google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

fotos: imcdb.com e americanracing.com

Fui presenteado com uma revista de dezembro de 1977 por um amigo. O Érico já sabe há tempos que sou um colecionador de peças literárias antigas, vulgo "lixeiro literário", e de vez em quando sobra algo de presente, que, invariavelmente, é bem interessante.

A revista que ganhei tem vários anúncios de carros, inclusive um dos primeiros do Corcel II, que saiu como modelo 1978.

Aliás, é bom lembrar que nessa época não se lançava um modelo de um ano qualquer com mais de três meses de antecipação. As fábricas eram menos ansiosas do que hoje, quando vemos modelos 2012 desde fevereiro de 2011, por exemplo, o que mostra a idiotice que norteia os fabricantes.

Mais um vez o velho amigo Luiz Dränger nos escreve falando de suas experiências ao volante, desta vez fazendo uma constatação que considero merecedora de ser compartilhada com os leitores por ter muito a ver com o nosso dia-a-dia. Espero que aproveitem.

Bob Sharp
Editor


FAZENDO AS CONTAS

Por Luiz Dränger

Guio automóveis desde os anos 60. Sempre fui ousado e guiava muito mais rápido que a média do trânsito. Naquela época era divertido fazer coisas que não são aceitas hoje em dia, tipo empurrar o carro da frente, virar uma esquina em São Paulo derrapando de traseira etc.

Aos 25 anos, quando "aprontava" ao volante

Ou ir de São Paulo ao Rio na Dutra velha (pista simples) em 3h15m com o Chevette-Lotus. Coisas de jovem, mas com muita sorte e um resquício de consciência nunca bati forte nem provoquei acidentes.

Hoje, aos 61 anos de idade, ainda me considero um autoentusiasta, e gostaria de dirigir um Porsche. Mas nas minhas condições uso um Puma no dia a dia, e uso pouco, menos de 3.000 km em 1 ano. Uso um scooter, muito mais apropriado para o trânsito infernal de São Paulo.


No MG TC do meu tio Nuno


Não sei se  o leitor pensa igual, mas para mim o olfato é um dos nossos sentidos mais importantes quando o assunto é automóvel. Importante tanto dentro do carro quanto fora dele.

Outro dia fui retirar o JAC J6 Diamond na sede da empresa e mal andei com o carro havia um cheiro dentro dele que não era de automóvel, mas um perfume. Certamente haveria de ser um odorizador. Procurei-o, achei-o, um saquinho dentro do cinzeiro, e no primeiro semáforo mais demorado joguei-o no lixo. Pronto, o J6 voltou a ter cheiro de carro.

O mesmo quando mando lavar o carro. Digo sempre ao atendente para não passar nada no interior, nenhum líquido exceto um pano úmido em superfícies como o painel.

Foto: europeancarweb.com



Quando aprendemos a dirigir, a terceira coisa que aprendemos é frear. Primeiro é arrancar, coordenando acelerador e embreagem, etapa que não existe com câmbio automático ou robotizado, ou quando a embreagem, apenas ela, é automática.. Depois, virar o volante, por motivos óbvios. Só então é que vem o freio. Mas frear é muito mais do quer apertar um pedal. Exige sensibilidade e também entendimento do que acontece quando se freia um carro.

Acho que todos têm alguma noção do que é frear antes mesmo de pegar o volante, devido ao andar de bicicleta. Só que no automóvel é diferente, a massa e a velocidade são bem maiores.

Frear é converter energia. A energia cinética, ou de movimento, é convertida em calor. É por isso que freios esquentam. Quando o pedal de freio é apertado, ocorre uma ação nas rodas que têm freio - todas, no caso do automóvel. Um material de atrito é pressionado contra uma parte giratória, que gira junto com a roda, que pode ser tanto um tambor de freio quanto um disco de freio. No caso do tambor, sapatas com material de atrito; no disco, pastilhas com esse material.
Energia cinética transformada em calor: visível (coisasdeengenheiro.wordpress.com)