google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


O dia 16 de março deste ano será, no mínimo, curioso. A data será a da primeira etapa do Mundial de Fórmula 1 com o novo regulamento, se dará em terras australianas e ainda não sabemos o que pode acontecer. Este deve ser o ano em que as alterações de regulamento são as mais drásticas.

Salvo alguns detalhes mais básicos, como o fato dos carros terem quatro rodas e um só piloto, basicamente mudou tudo. Mas vamos com calma, os carros ainda terão o mesmo formato, asas dianteiras e traseiras, rodas expostas, motor a gasolina etc, certo? Nem tanto.

Para um carro de competição tão preciso e avançado como um F-1, as mudanças técnicas do regulamento de 2014 praticamente fazem com que o projeto seja um carro novo, mesmo que por fora pareça ser a mesma coisa. O nível de refinamento e precisão é tão grande, as novas características dos carros afetam tanto o projeto, que dificilmente alguma coisa é aproveitada.

Quando falamos “aproveitada” não quer dizer que tudo é jogado fora e refeito do zero, em termos de construção. O material do habitáculo e a forma de construção pouco mudam, o tipo de braços de suspensão também, a tecnologia das rodas, dos pneus, do sistema de direção, o básico do ciclo Otto dos motores, tudo é quase igual ao ano anterior. O que muda mesmo é a forma de colocar todos estes componentes funcionando em conjunto.

Após o post da carta aberta ao governador de São Paulo, no dia 12 de janeiro, um leitor-advogado nos escreveu e mandou seu parecer sobre a questão da ilegalidade do rodízio em São Paulo, essa mancha para a cidade e que só envergonha os paulistanos e por extensão os brasileiros.

Li atentamente o parecer deste advogado, do Paraná, cujo nome por enquanto não convém revelar, em que me ficou patente sua grande competência. Apesar de seu parecer conter pontos fortes a favor do rodízio, não obstante ele vê boa chance de ser derrubado judicialmente, fruto justamente de uma troca de e-mails que se seguiu, num dos quais levantei determinadas questões referentes à ilegalidade da "Operação Horário de Pico".

Perguntei-lhe se não me representaria numa ação contra a Prefeitura de São Paulo, no que ele disse que o faria, e sem honorários, mas que seria conveniente por ter mais força uma ação coletiva dos autoentusiastas.

Eu lhe agradeci mas disse que respeito o trabalho de qualquer profissional, que deve ser remunerado sempre, e me ocorreu levantar fundos para remunerá-lo por meio de doações dos leitores interessados nessa luta, por menor que seja a doação de cada um. Como somos dezenas de milhares, o dispêndio individual seria ínfimo.

Está lançada a idéia e oportunamente voltarei ao assunto com mais detalhes. E, claro, gostaria de ouvir a opinião de cada um.

Bob Sharp
Editor-chefe
Calibrador de Vernier, Nônio ou paquímetro. Compacto

Quando Henry Ford, criador do Modelo T e corajoso implantador do processo de fabricação por linha de montagem, tarefas específicas, em seqüência e cadência, desenvolveu seu primeiro automóvel, usou os métodos da época, moldes, formas como base para a padronização das peças. Era, na nascente atividade, caminho coerente, empregando tecnologia então atualizada e disponível — especialmente a um mecânico talentoso, criativo, como era o engenheiro Ford. A denominação engenheiro advinha do fato de cuidar de um gerador de eletricidade, na companhia criada por seu empregador e amigo por toda a vida, o inventor da lâmpada elétrica incandescente Thomas Alva Edison.

Sem formação acadêmica, sem freqüentar tal meio, tanto por tal distância da sua realidade para os degraus superiores da academia e da tecnologia, e por fatores diversos, em seus nascentes veículos havia discrepâncias, e nem todas as peças eram rigorosamente iguais — em peças, conjuntos, veículos.

A ascensão de vendas, o ocupar espaço no mercado, o fazer veículos simples, operacionais e resistentes, quando à época o foco geral era inspirado nas carruagens e veículos de tração animal, DNA traçando caminho em tratamento luxuoso e preço elevado. As diferenças criaram críticas, e à época se diziam lançadas ao vento por Alexander Wilton, pequeno construtor de um veículo com o nome do criador, caro e tecnicamente bem cuidado. Wilton, alimentava-se à competição naquele pequeno e nascente mundo de carruagens sem cavalo, perder uma corrida para Ford. Ambos — e apenas — alinharam para uma corrida em Grosse Point, Detroit. Winton, engenheiro, fabricante de bicicletas e nascentes automóveis, ficou assustado com a precariedade do sistema de direção do carro de Ford, e o perigo que poderia representar, deu-lhe um de sua produção. Ford ganhou porque seu carro não tinha freios, ao contrário do Winton... Que tempos.



Coluna 0314          15.jan.2014                jrnasser@autoentusiastas.com.br          

NAIAS. Os carros dos EUA renascem
25ª edição do NAIAS, o Salão do Automóvel de Detroit, a sempre identificada cidade do automóvel. Não o é mais, embora ainda tenha em suas beiradas Ford, GM e Chrysler. A abrasão entre capital e mão de obra, o abrutalhamento da cidade, atrativos de outros estados, pulverizaram a outros estados a instalação de fabricantes e suas plantas de fornecimento de auto partes ou de montagem. Detroit, exceto o centro, o bairro rico, Grosse Point, é punida pelo esvaziamento, pela população encolhida à metade — crêem-se atualmente 700 mil moradores —, pela queda de qualidade de vida, desemprego, e incapacidade dos gestores em mantê-la com respeito operacional e aos impostos recolhidos.
A cidade é inexeqüível, e a queda da atividade econômica tem más conseqüências: prédios, galpões, espaços industriais abandonados há décadas, ruas e estradas esburacadas, exceção ao padrão estadunidense de resposta pública aos impostos arrecadados. Chocante no compará-la com a vizinha canadense, ao outro lado do Rio Windsor, que lhe dá nome.
No usual o Salão recebe 500 mil visitantes entre os dias de imprensa, convidados e caridades, e semana com público. Neste 2014, entretanto, as perspectivas menores pelo tempo polar, nevascas, previsões de aeroportos fechados a pouso e decolagem, estradas de ferro bloqueadas, rodovias geladas e perigosas.