores da Capital, que prevê um tempo mínimo de 30 segundos para a travessia de pedestres nas sinaleiras (faixas de pedestres semaforizadas).

Para o prefeito, diz a nota, "é importante que o pedestre possa atravessar com extrema segurança as vias de Porto Alegre, mas isso não pode impactar na mobilidade". Por isso Fortunati garantiu o veto.

A confirmação sobre o veto foi dada após a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) dar início nesta terça-feira a um teste nas principais vias que levam à região central da Capital, com o aumento do tempo nas sinaleiras. Fortunati afirmou também que já solicitou a normalização do sistema pela EPTC, que prevê 12 horas para o trabalho de reprogramar 238 semáforos.

Como se vê, trânsito no Brasil não é mesmo tratado com a seriedade que precisa. Que gente mais burra e irresponsável! Será para isso que esses imbecis são eleitos?

Bob Sharp
Editor-chefe
AUTOentusiastas