google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Foto: fenabrave.com.br



Desde que o Brasil se lançou – ou foi lançado – nessa aventura maluca do exagero de etanol na gasolina (20% a 25%),  só houve prejuízo para quem é o principal interessado: o cidadão-consumidor. Pensei nisso mais uma vez estando aqui em Araxá, MG, palco do 20º Encontro Nacional de Carros Antigos, por motivos óbvios: as preciosidades aqui expostas não foram feitas para funcionar com tamanho porcentual de etanol na gasolina, tanto com relação aos materiais, quanto à calibração do motor. 

Nunca poderia ter deixado de existir gasolina pura, sem etanol, ou pelo menos com no máximo 10%, o que teria sido um exemplo perfeito de respeito. Mas o problema do excesso de etanol na gasolina não fica só nisso.


Foto; Edmunds.com


Countach – Forma e Som
por Juvenal Jorge

Essa comparação de gostos está cada vez mais interessante. Miura e Daytona, Corcel II e Passat, e agora, Lamborghini Countach e Ferrari Berlinetta Boxer.

Conheço bem só os nacionais, mas claro, tenho meus preferidos mesmo assim. O Countach é um sonho de criança, de um monte de crianças que tiveram pôsteres nas paredes de seus quartos e miniaturas dessa máquina, em vários cantos do mundo. Tenho certeza que há fotos desse carro em lugares que nem sequer imaginamos existir. Há vários brinquedos que tem um Countach como inspiração. Mesmo que caricatos, é possível identificar a obra de Marcello Gandini, o criador do estilo inconfundível.


O Countach é a correção das falhas do Miura do ponto de vista de engenharia, e a fábrica não poderia deixar barato. Tinham que fazer algo chocante, que foi apresentado em Genebra em 1971. O desenho geral foi inspirado pelo Alfa Carabo, de onde veio a principal característica e novidade absoluta, as portas abrindo para cima, articuladas na coluna A (dianteira).


Paul Piestch (1911–2012), no dia em que fez 100 anos (gpnow.com)


O alemão Paul Pietsch morreu no dia 31 maio. Acredito que poucos saibam quem ele é. Eu também não sabia – até 16 de abril último.

Foi quando o Dr. Volker Breid e Dra. Maike Schlegel, respectivamente presidente e executiva-chefe da Motorpress International, o império editorial alemão do segmento de revistas automobilísticas que edita, entre outras, a Auto Motor und Sport, e que desde 1º de fevereiro de 1997 detém o controle da Motorpress Brasil, que aqui publica as revistas Carro, Carro Hoje, Motociclismo, Racing, Sport Life e Transporte Mundial, todas em edição também online, estiveram em visita à filial brasileira. Como alguns leitores sabem, sou editor técnico e colunista da Carro desde novembro de 2008 e por isso estava na editora nodia da visita, todos os funcionários e colaboradores reunidos.

Na ocasião, entre as apresentações foi exibido um vídeo contando a história da Motorpress International. Foi aí que eu soube quem era Paul Pietsch, e me emocionei ao saber.

Em 1950, na largada para a subida de montanha de Schaunisland, com Maserati A6GCM (wikipedia)


MG TC 1948, conta-giros diante do motorista (mgtc.co.uk)

Atualmente poucos carros não têm conta-giros e sua presença no painel não causa espanto ou admiração, já nos acostumamos com eles.. Mas nem sempre foi assim.

O primeiro que vi foi num MG TC 1948 do namorado da irmã de um vizinho. Eu tinha 14 anos. O carro era versão de volante na esquerda e achei incrível o velocímetro estar diante do motorista e não o conta-giros, mas depois deduzi que no original era o conta-giros o mais visível nos carros de volante na direita. Bem coisa de carro esporte. Acredito que fosse algo difícil inverter posições porque naquele tempo tanto velocímetro quanto conta-giros eram mecânicos, por cabo, e talvez não fosse fácil alterar as rotas dos cabos. É só uma hipótese.

Para os jovens ligados em automóvel conta-giros era alguma coisa espetacular, única, quase mágico até, aquele ponteiro que se movia acompanhando as rotações do motor era o máximo.

Quando surgiu o Alfa Romeo brasileiro, chamado de FNM 2000 JK, em 1960, um dos seus grandes atrativos foi ter conta-giros. Dirigi-lo tinha um quê de especial, o carro todo era muito avançado, destacava-se de todo o resto. Eram o "anti-americano", por assim dizer, no sentido de suas suas diferenças em relação aos carros americanos que rodavam por aqui.

Painel do FNM 2000 JK: com conta-giros em 1960 (mercadoclassico.com)