google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Desenho: cdxtextbook.com

Esquema básico do freio a disco

A passagem dos anos, expressão disfarçada para dizer que estamos envelhecendo, tem certas vantagens. Uma é termos vivenciado as mudanças nas coisas que apreciamos, no meu caso de autoentusiasta, automóveis. Vivenciar, experimentar as novidades, sentir as diferenças, como já falei aqui da experiência com os pneus radiais. Houve outro momento de descobrimento que lembro como se fosse hoje: o freio a disco.

O DKW-Vemag no seu formato mais conhecido, o F-94, maior e mais largo que o do lançamento em novembro de 1956, o F-91, já era sucesso no Brasil, especialmente depois que o motor  de três cilindros passou de 896 para 981 cm³ em meados de 1959. Considerando os padrões da época, era mesmo um carro excelente, andava bem e fazia curva melhor ainda, principalmente com os pneus Cinturato. Mas havia um problema: não era nada bom na hora de desacelerar ou parar.


Logo que encontrei o Bob no Autódromo Nelson Piquet, aqui no Rio de Janeiro, no evento de lançamento do Fiat Bravo, em novembro passado, ele fez o seguinte comentário a respeito do novo Fiat: “Esse tem cano de descarga aparente, do jeito que eu gosto”. No que prontamente concordei, de fato o Bravo tem um belo cano de descarga com saída dupla, bem aparente.



A passagem de Bob Lutz e de Chuck Jordan pela Opel é tratada, na biografia de ambos, como quase uma nota de rodapé. Mas como tudo na vida de gente, com eles é muito mais que isso quando visto por uma lente de aumento.

Jordan (abaixo), que faleceu recentemente, em dezembro de 2010, teve uma carreira brilhante na GM, que começou quando foi o designer responsável pelo lendário Cadillac 1959, com seus rabos de peixe gigantescos. Foi vice-presidente de Estilo por muito tempo, no tempo em que era o cargo de maior prestígio para um designer na indústria automobilística.


Já Bob Lutz (abaixo, numa cena clássica) dispensa apresentações, mas caso você tenha chegado recentemente de uma viagem de quarenta anos a Urano, Lutz é um suíço-americano, ex-fuzileiro naval e piloto de caça, e ex-executivo na Opel, na BMW, Ford Europa, Ford EUA, Chrysler, e finalmente o pivô do renascimento de produtos na GM durante a primeira década deste milênio. Entusiasta de mão cheia, e executivo preferido de dez entre dez apaixonados pelo automóvel, é creditado pela criação de carros tão diversos quanto o Dodge Viper e o Ford Sierra europeu.




Dia desses, no post Clones do Corvair, o colega MAO disse que “rabos de peixe” eram horrendos.

Não é fácil deglutir um adjetivo desse tipo quando se cresceu escutando os parentes e amigos falando sobre os carros “rabo-de-peixe” dos anos 50.

Como interessado em aviões desde uns seis anos de idade, para mim aquele enfeite na traseira dos carros sempre foi uma parte de avião, nunca a cauda de um peixe. E me perguntava qual a relação entre uma coisa e outra. Como poderiam os americanos batizar algo tão belo com um nome tão feio?