google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Minha esposa e alguns amigos meus vivem me sugerindo abandonar a mania que tenho de guardar livros e revistas, visto que a internet e os tablets modernos praticamente obsoletaram as bibliotecas particulares para todos os efeitos práticos. Grandes enciclopédias impressas morreram, engolidas pela imensidão de informação que se esconde atrás da tela branca do Google. Mesmo revistas como a Quatro Rodas passaram a disponibilizar todas as edições online, de graça, acabando com a utilidade das coleções completas guardadas desde 1960.

Recentemente tenho pensado mesmo sobre a utilidade de acumular coisas, às voltas como estive com os 3.000 livros que herdei de meu falecido pai. Acabei por guardar alguns e doar o resto à uma biblioteca pública, por pura falta de espaço para guardá-los, e tempo para dar outro fim a eles. Ficou na minha cabeça a imagem límpida e clara da futilidade que é guardar qualquer coisa, e da inutilidade de possuir algo aqui neste mundo. Mais uma que meu pai me ensinou, mesmo morto há algum tempo...

Mas apesar de concordar que, logicamente, a utilidade da minha biblioteca acabou, eu continuo ligado a ela. Por quê?

Dafra Next 250


O ano de 2012 promete em termos de lançamentos de motocicletas. Entre as mais ativas empresas neste recém-terminado primeiro trimestre do ano está a Dafra.

Não, nem Honda, nem Yamaha, nem Suzuki ou Kawasaki, só para citar marcas nipônicas, que comandam o mercado mundial desde os anos 1960, todas instaladas no Brasil, estão comandado o desovar de novidades.

Nascida há menos de cinco anos, a Dafra estreou no mercado montando em Manaus utilitárias que capturou de fornecedores chineses, motos simples, de 125 cm³, nos moldes daquela que é a best-seller do nosso mercado desde sempre, a Honda CG.

E como em todo começo, tropeçou um pouco a Dafra, com os problemas de suas novidades, boas de preço, mas não tanto em termos de qualidade, confiabilidade.

Rápidos no gatilho, os irmãos Franco, Creso e Mário (leia-se Grupo Itavema) resolveram melhorar seu negócio no ambiente de duas rodas, agregando qualidade, e foram buscá-la longe, na Índia, de onde trouxeram uma caprichada moto de 150 cm³, a RTR Apache (por que "Apache" e não Krishna? Ganesh? Shiva?).



RTR Apache 150


Meu irmão trocou de carro há pouco tempo e acabou escolhendo o New Fiesta hatch na opção intermediária, com duas bolsas infláveis, freios com ABS e SYNC media system. Rodou menos de 500 km e viajou, e deixou o carro comigo durante uma semana.

Minha intenção era rodar com ele e sentir seu comportamento no dia a dia, indo trabalhar, encarando trânsito, levando filhos ao colégio e até transportando uma cadeira de rodas no porta-malas. Até cogitei uma subida a Petrópolis, cidade serrana aqui no estado (RJ), para avaliar melhor seus dotes dinâmicos, mas desisti já que a intenção era mesmo avaliá-lo na situação onde normalmente as pessoas dirigem 99% do tempo, no trânsito urbano.

Kawasaki Ninja 250R

Ainda não andei nela, mas gosto desse tipo de moto, pequena e rápida, como era a Yamaha 135, cujo motor dois-tempos era bem espevitado. Portanto, logo que a Ninja 250R foi lançada fui a uma concessionária dar uma olhada e vi que era uma esportiva verdadeira, motor de dois cilindros, 33 cv a 11.000 rpm – e não uma esportiva falsa, como costumam fazer com os automóveis aqui no Brasil, só tapeando carros 4-portas na base das faixas pretas, asinhas, e outras baboseiras. Moto ou carro, não precisa ser canhão para ser esportivo. Não é o quanto anda, mas como anda.

Boa moto essa 250R, mas não é pra mim.

Não é pra mim hoje, mas no passado, quando eu era moleque, ela seria meu sonho.

Minha simpatia pela Ninjinha cresceu enormemente quando descobri a tara que meu sobrinho tem por ela. Ele fez 18 anos e meu cunhado veio chiar que o moleque vive lhe enchendo a paciência implorando de joelhos pela moto. Apesar de meu sobrinho andar de moto na fazenda desde antes de alcançar o pé no chão, e ter muito jeito pra coisa, meu cunhado se recusa a comprá-la, já que vivem em São Paulo e, com razão, acha muito perigoso.