google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Foto: www.meionorte.com
(Foto meramente ilustrativa, sem conexão com o post)

Uma das melhores coisas do formato do blog é permitir a interação com os leitores de uma forma praticamente instantânea. Em uma publicação impressa isso é praticamente impossível.

Vendo a discussão causada pelo artigo do Bob, argumento do leitor Aléssio Marinho, dizendo que "Nosso país gasta milhões de reais por ano para socorrer (...) vítimas de acidentes de trânsito", acabei lembrando de um texto do amigo Roberto Nasser, em coluna no Best Cars Web Site datada de 2003. Eis parte dele:

"(...) À parte das digressões sobre a vida, os 8 km que separam o bem-equipado e operacional posto de emergência da Câmara dos Deputados, do hospital para onde me levaram, acompanhei de corpo inteiro as inconveniências do veículo ao serviço que prestava.

O motor diesel, pequeno, fazia força para deslocar a massa de metal, plástico e vidros que formam a ambulância. O câmbio, mecânico, não permitia maciez na troca das marchas. E a suspensão, por feixes de molas semi-elíticas, é o destaque de inadequação. Preparadas para carga seca, refrigerantes, bujões de gás, material de construção, enfim, coisas rígidas, transformam seu corpo em amortecedor auxiliar, forçando-o a participar da rugosidade das ruas. (...)"

Ou seja, de que adianta seu carro ter airbag, ABS e o escambau, se na hora de ser socorrido você será jogado numa porcaria dessas? Provavelmente será mais um DOA (dead on arrival). Ambulância tem de ter suspensão especial, capaz de isolar o socorrido dos solavancos (que devem ser mínimos, sem buracos, valetas ou lombadas desnecessárias). Salvo engano, todas as ambulâncias do corpo de bombeiros do Estado de São Paulo utilizam molas semi-elípticas com algumas lâminas a menos, substituídas por bolsas a ar do tipo Air Lift, mas é uma exceção.

As acelerações têm de ser brutais e sem trancos nas trocas de marcha, pois cada segundo conta na hora do socorro. Há pouco mais de 10 anos uma famosa operadora de planos de saúde adquiriu ambulâncias americanas Chevrolet completas, dotadas de motor V-8 de bloco grande com transmissão automática. Nada mais lógico e sensato.

Em vez de se brigar por automóveis capazes de nos proteger de vias malconservadas, acredito que seria melhor lutar pela própria conservação das vias, utilizadas também pelas ambulâncias. A chance de um acidente diminuiria substancialmente e um socorro rápido e seguro seria muito mais viável (lembrem-se que ambulâncias estão entre os veículos mais sujeitos a acidentes).

Foto veraoverdeorg.blogspot.com
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Recentemente a Chevrolet americana lançou uma campanha publicitária genial, chamando atenção para a tradição da marca, de uma maneira realmente muito legal. Esta campanha, chamada coletivamente de "Chevy Runs Deep" (algo como "Chevy vai fundo", ou "Chevy bate fundo", mas de difícil tradução direta), coloca inteligentemente coisas bem arraigadas no imaginário americano ligadas indivisivelmente aos Chevrolet, em 100 anos de história. O narrador é o comediante Tim Allen, ele mesmo um conhecido entusiasta do automóvel e da Chevrolet, uma escolha perfeita.

Foto: Autor
"Pista alagada", ao fundo  torres de transmissão de energia elétrica da inversora de Ibiúna

Interior distante? Local remoto? Nada disso. Esse  insólito aviso encontra-se na SP-250 rodovia Bunjiro Nakao, que sai da SP-270 rodovia Raposo Tavares no km 45 - distância do ponto à praça da Sé, o marco zero das rodovias paulistas a apenas 45 quilômetros do centro da cidade de São Paulo! Uns cinco quilômetros SP-250 a dentro em direção a Ibiúna, a placa que fotografei. Uma rodovia estadual praticamente dentro de São Paulo com problema crônico de alagamento certamente.

Lendo o artigo do amigo André Dantas sobre a Honda NR-750, me veio à memória que a Volkswagen chegou a testar motores de ciclo Diesel com pistões ovais no final de década de 1980. O objetivo do fabricante alemão era obter um aumento significativo de cilindrada sem ter que recorrer a um motor maior de cinco ou seis cilindros.

O bloco do lado direito é um modelo normal produzido pela VW na década de 80 (EA827, o nosso popular "AP"), ao passo que o bloco do lado esquerdo é o protótipo desenvolvido em conjunto com o Mahle para o estudo prático dos pistões ovais.

É realmente muito curioso: o cilindro media 99,49 mm x 76,5 mm (sendo essa última a medida normal do cilindro do motor VW comum de 1,6 litro). O virabrequim era o mesmo das versões de 1,9 litro, com 98 mm de curso, resultando em uma cilindrada exata de 2.343 cm³.

Foi divulgado em 1990 na revista Auto Motor und Sport, mas não chegou a entrar em produção. Problemas de vedação nos anéis? Falta de durabilidade? Elevado custo de produção?

Infelizmente nunca saberemos.

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