google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
 Desenho: fatonovo.com



O post Coisas do Brasil, de 23 de julho p.p. foi recordista de comentários, 233 até agora. Não foi o item que gerou mais discussão, mas o sétimo, reforma ortográfica, foi amplamente discutido pelos leitores.

Nunca engoli esta reforma, que entendo como totalmente desnecessária e absurda, o exemplo perfeito de falta do que fazer, fora o que gerou de despesas de toda ordem para a sociedade, como reedição de dIcionários, manuais – precisam ver o guia, que parece um tijolo, que as editoras foram obrigadas a comprar e usar para consulta, palavra por palavra – devido a essa excrescência lingüística.



O ano é 1968, e a pista é Nürburgring, Alemanha. Numa nebulosa tarde de 5a feira, a bordo de um Fusca, Jackie Stewart e Ken Tyrrell, então piloto e mecânico-chefe da Equipe Matra F-1, saem para umas três voltas de reconhecimento no circuito que perfazia quase 23 quilômetros (Nota: em 1984, por medida de segurança, fizeram um traçado menor, porém, diferentemente do que uns “xaropes” fizeram com Interlagos, mantiveram também em uso o longo e maravilhoso traçado antigo – os europeus não jogam, como nós, seu passado no lixo).

A situação era soturna, a visibilidade era tão baixa que não permitia Stewart acelerar o lento Fusca sem que corresse o risco de se chocar com algo acobertado pela bruma.

Foto: cr4.globalspec.com



Para exportação somente! Na Argentina!

Foi o que deu a resolução daquele imbróglio que o governo argentino criou para conter o déficit de sua balança comercial, automóveis importados com boa parte acompanhando o crescimento do mercado local, que deve ficar entre 760 a 790 mil veículos este ano.

Quem não tem fábrica lá e só importa, como Mitsubishi, Porsche, Hyundai, Kia, Nissan, Land Rover, Jaguar etc. foi buscar criatividade, teriam de criar ou investir em empresas argentinas que exportem e assim compensar a importação de automóveis. Segundo o acordo firmado, Mitsubishi exportará batatas e água mineral engarrafada, Porsche, vinhos finos, Nissan, farelo e óleo de soja e biodiesel, Land Rover cobrirá o déficit comercial com empresas do Chile, Hyundai, amendoim, vinho, farelo de soja e biodiesel, Kia saiu-se melhor, quer dizer, não foi para o lado agrícola e exportará equipamentos de gás natural veicular, tecnologia que os hermanos dominam bastante bem.



Fotos: Ultima Sports Ltd.



Como já foi comentado aqui certa vez sobre o carro de testes do motor do Ferrari Enzo, os protótipos de teste dos carros de produção geralmente são veículos existentes com muitas modificações.

Mas o que não é tão comum assim é utilizar carros de outros fabricantes. E justamente desta estranha atitude nasceu o emblemático McLaren F1 de Gordon Murray. O projeto era único, nunca nada foi feito como o F1, desde a concepção do monocoque até a posição central de pilotar com dois bancos laterais. O F1 era um projeto inovador e de desempenho extremo, e para ser concebido, precisava de protótipos de alta qualidade e versatilidade.

É de praxe a utilização de mais de um carro de testes, geralmente cada unidade é designada para testes específicos, ou de componentes específicos. No caso do McLaren, era necessário um veículo leve e que comportasse o motor central-longitudinal. Como o F1 seria o primeiro carro da empresa neste segmento, não havia uma "versão anterior" para ser modificada. A solução foi partir para um carro de outro fornecedor. Entre as opções, Murray optou pelos carros da empresa Ultima Sports, um pequeno fabricante de carros esporte de alto desempenho.

A alta qualidade e considerável nível de projeto fizeram com que dois exemplares fossem encomendados para serem modificados e receber os componentes do que seria o mais rápido carro do mundo. O modelo Mk.3 foi o escolhido, na verdade os dois últimos chassis da produção desta série foram fabricados pela Noble.