google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Que Gordon Murray é um gênio pouca gente duvida. O amigo Belli já falou dele aqui, chamando-o de “Gênio da camisa florida”, e eu mesmo já escrevi algumas páginas sobre ele aqui, quando falei de sua maior criação, o fantástico McLaren F1 (abaixo).
A vida depois do Mclaren F1 deve ter sido difícil para Murray. Afinal de contas, o que fazer depois daquilo? Depois do mais incrível carro de entusiasta já criado, o mais veloz e sensacional bólido que já andou pelas ruas, e ainda por cima vencedor em Le Mans, o que poderia vir?

Mesmo Ron Dennis, o empregador de Murray, ficou meio sem rumo, mesmo porque além de superlativo o F1 não tinha sido o sucesso esperado. A Mclaren e seu engenheiro-chefe acabaram fazendo o Mercedes SLR, um carro magnífico, é claro, mas sem o impacto que teve o F1. Na verdade, a experiência com a Daimler-Benz foi provavelmente a primeira vez em que Murray teve que fazer um projeto para alguém, tendo que respeitar as regras e ditames deste “patrão” e não responder apenas a seus altos padrões próprios. Como já falei de Lefebvre, um gênio só é um gênio se trabalha em liberdade...

Murray estava demasiadamente acostumado a ser livre, e depois do SLR resolveu que permaneceria assim; abandonou Dennis e a McLaren e abriu uma empresa de consultoria própria, a Gordon Murray Design. Logo anunciou que apresentaria um novo carro pequeno, que seria uma revolução tão grande como foi o Mini original em 1959. Modesto sabemos que nosso amigo não é... Mas todo entusiasta que se preza ficou interessado e curioso para saber o que tramava Murray.

A ideia de um Mini moderno é realmente atraente. Esqueçam o carrinho fashion que a BMW vende hoje como MINI, o que o carro de 1959 fez foi, de uma vez só, revolucionar o jeito de se construir carros e o modo como utilizar eficientemente o espaço interno. Se hoje todos andamos com carros de motor transversal dianteiro e tração idem, em carros que dedicam a vasta maioria do seu espaço para ocupantes e bagagem, temos o Mini e seu criador, Sir Alec Issigonis, a agradecer. Um novo Mini de verdade teria que fazer isto novamente, mudar tudo.

Aos poucos, Murray foi soltando detalhes de sua ideia de futuro, usando interessantíssimos dioramas e miniaturas. Vejam abaixo:
O Mini de Murray será realmente pequeno. A foto acima mostra seu tamanho em relação a alguns carros pequenos atuais.
Baixo peso também é um ponto básico do projeto. O novo Mini do outro lado da balança não é acaso...
Novamente, o Mini atual perde do de Murray; desta vez na complexidade e número de peças.
Obviamente, um carro moderno tem que ser capaz de enfrentar uma barreira imóvel com poucos danos a seus ocupantes. O diorama acima mostra que o novo carro é equivalente neste quesito a um carro médio normal (um Focus 1!!!).
Acima, três carros na vaga de um. Lembranças das Isettas nos anos 50... Abaixo, uma das ideias mais controversas de Murray: numa faixa onde cabe apenas um carro normal, dois de seus estreitos carros podem rodar. Quase como uma moto.
Finalmente, no final do mês passado, o carro foi finalmente revelado. Chamado de T.25, basicamente o carro parte do mesmo princípio que Murray criou para o Mclaren F1, chamado aqui de iCentre: três ocupantes, com o motorista um pouco à frente dos dois passageiros, bem no meio do carro. É uma ideia realmente boa, como o F1 provou, aproximando os três ocupantes e permitindo um ocupante a mais numa largura de carro normal (1.800 mm no F1, pouquíssimo num carro daquele tipo). No seu novo carro, Murray levou este esquema a seu extremo: o carro mede apenas 1.300 mm de largura.
Some-se isto ao comprimento de 2.400 mm (a distância entre eixos do Fusca) e se tem um carro realmente pequeno, mas que pode levar três pessoas e 160 litros de bagagem, ou um passageiro e 720 litros, como se pode ver no esquema abaixo.
Outros detalhes são: suspensão independente nas quatro rodas, baixo CG e um pequeno tricilíndrico de 660 cm³ de cilindrada e 52 cv, montado baixo em posição central-traseira, acoplado a um transeixo de cinco marchas semi-automático. A direção é de pinhão e cremalheira sem assistência, e o carro pesa apenas 575 kg. Os números de desempenho são: 0-100 km/h em 16,5 segundos e uma velocidade final limitada a 145 km/h. O tanque de combustível comporta 30 litros, e a média de consumo em uso misto declarada é de 26 km/l.

Murray diz que a estrutura do carro e seu método construtivo serão revolucionários, permitindo fábricas menores e investimento em ferramental reduzido, mas dá poucos detalhes deste sistema que está em processo de patenteamento. O que pode se concluir com as informações existentes é que é uma estrutura tubular em aço, e grandes peças plásticas, muito provavelmente em termofixo reforçado com alguma fibra.
O acesso ao interior do carro é feito basculando-se para frente a frente inteira. O carro é realmente diferente e estranho à primeira vista, mas realmente interessante. Para os fãs de Murray como eu um detalhe salta aos olhos: o primeiro protótipo é designado XP1, como era o primeiro McLaren F1!
Mas será que será uma revolução como foi a do Mini original?

Pessoalmente acho que Murray foi um pouco longe demais. O Mini foi revolucionário, mas ainda era um carro como qualquer outro. Tinha duas portas, uma de cada lado, e carregava seus cinco passageiros nas posições tradicionais. Não sei se o povo está pronto para uma nave espacial como o carrinho de Murray. E será que este esquema de dois carros por faixa dará certo?

Outra coisa que aconteceu com o Mini foi que, por ser um carrinho normal em miniatura, e bonitinho, acabou por se tornar um acessório de moda, a se tornar um ícone fashion da Londres dos anos 60. E por ser baixo e ultraestável, se transformou também num ícone entre os amantes do automóvel. Issigonis não previu nenhum desses efeitos ao projetar o carro; mas eles com certeza foram importantíssimos para seu sucesso. O Mini da BMW, atual, se baseia apenas nessas duas características, e é um tremendo sucesso, mesmo sem ser revolução alguma.

Não sei se dará certo, mas tenho que aplaudir a tentativa. Como já disse aqui, chega de olhar ao passado e vamos tentar achar o futuro do automóvel. Pessoalmente não acredito muito no sucesso desta tentativa de Murray, nem muito menos na versão elétrica que ele promete em seguida. Mas tenho que dar os parabéns à coragem e iniciativa dele, e torcer para que eu realmente esteja errado. O futuro é o que fazemos dele, e eu não quero para nós um futuro que seja uma caricatura do passado.

Pelo menos, ele está tentando algo. Já é mais do que faz todo o resto da indústria.

MAO
É estranho, para dizer o mínimo.
Muita gente boa, entusiasta de automóveis, não gasta um minuto de seus dias para assistir a uma corrida de carros. Nem mesmo de Fórmula 1.
Talvez arrepiados pelo "culto à celebridade", não conhecem os pilotos. Menos ainda as equipes.
Esqueçamos portanto das bobagens dos paparazzi e das notícias ao estilo do mundo de Caras, e nos concentremos no que interessa. Os carros.
Os pontos principais a se apreciar nas corridas é aquilo que nos entusiasma de uma forma mais ou menos geral quando consideramos um carro. Colorido, barulhento e rápido. Não precisaria mais nada.
Mas a Fórmula 1 tem muito mais.
Quem gosta de história da categoria sabe que este ano, a Lotus renasceu. Tem donos malaios agora, mas e daí? O dinheiro foi mesmo para o oriente, e temos que nos acostumar. E o carro, verde escuro de corrida (British racing green) com faixas amarelas, guarda a decoração visual dos antigos carros de Colin Chapman. Eu diria que é o mais agradável de todos os dos grids de 2010.
Uma das explicações dos entusiastas que não gostam de corridas é que os F-1 de hoje são carros fáceis demais de dirigir, que até um macaco treinado pode pilotá-los. Um exagero total.
Claro que, com um pouco de explicações, qualquer um dirige. Mas não rápido o suficiente. E por duas horas sem parar. Fora os treinos.
Outra é que os carros são por demais estáveis e controláveis, que nem mesmo derrapam, não desafiando o piloto. Engano, derrapam sim, e bastante. Basta assistir com atenção a uma prova.
Uma das imagens mais bonitas é um carro deixando a área de box, exatamente após troca de pneus. Alguns pilotos jogam o carro de lado já a partir da imobilidade, e quando vemos de frente pela televisão, o carro parece "saltar" para a faixa de rolamento dos boxes. Derrapagens acontecem em curvas também, e não são tão raras.
As freadas, principalmente quando o desgaste de pneus já se faz sentir, muitas vezes são acompanhadas de travamento de rodas, que chamam o piloto a evitar uma derrapagem que descontrole o carro na entrada de curva. Momentos de pura condução no limite, que os que não gostam de Fórmula 1 não têm o prazer de apreciar.
Diz-se que o povão assiste corridas pelo mesmo motivo das inexplicáveis touradas: ver o toureiro ser atingido pelo animal. No caso das pistas, assistir aos acidentes, ver o carro dominando o piloto. Pode ser.
O caso do acidente de Mark Webber, com o Red Bull, no GP da Europa nas ruas de Valência, Espanha, em 27 de junho, ilustra bem outro ponto interessante da Fórmula 1, que é a segurança. Uma batida na traseira de outro carro, causando uma decolagem e um giro no ar, para cair com violência no solo, escorregar em velocidade alta até a barreira de pneus e atingi-la ainda bem rápido, seria motivo de ferimentos razoáveis em carros de alguns anos atrás. Mas nada aconteceu ao piloto. Uma prova que os regulamentos atuais, ainda que restritivos ao extremo, estão corretos nos itens sobre segurança. Perda das rodas, asas e boa parte das suspensões, e nenhum vazamento de gasolina.
Um espetáculo, com congratulações aos engenheiros das equipes, profissionais de alto nível que são desconhecidos da maioria.
Outro bom motivo para assistir Fórmula 1 é a velocidade em curva. A imagem de uma chicane ou "S", onde vemos de frente os carros sendo atirados de um lado a outro, são arrepiantes. Só essas imagens já valem um tempo diante da televisão.
Para quem prefere carros de rua, um alento: toda vez que há um problema e o carro de segurança é solicitado a intervir, entrando na pista e mantendo um ritmo mais lento, podemos nos deleitar com um Mercedes-Benz SLS. Em Mônaco foram quatro vezes que essa máquina maravilhosa liderou o pelotão dos F-1, e pudemos ver o asa-de-gaivota moderno mergulhando nas frenagens e inclinando nas curvas, em imagens bastante próximas da ação.
Apesar também de muitos acharem que as corridas de F-1 não tem graça, que um líder dispara e nada mais acontece, lembremos da última prova do campeonato de 2008, em Interlagos.
Felipe Massa poderia ser campeão, com Ferrari, se ganhasse a corrida e se Lewis Hamilton, com McLaren, não chegasse acima de 6° lugar.
Massa foi o vencedor da prova, e após 38 segundos de comemoração do campeonato, Hamilton cruza a linha de chegada em 5 ° lugar, levando o título. Espetacular, e mais uma prova que não se deve contar com o ovo antes da galinha botá-lo.
Participar do "circo" da Fórmula 1, seja como a estrela principal vista pelo público, os pilotos, seja como mecânico, engenheiro, cozinheiro ou qualquer outra função, já é algo notório. Longe das notícias das pistas, as fábricas das equipes trabalham sem parar, introduzindo modificações em quase todas as corridas.
Isso faz com que todo carro da categoria seja na verdade um protótipo, pois dificilmente se fazem mais de 4 ou 5 iguais. Quem tem tempo de pesquisar essas modificações constantes vai encontrar mais um atrativo para a categoria mais técnicamente avançada do automobilismo.
Então, amigo entusiasta, esqueça a horrível "torcida" por pilotos que nem sabem que existimos, esqueça a curiosidade de saber o que o cara almoçou, qual marca de cueca ele usa, ou qual desodorante, e preste atenção nos carros, nas pistas.
A Fórmula 1 começará a ser mais atrativa para você.
JJ 
fotos: crash.net
Já perceberam como não existe lógica na escolha do consumidor entre modelos da mesma família? Me lembro que há anos atrás o Gol quadrado já era um campeão de vendas, mesmo com pouco espaço no banco traseiro (graças ao teto baixo) e um pífio porta-malas, atrapalhado por um estepe mal ajeitado. Já o Voyage custava quase a mesma coisa, com porta-malas muito melhor e um desenho até simpático, mas vendia uma micharia se comparado ao seu irmão.
Anos depois tivemos o Corsa, com resultado contrário. O hatchezinho simpático vendeu bem no começo, mas foi perdendo o encanto e acabou dando lugar ao Celta. Já seu irmão sedan foi ganhando a simpatia da galera e até hoje é um sucesso de vendas, tendo recebido um face-lift recentemente. Com a dupla Celta/Prisma é o oposto, o sedanzinho vende menos da metade em relação ao hatch.
Palio e Siena vendem volumes parecidos, demonstrando alguma lógica na escolha. Nem sempre foi assim, o Siena de primeira geração não agradava e vendia mal, mas bastou reformularem o visual para as vendas aumentarem. Por esse exemplo, concluiríamos que a estética define a escolha, e o fato do Sandero vender bem mais que o Logan reforçaria a hipótese.
Ainda assim, fico sem entender o enorme sucesso de Gol I e Corsa Sedan.
AC
Foto: www.chevrolet.com.br
A exemplo do EB-110, o Veyron finalmente recebe o pacote especial Super Sport, que designa o modelo mais potente e obviamente mais caro da linhagem dos Bugatti. Quando lançado no outono do Hemisfério Norte de 2005, o Veyron veio para ser coroado o melhor, mais rápido, mais potente, mais caro e mais desejado carro do mundo. Agora há uma versão nova para reanimar as vendas e os sonhos.

Para que se justifique o maior preço (ainda a ser divulgado) e atributos que mereçam a sigla SS na carroceria, o motor W-16 de 8 litros e quatro turbocompressores foi revisado. Agora com 1.200 hp (1.217 cv) e monstruosos 1.500 Nm (153 mkgf) de torque, o Veyron acelera livremente até os 434 km/h, voltando a ser o carro de produção mais rápido do mundo.
Além do motor, a carroceria sofreu diversas modificações aerodinâmicas para permitir que o carro de mais de duas toneladas de puro luxo e materiais exóticos fosse ainda mais rápido. A grande modificação foi na região posterior da cabine, onde antes o motor era exposto e os dutos de captação de ar para o motor e intercoolers eram expostos. Agora, para aprimorar a aerodinâmica e reduzir o arrasto, os dutos saltados foram eliminados e tomadas de ar NACA foram utilizadas, bem como uma cobertura parcial do motor.
Na dianteira, as entradas de ar foram aumentadas para melhor refrigeração dos sistemas de troca de calor, ainda mais exigidos pela potência extra. O chassi foi revisado para elevar a rigidez torcional e adequar a estrutura à nova potência do motor.
A Bugatti deve apresentar o carro em Pebble Beach este ano, em agosto, para seu lançamento oficial. Os cinco primeiros exemplares, nomeados World Record Edition (alusão ao modelo de teste que estabeleceu o recorde de velocidade, com média de 431 km/h) serão como o carro das fotos, na combinação laranja e fibra de carbono exposta, e aparentemente já foram vendidos.
Um viva à mais nova versão de um dos grandes carros já fabricados, uma verdadeira obra de engenharia e materialização de sonhos.
MB