google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fotos: Jorge Lettry



O Carcará foi um carro aerodinâmico mandado fazer pela Vemag para estabelecer a primeira marca brasileira e sul-americana de velocidade sobre terra. Foi idéia do gerente de competições da fábrica, Jorge Lettry, para encerrar com chave de ouro as atividades do departamento de competição da fábrica e deixar algo valioso para a história da marca no Brasil.  A Vemag estava nos seus estertores e já estavam adiantadas as negociações de sua absorção pela Volkswagen, A marca de velocidade seria a última missão do departamento, que já itnha data para fechar, 30 de junho de 1966.

O Carcará tinha chassi tubular com motor traseiro-central e transeixo DKW envelopado por uma carroceria de alumínio bem aerodinâmica. O carro havia sido um monoposto de Fórmula Júnior construído por Chico Landi e Toni Bianco, na sua tentativa de lançar a categoria no Brasil, mas que fracassou, apenas duas ou três provas foram realizadas. Um dos pilotos da equipe Vemag, Bird Clemente, havia comprado o carro e, como não havia mais uso para ele, trocou-o na Vemag por um Belcar 0-km e um utilitário Candango usado.

Fórmula Júnior Landi-Bianco com motor e transeixo DKW no estande da Vemag, Salão do Automóvel de 1964

Uma vez que tinha o Fórmula Júnior guardado num canto do seu departamento, Lettry encomendou o desenho da carroceria ao estilista Anísio Campos e Rino Malzoni a construiu na sua fazenda em Matão, interior de São Paulo próximo a Araraquara. O peso não chegava a 500 kg.

O carro foi testado em Interlagos, onde se mostrou rápido e seguro. Não há dados de sua aerodinâmica, mas seu Cx devia ser um pouco inferior a 0,20, com área frontal muito pequena. Carro pintado de branco e decorado com o logotipo da Vemag, o nome Carcará e adesivos de patrocinadores, foi levado para o Rio de Janeiro para a tentativa de estabelecer a marca de velocidade. O dia estava marcado: quarta-feira 29 de junho de 1966 (o departamento fecharia no dia seguinte, lembre-se).

Teste em Interlagos, Marinho ao volante: tudo certo

Foto: rwzeca.blogspot.com

Prédio da Vemag onde ficava a diretoria

Fui representante de serviço da Vemag, fabricante do DKW, ou "inspetor", com era chamada a função na época, anos 1960. Eu não ficava na fábrica, em São Paulo, mas na minha região, os Estados do Rio de Janeiro, cidade-estado da Guanabara inclusive, e Espírito Santo. Vivia viajando de Vemaguet, o modelo de carro que acertadamente tínhamos que usar.

Naquele tempo era preciso autorização do representante para que a concessionária pudesse efetuar o atendimento em garantia. Um dos maiores problemas do carro era o virabrequim apresentar prematuramente ruido dos rolamentos de apoio (eram quatro) ou então, nos motores recondicionados pela fábrica, barulho, tipo uma batida quando o motor rodava em baixa carga, que tinha o apelido de "batida diesel". 


Em janeiro de 2010 publiquei um post que viria ser o meu de maior sucesso aqui no blog, os 10 melhores carros novos que posso comprar. Nunca imaginei que algo daquele tipo chegasse a tanto, nem entendo o por quê, simplesmente porque foi um dos mais fáceis de escrever.

Apenas escrevi aquilo para me ajudar a escolher o meu próximo carro, que acabou sendo o número 2 daquela lista. Sim, comprei um dos últimos Focus MkI zero-km do Brasil, já em meados de 2010, história que também contei aqui. Escrevi aquilo para colocar coisas que andavam em minha cabeça no papel, e assim organizar as idéias. Acho que é chegada a hora de fazer isso de novo. Dar uma reciclada e atualizada naquela lista, já há mais de dois anos no passado.

O nome permanece igual, mas as condições de contorno mudaram um pouco. Desde então, mudei de casa para morar próximo do trabalho (coisa imprescindível para os que moram na cidade de São Paulo e pretendem manter a sanidade a longo prazo), e vendi o Focus 2009. Ainda tenho o 2005, que aos 105 mil km ainda está totalmente perfeito, e para falar a verdade nem pensaria em trocá-lo se não fosse a minha esposa, que gosta de um carro novinho na garagem. Como agora não preciso realmente de dois carros na garagem (vou a pé para o trabalho), as opções aumentam e ficam menos comparáveis diretamente.




Esse "proibido" é por minha conta, mas foi o que lembrou o gerente de treinamento e consultor técnico da Audi do Brasil, Lothar Werninghaus, durante a preleção sobre o novo A4 que está chegando o Brasil, antes de sairmos para uma avaliação de São Paulo ao litoral, chegando à raiz da serra da Rodovia dos Imigrantes e voltando. "Nenhum Audi vendido no Brasil gasta mais de 10 segundos para acelerar de zero a 100 km/h" – disse. "Até o A1 leva 8,9 segundos", complementou. O  Audi A1 tem motor 1,4-litro turbo de 122 cv a 5.000 rpm e 20,4 m·lgf de 1.500 a 4.000 rpm. Entretanto, na Europa é comercializada versão 1,2 TFSI 3/5-portas de 86 cv, 1.040 kg o 3-portas, que realiza a mesma aceleração em 11,7 segundos.

Mas o foco deste post é mesmo o novo A4, a plataforma B da fabricante de Ingostadt que este ano está completando 40 anos, tudo tendo começado em 1972 com o Audi 80 (o Passat, seu clone, surgiria um ano depois na Alemanha). Esta é a oitava geração do A4 e foi apresentada no último Salão de Frankfurt, em setembro passado. A produção do A4, o carro-chefe da Audi, chegou às dez milhões de unidades em outubro.