google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
eFoto: UOL Carros

Slim Kallas( foto), comissário de Transportes da União Europeia, foi o porta-voz do bloco para anunciar  ontem as estratégias para conter as emissões de CO2, fazendo assim pleno coro a histeria carbônica que tomou conta do mundo. Pelo que foi anunciado, a União Europeia quer que carros a gasolina (subentende-se ciclo Otto) ou a diesel não possam mais circular nas cidades da UE em 2050. Os carros com o formato que tanto apreciamos teriam, assim, apenas mais trinta e nove anos de vida livre nessa parte do mundo.

O comissário de Transportes do bloco anunciou ainda que metade dos deslocamentos por distâncias a partir trezentos quilômetros seja feita por trens. Quem conheceu o mundo até aqui, pode ir se preparando para dias de Grande Irmão ainda mais rigorosos que no famoso filme "1984", de 1947.
Foto: trt23.jus.br

O post de ontem do Alexandre Cruvinel me levou a refletir, mais uma vez, sobre a questão do álcool. Será que valeu a pena o Brasil se embrenhar no que chamo uma aventura sem que houvesse real necessidade?

Os mais velhos, como eu, se lembram que tudo começou quando veio a crise do petróleo em 1973, quadruplicando os preços internacionais do produto em três meses, de dois para 12 dólares o barril, o que impôs ao país uma despesa para a qual não estava preparado, já só produzíamos 20% do petróleo que precisávamos. Foi quando se pensou no álcool. Nada havia de “ecológico” na questão, era assunto apenas econômico.

Entretanto, poucos se deram conta de que o problema não estava na gasolina, mas no diesel, que na época já tinha consumo superior ao da gasolina em razão do nosso ímpar modal de transporte predominantemente rodoviário, resultado da implantação da indústria automobilística paralelamente à eliminação gradual das ferrovias.


Ótimo o artigo do Fernando Calmon no Maharpress sobre a evolução dos carros flex, mas, apesar de ser um caminho sem volta, com quase toda a produção sendo oferecida com motores flexíveis em combustível, continuo sem entender a real vantagem do sistema.

Como temos leitores de diversas partes do país, gostaria de saber onde e em que época do ano o álcool é realmente vantajoso em relação à gasolina. Aqui no Rio de Janeiro, quase nunca. Observo que na safra o preço fica por volta dos 70% da gasolina, o que proporciona empate, com vantagem ínfima para o álcool em alguns casos. No resto do ano só vendem álcool para os donos de carros a álcool.


Muito se fala sobre as diferenças entre tração dianteira e traseira, especialmente aqui no blog, onde o amigo AK mantém uma justíssima cruzada em prol da hoje rara tração traseira. A cruzada é justa porque realmente não há nada que satisfaça mais um entusiasta do que um carro de tração traseira bem feito.

Apesar disso, acredito hoje que mais importante não é qual roda traciona, e sim o carro como um todo. Em engenharia, não existe melhor ou pior, existe uma coleção de compromissos feitos em cada detalhe do carro, um balanço eterno entre os vários parâmetros que um veículo deve atender no uso. Economia contra desempenho, conforto de marcha contra aderência em curva são os mais conhecidos, mas tudo, da maçaneta da porta ao parafuso de roda, é balanceado como esses parâmetros mais importantes durante o projeto de um carro.